Cortar na Saúde?
"Se não providenciarmos cuidados de saúde agora, mais
tarde será muito mais caro cuidar destas pessoas", defende o especialista
Jeffrey Lazarus.
Os cortes nas despesas de saúde em tempo de crise vão
implicar uma factura muito alta a pagar no futuro, afirma Jeffrey Lazarus,
professor da Universidade de Medicina de Copenhaga, na Dinamarca.
“Se as pessoas não
estão saudáveis, a doença pode voltar e morde-lhes a cauda. Por isso, se não
providenciarmos cuidados de saúde agora, mais tarde será muito mais caro cuidar
destas pessoas, tratar do cancro ou de outros problemas”, diz Jeffrey Lazarus,
que participou numa conferência sobre o futuro dos sistemas nacionais de saúde,
esta semana, no Porto.
“Alguém terá de pagar ou as pessoas podem não viver. Se pode
a Europa continuar a ter um sistema público de saúde? Claro que pode. Sei que
estamos em tempo de crise, mas isso não pode significar abandonar os cuidados
de saúde.”
O também director do secretariado permanente do Health
Systems Global avisa que “quando não criamos condições de saúde à população,
mesmo em países desenvolvidos, as pessoas ficarão doentes e os custos da cura
serão bem mais elevados” e a “factura será muito alta no futuro”.
Em tempo de crise os cuidados de saúde têm uma importância
ainda maior. Não criar condições para que toda a população tenha acesso ao
básico pode potenciar um futuro cheio de problemas, afirma Henrique de Barros,
director do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP),
“Em momentos de crise há repercussões, a médio prazo, muito
marcadas no estado de saúde e sabemos também que isto se vai pagar, a médio
prazo, com um abaixamento desses indicadores de saúde, a não ser que se faça
rapidamente um esforço grande, sobretudo, assegurar que as pessoas que estão
menos municiadas para utilizar sejam procuradas activamente.”
Segundo o professor Henrique de Barros, devem ser os
próprios serviços de saúde a procurar quem mais precisa de cuidados: “Nós já
sabemos que as crianças, as pessoas mais velhas, mais pobres, os imigrantes, ou
seja, aquelas pessoas que estão em situações de maior vulnerabilidade vão ter
piores indicadores de saúde”.
Henrique de Barros defende a importância da prevenção e
considera que em tempo de crise é preciso usar e aplicar os parcos recursos
naquilo que pode ser valorizado mais tarde.
RR 15.06.13 link
"Health Systems Global, the new international society for health systems research" link
Fica mais um aviso.
Etiquetas: s.n.s
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