terça-feira, agosto 27

SNS e o iceberg…


Não bastam as ‘trapalhadas’ das urgências de Lisboa ‘feitas a martelo’, i. e., antes da rede hospitalar estar consolidada nomeadamente com a entrada no sistema do Hospital de Todos os Santos (que deve ser evocado no 1º. de Novembro – tradicional dia de Todos os Santos).
Os esforços para esconder o ‘rally-paper’ em que se vão transformar as urgências lisboetas, por detrás de engenhosas considerações organizativas para fugir às evidências 'economicistas' cujo nefasto desfecho é uma forte possibilidade merecia um Emmy. De facto, deixamos o domínio do sério para colocar-nos no terreno do divertimento.
Chegam agora os cortes de 4% (11% quando somados aos subsídios que o TC mandou pagar e não constam do orçamento primitivo e não foram objecto de correcção no ‘rectificativo’) que atingem os cuidados primários e o sector público administrativo link. Por enquanto persiste a ilusão que os HH EPE estão – por ora - de fora mas mais vale não acreditar no Pai Natal.
A situação é de tal modo grave que discutir assuntos sectoriais não passa de uma manobra de diversão. Um pouco ao estilo da orquestra do Titanic que após o fatídico embate com o iceberg prosseguia com os acordes do "Nearer My God to Thee".
Estamos longe dos dias em que se anunciava que “ a Saúde será uma das áreas protegidas na vaga de cortes nas funções sociais do Estado com o objectivo de poupar quatro mil milhões de euros”. link.
Nessa altura (de uma volúvel inocência) ainda ninguém tinha avistado o iceberg da ‘Reforma do Estado’, onde 2/3 do ‘volume’ permanece imerso. Dava para tudo como por exemplo cultivar a imagem de um ministro politicamente influente, rigoroso na gestão e socialmente empenhado. Hoje com o iceberg à vista lançaram-se alguns sobreviventes nos botes de cuidados básicos e os HH SPA metem água por todo o lado. O rescaldo é muito problemático. Provavelmente só se salvarão os que estão em terra firme (nas PPP) ou os que ancoraram em pias paragens (IPSS).
Os destroços (os 'salvados') do SNS vão ser metódica e sistematicamente repartidos (saqueados).

E-Pá!

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2 Comments:

Blogger DrFeelGood said...

Centros de saúde vão ter de cortar despesas com pessoal em 4% já em 2014

Administração Central do Sistema de Saúde diz que “toda e qualquer previsão é neste momento prematura”

A Administração Central do Sistema de Saúde informou os centros de saúde de que em 2014 devem poupar pelo menos 4% nas despesas com pessoal.
A informação chegou através de uma circular — noticiou o Jornal de Negócios — dirigida a todas as administrações regionais de saúde (que fazem a transferência das verbas para os centros de saúde) e também aos hospitais do sector público administrativo — que representam apenas uma pequena parte do sector hospitalar do SNS, já que a maioria destes estabelecimentos são entidades públicas empresariais que contam com mais autonomia. “As despesas com pessoal de todas as entidades devem apresentar uma redução, face ao orçamento de 2013, de, pelo menos, 4%”, lê-se na circular, que salienta que o corte incide sobre “o orçamento inicial de 2013 que não contemplava parte dos subsídios” — medida entretanto chumbada pelo Tribunal Constitucional. A este corte somamse ainda os descontos das instituições para a Caixa Geral de Aposentações.
Numa nota enviada ontem às redacções, a Administração Central do Sistema de Saúde diz que nada está, afinal, completamente decidido: “Está a decorrer o processo de elaboração das propostas de orçamento toda e qualquer previsão apresentada neste momento é prematura e sujeita a correcções posteriores”. A circular, alega este organismo, não faz mais do que “verter um conjunto de orientações relativas aos trabalhos de preparação do Orçamento de Estado de 2014 para as instituições do sector público administrativo do Ministério da Saúde”. As rescisões amigáveis e o envio de trabalhadores para a mobilidade especial poderão ser formas de centros de saúde e hospitais procederem às poupanças exigidas.
Entretanto, e reagindo a esta e outras notícias na área da saúde, o PS acusou o Governo de aproveitar o mês de Agosto para “ir desmantelando o Serviço Nacional de Saúde à socapa, sob o pretexto da sua difícil sustentabilidade”. Para Álvaro Beleza, do secretariado nacional do partido, há uma tentativa encapotada de transferir a saúde para grupos privados. “Temos um ministro das Finanças na saúde e falta um ministro da Saúde”, observou ontem o dirigente socialista.
PÚBLICO 27.08.13

Paulo Macedo é um ministro pantomineiro, exímio na arte da pantomina.
Daqui em diante é que todos vamos ver a dimensão da pantomina urdida para enganar a "malta".
Nunca o SNS correu tão graves perigos.
Paulo Macedo rodeou-se dos mais assanhados "especialistas" em Saúde para levar a cabo o assalto final ao serviço público.

3:04 da tarde  
Blogger Clara said...

Hospitais e centros de saúde perdem cinco trabalhadores por dia

No espaço de um ano, os hospitais e centros de saúde do Estado perderam 1.795 funcionários. Trata-se de uma saída média de cinco trabalhadores por dia, uma marca que os sindicatos do sector consideram preocupante e que poderá levar à degradação do serviço nacional de saúde.

Segundo dados da Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), citados pelo Correio da Manhã, entre Junho de 2012 e Julho de 2013 foram dispensadas pessoas em 31 dos 36 hospitais e unidades de saúde locais do Estado.

Na Grande Lisboa os hospitais reduziram 635 trabalhadores, contra 344 no grande Porto e 267 pessoas no Hospital Universitário de Coimbra.

Para o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses estes cortes vão levar a uma grande carência de profissionais, nomeadamente de enfermeiros. Guadalupe Simões, em declarações ao “Correio da Manhã”, diz que “só nos hospitais do Estado faltam 10.000 profissionais”.

O Governo pretende reduzir este ano mais 2% do pessoal na Administração Pública, seja através de aposentações, seja através da não renovação de contratos a prazo.

Para o final do ano está previsto um programa de rescisões amigáveis ao qual se seguirá o programa de mobilidade especial, que levará ao despedimento dos funcionários públicos. Este último diploma foi enviado pelo Presidente da República ao Tribunal Constitucional.

JN 27.08,13

Criminoso o que estes senhores andam a fazer.
A fractura social inevitável redundará num conflito social de porpoções inimagináveis.

12:11 da manhã  

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