domingo, setembro 1

O SNS não está a ser gerido

Há cada vez mais pessoas desconfiadas da política deste Ministro. A 'teoria da conspiração' diz que ele quer acabar com o SNS. Não creio que isso esteja nos seus objectivos conscientes. Mas creio que está a seguir o caminho da asfixia objectiva que conduz à alienação dos profissionais até um ponto em que tudo é possível
Há aspectos comportamentais do Ministro que não me agradam: não assume nenhum problema. Acossado, sai de cena. Pega os bois de cernelha. Tem uma máquina discreta a construir-lhe uma imagem falsa, sabe-se lá para quê (uma passadeira vermelha para S. Bento?).
Este caminho que segue é o que ele sabe fazer. Ele é um financeiro. Não é um gestor. Um financeiro estabelece tectos na despesa, controla e força ao respeito dos limites estabelecidos.
Um gestor sabe que o ambiente e a participação são condição imprescindível para o cumprimento da missão das organizações.
O SNS, se está em perigo, é porque não está a ser gerido. Porque as duas pragas, o desperdício e o erro, não estão a ser atacadas. Que estão a fazer, de eficaz, para reduzir os mais de 20% de desperdício gerados por 10,6% de infecção hospitalar. É nesse domínio e em muitos outros que o destino do SNS se molda.
Não esqueçamos o que Salazar um dia disse a quem lhe foi propor um alargamento do compromisso do Estado na Saúde: 'Só se pode distribuir aquilo que se produz'. Julgo que é disso que este Ministro quer falar quando diz que o SNS corre perigo.

Ao falar de alto e repetir-se as pessoas distraem-se do facto da sua política estar a conduzir objectivamente o SNS para um trambolhão de consequências não imagináveis.

Jorge Varanda, in facebook

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1 Comments:

Blogger DrFeelGood said...

Parte da mega-reestruturação que previa uma única urgência nocturna em Lisboa, a funcionar alternadamente, entre Santa Maria e S. José foi adiada. Ministro pediu mais estudos.
O ministro da Saúde deu ordens para se repensar as medidas anunciadas sobre a mega reestruturação que prevê uma só urgência nocturna polivalente na zona metropolitana de Lisboa, a funcionar alternadamente, de mês a mês, nos hospitais de Santa Maria e S. José.

Por isso, na próxima segunda-feira apenas serão concentradas duas especialidades (Oftalmologia e Psiquiatria) no Hospital de Santa Maria, sendo afastado, para já, o sistema de alternância.

Segundo o SOL apurou, Paulo Macedo pediu mais estudos sobre o assunto, especialmente no que diz respeito à ideia da urgência única a funcionar 30 dias num hospital e 30 dias noutro.

“Este sistema é apenas e só a forma de agradar a todos, pois nenhuma administração hospitalar quer ficar sem as especialidades e sem urgência polivalente”, disse ao SOL fonte do sector, referindo-se ao facto de nos bastidores existir um braço-de- ferro entre a administração do Santa Maria e do São José para ficarem com a única urgência. “Vai ser muito difícil fechar seja o que for em Lisboa”, nota outra fonte, lembrando que nos últimos dias o presidente da Administração Regional de Saúde e Vale do Tejo (ARSLVT), que lidera a reestruturação dos serviços, “á veio garantir que nada vai encerrar. Esta semana, aliás, em comunicado, a ARSLVT torna a referir que nada irá fechar e que “todos os serviços de urgência da região continuarão a ter a mesma capacidade de atendimento”.

“Mas, se se vai concentrar, algo tem de fechar, ou não?” – questiona aquela fonte, frisando ser certo que houve um recuo na revolução que estava ser preparada para as urgências nocturnas em Lisboa, o que é visível, nota, pelo facto de parte da reestruturação estar agora sem definição clara.

Ou seja, o Governo decidiu abrandar o processo e fazê-lo de forma faseada: para Outubro ficou prevista a concentração de Urologia e Cirurgia vascular, mas tudo o resto foi suspenso, e ficará à espera. Aliás, naquele comunicado, a ARSLVT admite que terá de ser feita uma “avaliação das urgências das outras especialidades” (Cirurgia Plástica, Cirurgia Maxilo-Facial, Neurologia, Gastroenterologia, Cardiologia de Intervenção e Cirurgia Cardíaca).

INEM só agora dá parecer

A contribuir para o facto de o ministro querer mais pareceres estiveram as críticas surgidas por não terem sido ouvidos alguns responsáveis do sector, como o presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) – organismo ao qual caberá transferir os doentes para o hospital que ficar com a urgência aberta. Segundo fonte do INEM, foi entretanto solicitado um parecer ao presidente, que já o entregou.

A verdade é que a ideia de ter uma só urgência nocturna em Lisboa não agrada à maioria dos parceiros: Ordem e sindicatos médicos garantem que as consequências serão graves e contam com o apoio de peritos do sector.

Aliás, esta reestruturação é totalmente diferente da que consta no relatório de peritos da comissão criada por este Governo para reavaliar as urgências hospitalares do país. “De facto, não tem nada a ver”, admite ao SOL Artur Paiva, o médico que presidiu à comissão, que no ano passado, entregou a Paulo Macedo um documento detalhado, de 125 páginas, propondo a rede de urgência para todo o pais. “Para Lisboa, propúnhamos três urgências polivalentes”, acrescenta.

No relatório, que parece ter sido posto na gaveta, previa-se que existisse urgência polivalente no Santa Maria, no São José e no São Francisco Xavier e deixava de fora o polémico sistema de alternância.
Sol 31.08.13

De trapalhada em trapalhada...
Um grande decepção este ministro.

8:14 da tarde  

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