Infecção hospitalar (IH)
O Inquérito de Prevalência da Infecção Adquirida no Hospital
e Uso de Antimicrobianos nas unidades de agudos (realizado em 2012) link
Resumo dos resultados
1. Em Portugal, a taxa de IH é de 10,6% (um em cada dez doentes contrai
uma infecção nas unidades de saúde ), contra de 6,1%, em média, da União
Europeia (EU).
2. O consumo médio de solução
alcoólica é igualmente superior à média europeia, mas não associado a menor taxa de IH (52,9
litros por mil dias de internamento contra 36,6 litros na UE) ..
3. O consumo de AM é superior à média europeia (45,4
contra 35,8% na UE). Relativamente às IH, e comparativamente aos dados
europeus, é particularmente elevada a taxa de infeções das vias respiratórias
inferiores, que foram microbiologicamente documentadas em apenas 38,5% dos
casos.
4. Verificou-se elevada taxa de resistências aos
antimicrobianos, tanto em termos de MRSA, como de Enterobacteriáceas
resistentes a cefalosporinas de terceira geração e de Pseudomonas e
Acinetobacter resistentes a carbapenemes. Pareceu também crescente a taxa de
Enterobacteriáceas resistentes a carbapenemes.
5. Salientou-se o uso elevado de quinolonas, de
carbapenemes e, globalmente, de antimicrobianos anti-Pseudomonas. Salientou-se,
ainda, o elevado uso de cefalosporinas de terceira geração e de
fluoroquinolonas para profilaxia cirúrgica.
6. Identificou-se um reduzido nº de enfermeiros de
controlo de infeção e uma quase total ausência de contributo médico nas
Comissões de Controlo de Infeção.
Etiquetas: HH
1 Comments:
Preocupante a taxa de infeção hospitalar entre nós, quase o dobro da média europeia. Aparentemente os profissionais estão motivados para o problema tendo em conta o consumo elevado de soluções desinfetantes. A não haver outros motivos para a utilização destas substâncias, tal tem de ser interpretado como uma adesão às normas de prevenção recomendadas.
Há pois que estudar o problema a fundo. Saber se há uma sobre utilização de AM por “excesso de zelo”, como parece sugerir a baixa percentagem de infeções comprovadas por exame bacteriológico, ou se há efetivamente uma elevada incidência de infeções no nosso meio. Se for este o caso, há que tomar as medidas para lhe pôr cobro.
A verdade é que é este o número que figura nas estatísticas internacionais, sendo este o valor que espelha um dos principais indicadores de qualidade. Não nos surpreendamos pois se os nossos hospitais vierem a ser considerados pouco recomendáveis pelos organismos de saúde europeus.
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