Jorge Simões
...O ministro Paulo Macedo disse que
avançou com esta reforma, porque, por exemplo, criou centros hospitalares. Não
concorda?
Não temos evidência de
que os centros hospitalares tenham produzido resultados mais eficientes. E,
atenção, isso não é uma reforma hospitalar.
Fazer essa reforma vai
ser muito complicado porque será sempre profundamente impopular…
Claro, mas depende do
processo. De qualquer forma, é inadiável. Se vamos ter um crescimento dos
gastos com a saúde, nomeadamente por força do descongelamento dos salários que
representam cerca de 60% dos encargos do SNS, temos que começar a pensar, de
uma maneira aprofundada e séria, quais são os remédios que, sem pôr em causa
princípios constitucionais, permitirão alguma contenção de gastos.
Quais são estes remédios? Aumentar
os impostos?
Isso é um susto! De modo
nenhum. Continuar um trabalho já feito no passado, reunir muito conhecimento, ter
a habilidade política de tomar decisões. Há custos de burocracia que podem ser
aligeirados. Não faz sentido falar em aumento de impostos quando ainda temos
tanto trabalho de desburocratização e [de combate] a ineficiências que custam
caro.
Então estes anos não representaram
um desperdício da oportunidade de que falava?
Na área do medicamento
conseguiram-se ganhos significativos, em tudo o resto foi uma gestão corrente.
Fizeram vários estudos e muitas
recomendações, mas a maior parte não foram seguidas. Porquê?
São opções políticas. A
ERS não é um Ministério da Saúde bis. Não faz decisão política. Compete aos
cidadãos fazer uma avaliação dos resultados das decisões políticas.
O caos vivido nas urgências no
Inverno passado foi um sinal do estado em que se encontra o SNS?
Aqui o que falhou foi a
antecipação de um problema que devia ser conhecido dos decisores. [Voltando à
reforma da rede hospitalar], temos que começar por conhecer bem o país e as
regiões, para depois tomar decisões. Não deve haver um pronto-a-vestir no
sentido de diminuir de Norte a Sul o que quer que seja. Temos défices e
situações superavitárias que estão identificados.
Jornal Público 02.07.15 link
Administrador Hospitalar, currículo invejável link e conhecimento impar para suceder a Paulo
Macedo. Não vejo ninguém mais apto para levar a cabo a reforma da rede
hospitalar e CSP, enfrentar os múltiplos desafios do nosso sistema de saúde: novas tecnologias, dificuldades de
financiamento, cooperação intersectorial e defesa do serviço público.
Deus nos livre dos candidatos casseteiros.
Deus nos livre dos candidatos casseteiros.
Etiquetas: Entrevistas, s.n.s
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