Pozinhos de perlimpimpim
Entrevista a Fernando Leal
da Costa, secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde.
O governo tem feito nos últimos dias uma espécie de
road show a prestar contas destes quatro anos de mandato. Pensando
especificamente no setor da saúde e nos efeitos que a austeridade acabou por
ter nessa área, como é que se pede um novo voto de confiança?
Nos
próximos anos, os portugueses têm todas as razões para confiar em nós, por duas
ordens de razões: em primeiro lugar, quem acredita num Serviço Nacional de
Saúde (SNS) com as características que o nosso tem e for confrontado no momento
do voto entre o PS e esta maioria, obviamente que compreenderá que é preferível
votar na maioria. Porque o PS não só não traz nada de novo como aquilo que traz
de revisitado representa um risco enorme de voltarmos às políticas que levaram
o Portugal à bancarrota. O programa de saúde do PS não tem um indicador
quantificado.
O
programa da maioria, por seu lado, ainda não é conhecido...
O
programa da maioria ainda não é conhecido, até porque tem sido elaborado com
muito mais cuidado. E acima de tudo com um conhecimento de causa. Será
certamente um programa muito mais concreto e muito mais exequível, não terá
nada daquela conversa fiada que tem o discurso do PS. Desde a primeira hora que
o PS não tem dito outra coisa que não seja que este governo iria destruir o
SNS. O PS colocou-se à margem da solução dos problemas que criaram e vêm agora
dizer que não foram consultados, mas a verdade é que o PS não fez outra coisa
que não seja dizer mal e confrontado com o processo eleitoral continua com esse
discurso catastrófico e não apresenta nada que não seja a continuação das
políticas que nós fizemos. Esse é o grande problema do PS: por um lado, quer
ser de esquerda, sem conseguir porque para ser de esquerda o PCP faz melhor o
papel, e ao mesmo tempo quer fingir que é social-democrata sem o conseguir,
porque para ser social-democrata e democrata-cristão nós somos melhores.
Numa
ótica de sustentabilidade do SNS, será expectável serem aumentadas taxas sobre
produtos nocivos, como o sal, o açúcar ou o tabaco?
Essas
taxas têm um valor interessante do ponto de vista da modelação de
comportamento, nunca de vista de geração de receita. Estou convencido de que
aquilo que podemos ir tirar a mais nas taxas de produtos nocivos nunca será
suficiente para compensar o que venha a ser o aumento da despesa em algumas
áreas.
Qual é o saldo financeiro do SNS e qual será
quando terminar o ano?
Neste
momento não tenho números que me permitam responder com segurança. Sei qual é o
valor de redução de dívida: cerca de 1,5 mil milhões de euros.
DN
04/07/2015
Lê-se a entrevista de Leal da Costa ao DN,
relê-se a de Jorge Simões ao Público, escrutina-se, escrutina-se e é o mesmo
vazio que sentimos. Afinal o SNS não está tão mal como se perceciona, é apenas
uma questão de pequenos ajustamentos e de uns pozinhos de perlimpimpim no sítio
certo.
Tavisto
1 Comments:
Revistando um tema caro deste Secretário de Estado, ou seja os 'produtos nocivos', sobre os quais adora aplicar taxas para 'condicionar', pela via repressiva (fiscal), alterações de comportamentos vamos, com certeza, em Outubro/Novembro próximo, ter oportunidade de tomar uma atitude 'radical': Eliminar (radicalmente!)a nocividade deste senhor que se julga um 'salvador' do SNS!
Os créditos, em política, obtém-se frequentemente pela ocultação das perdas. Mas seria de esperar que, ao longo de 4 anos, o dito senhor tivesse adquirido a noção de que as perdas (no SNS) dificilmente são camufláveis. Os números podem ser 'trabalhados' mas as pessoas chocam quotidianamente com a realidade. Isto é, por enquanto, ainda sobrevivem...
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