Super bactérias mais resistentes
O estudo,
citado pela agência Bloomberg, explica que há uma tendência crescente para
comprar medicamentos em locais alternativos – em resultado dos cortes nos
gastos públicos. E neste tipo de locais é provável que os medicamentos tenham
menor qualidade ou que as dosagens sejam as incorrectas.
Todos
estes factores estão a contribuir para a propagação de agentes patogénicos
resistentes inclusive a medicamentos. O estudo adianta, por outro lado, que os
gastos extra - nomeadamente em privados - em saúde de cada país e o seu
incremento podem ajudar a prever onde terão início estas resistências melhor do
que factores como a pobreza ou o grau de saneamento básico. O estudo
analisou os dados publicados pela Organização Mundial de Saúde sobre 47 países
(23 em África, oito nas Américas do Norte e do Sul), três na Europa, oito no
Médio Oriente e cinco na Ásia). E associa o aumento de dez pontos percentuais
(p.p) dos gastos extra em saúde à maior resistência aos medicamentos (mais 3,2
p.p.). Portugal não está entre os países analisados.
Diário
Económico 15/07/2015
Neste mesmo jornal podemos ler uma outra notícia
dando conta que Portugal aumentou despesas privadas de saúde: OCDE indica que
cresceram 4% entre 2009 e 2013 (2) link.
Cruzando informação, não será surpresa se o futuro nos vier mostrar que não só não conseguimos reduzir a vexatória taxa de infecção hospitalar actual, o dobro da media Europeia (3), como revelar uma maior mortalidade pela dominância de bactérias multirresistentes.
Cruzando informação, não será surpresa se o futuro nos vier mostrar que não só não conseguimos reduzir a vexatória taxa de infecção hospitalar actual, o dobro da media Europeia (3), como revelar uma maior mortalidade pela dominância de bactérias multirresistentes.
(2) The
share of out-of-pocket spending has increased in Portugal by around 5
percentage points in the last decade, reaching 28% in 2013. This is well above
the average across OECD countries (19%) and also higher than in a number of
other southern European countries such as Spain and Italy (both at 22%) but
below the level of Greece (31%). It remains relatively high compared to other
European countries such as France (7%) or the United Kingdom (10%).
(3) Em Portugal um em cada dez doentes contraiem uma infecção
nas unidades de saúde, taxa de prevalência de 10,6%, quando a taxa global de
prevalência de infecções hospitalares na União Europeia (UE) é de 5,7%.
(1) Findings Our sample included 47 countries
(23 in Africa, eight in the Americas, three in Europe, eight in the Middle
East, three in southeast Asia, and two in the western Pacifi c). Out-of-pocket
health expenditures were the only factor signifi cantly associated with
antimicrobial resistance. A ten point increase in the percentage of health
expenditures that were out-of-pocket was associated with a 3·2 percentage point
increase in resistant isolates (95% CI 1·17–5·15; p=0·002). This association
was driven by countries requiring copayments for drugs in the public health
sector. Of these countries, moving from the 20th to 80th percentile of
out-of-pocket health expenditures was associated with an increase in resistant
bacterial isolates from 17·76% (95% CI 12·54–22·97) to 36·27% (31·16–41·38).
Interpretation
Out-of-pocket health expenditures were strongly correlated with antimicrobial resistance
in low-income and middle-income countries. This relation was driven by
countries that require copayments on drugs in the public sector. Our data
suggest cost-sharing of antimicrobials in the public sector might drive demand
to the private sector in which supply-side incentives to overprescribe are
probably heightened and quality assurance less standardised.
Out-of-pocket
health expenditures and antimicrobial resistance in low-income and
middle-income countries: an economic analysis thelancet, July 9, 2015
Tavisto
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