The disposable and the mussel…
Trata-se da 'importação' de uma medida que é praticada em
alguns países europeus (RU e Alemanha). Estas 'transposições' não têm sido
pacíficas no nosso País. Basta recordar as polémicas geradas à volta da
reutilização de dispositivos na hemodiálise...
Do despacho do SES/MS link
consta que os serviços hospitalares devem garantir, em tais situações, a
"qualidade, segurança e desempenho", e assumir a responsabilidade…
A pergunta que deverá, desde já, colocar-se é: existem
condições técnicas e humanas nos serviços para assegurar estas (necessárias)
garantias quanto à segurança da reciclagem. Ou vai ser necessário
contratualizar, no ‘mercado’, com empresas especializadas de reprocessamento
que certifiquem as características operativas operacionalidade, de
biocompatibilidade e de esterilização?
Outra questão: em fase de dramático período de
‘desinvestimento’ no SNS vamos, mais uma vez, improvisar… apesar das cautelas
enunciadas (anunciadas) no Despacho 7021/2013 link (a).
E, no final da linha - quando ou se surgirem problemas -
quem assume o papel de ‘mexilhão’?
(a) Não se entende como é possível este despacho entrar
imediatamente em vigor quando estão previstos (e bem) tantos requisitos
técnicos prévios supostamente ainda ‘não instalados’ nas instituições
hospitalares públicas.
E-Pá!
2 Comments:
Excelente post.
Paulo Macedo não resiste à politica espectáculo.
O que é preciso é anunciar muitos milhões de poupança.
Reutilizar dispositivos médicos de uso único pode não representar poupança para os hospitais. Quem o diz é Mercedes Bilbao, presidente da Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações Portugueses (AESOP).
“Ao ponderar a reutilização dos DM de uso único não basta considerar o custo directo da aquisição do dispositivo médico inicial, é preciso calcular os custos relacionados com o processo de reprocessamento como: o transporte, limpeza, embalagem, esterilização, bem como, os riscos potenciais inerentes ao processo em si mesmo (porque ele pode ter falhas); a implementação de um sistema de qualidade e gestão de risco que garanta a rastreabilidade do processo e dos respectivos DM a reutilizar. Por outro lado, esta avaliação deve incluir a cobertura do risco de utilização de um produto que foi concebido para ser utilizado uma única vez e os custos indirectos que possam ser imputados ao mau funcionamento dos mesmos, à sua biocontaminação (infecções associadas aos cuidados de saúde) ou à responsabilidade civil resultante, já sem falar que não existem instalações para o efeito no nosso país. Feitas as contas, os custos para os hospitais poderão ser mais elevados do que adquirir um dispositivo médico novo”, alerta a presidente do AESOP.
Além dos custos do reprocessamento há a considerar os riscos inerentes à reutilização do dispositivo. Se um dispositivo médico de uso único reprocessado não estiver funcional aquando da sua reutilização ou se se danificar, teremos também de adicionar os custos de novos dispositivos utilizados e dos danos causados ao doente.
rc pharma
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