terça-feira, dezembro 3

E por cá !...

Um número crescente de gregos tem-se injectado com o vírus do HIV para poder reivindicar cerca de 700 euros em benefícios de saúde mensais, de acordo com um relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo dados do Centro Helénico para a Prevenção e Controlo de Doenças, conhecido como Keelpno, a taxa de infecção por VIH quase triplicou nos últimos 10 anos, passando de 3,9 casos em cada 100 mil pessoas, em 2003, para 10,9 em 2012.
O relatório constatou casos de infecção auto-infligidos pelo HIV na Grécia, onde a taxa de suicídio também disparou, e o acesso à saúde diminuiu, enquanto a população continua a lidar com uma economia profundamente perturbada.
«Estas tendências adversas na Grécia representam uma advertência para outros países a sofrer austeridade fiscal significativa, incluindo a Espanha, Irlanda e Itália», lê-se no relatório.
«Sugere também que precisam de ser encontrados caminhos para os governos consolidaram as finanças sem prejudicar os muito necessários investimentos em saúde», acrescenta a OMS.
Com as severas medidas de austeridade, que têm causado grandes protestos na Grécia, a economia do país encolheu e o desemprego subiu para 27%.
As taxas de homicídio e roubo proporcionalmente duplicaram, revela o relatório da OMS, acrescentando que a prostituição também aumentou, «provavelmente como resposta a dificuldades económicas».
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E por cá! Como estarão as coisas?
Quem está no terreno afirma serem cada vez mais os doentes a abandonar consultas e tratamentos por falta de dinheiro para deslocação. Paulo Macedo nega, contrapondo que com o que gasta em medicamentos não faz sentido que o doente deixe de ir à consulta.
Ora, pelo que diz a OMS sobre a Grécia, fonte que seguramente o Ministro considerará insuspeita, a degradação económico-social pode conduzir facilmente um cidadão à indiferença ou mesmo à amoralidade, levando um País à desgraça.
Tavisto

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1 Comments:

Blogger e-pá! said...

Por cá, a ingnomínia...

A situação grega demonstra quão absurdas são as tentativas da actual equipa do MS ao colocar a Saúde, submetida nos últimos anos a violentas restrições e cegos cortes, como um sector imune e incolume ao acelerado e aviltante processo de empobrecimento. O que se pretende passar para os portugueses é simplesmente obsceno.
Por enquanto, toda a miséria tende a manter-se oculta, melhor dizendo, envergonhada, disfarçada e artificialmente contida. Mas subterrâneamente expande-se como uma negra e viscosa mancha de óleo que nos vai conspurcar a todos.
É 'isso' que o caso grego demonstra. Por alguma razão a Grécia, sendo um dos nossos parceiros na UE, é diariamente exorcizada em Lisboa.

Teremos de ficar à espera de mais 'juras' que, apesar de todas as malfeitorias, a qualidade e a acessibilidade dos serviços de saúde e de outras prestações sociais se mantêm por uma 'questão de fé'?
Ou a realidade, cruel e infame, está a entrar pela casa dentro?

Só nos falta que a par destes constantes malabarismos e ilusionismos surja um piedoso governante a fazer o 'elogio da pobreza'.
E o pior é se 'isso' vier a acontecer nem seria um facto (político) inédito. A rábula dos 'pobres mas honrados' foi usada para alimentar o mito providencialista Estado Novo, como agora os ajustamentos 'à marretada' pretendem ser o eixo para uma obstinada, e irracional, resposta para a crise...
Mais cedo do que julga conheceremos a ignomínia dos tempos presentes.

8:25 da manhã  

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