sábado, dezembro 2

ACF, decidiu mal

Ministro da Saúde assume que comunicou mal a mudança. 
Adalberto Campos Fernandes admite ser o responsável pela má comunicação da mudança da sede do organismo.
O ministro da Saúde admitiu hoje que a decisão de transferir a sede do Infarmed para o Porto foi "muito mal comunicada" e assumiu as responsabilidades por essa má comunicação. 
"Foi muito mal comunicada e o responsável por essa má comunicação tem um nome: sou eu. E é por isso que assumo as minhas responsabilidades e terei agora de explicar detalhadamente, de trabalhar detalhadamente com todos, para que essa comunicação seja recomposta", afirmou Adalberto Campos Fernandes aos jornalistas no final de uma comissão parlamentar de Saúde e questionado pela agência Lusa sobre a questão da transferência da sede do Infarmed. 
O anúncio de que a sede da Autoridade Nacional do Medicamento - Infarmed sairia de Lisboa para o Porto foi feito na semana passada pelo ministro Adalberto Campos Fernandes, durante uma conferência em Lisboa, tendo apanhado de surpresa os trabalhadores da instituição. 
Campos Fernandes adiantou ter sido, ele próprio, "o primeiro a dizer ao primeiro-ministro" que esta questão tinha sido mal comunicada. 
Em política, a humildade e a capacidade de reconhecimento do erro não deve servir para nos desviar de um caminho. 
O ministro continua a dizer que a decisão política de transferir a sede do Infarmed já estava tomada há mais tempo e recusou comentar a entrevista da presidente do organismo, que disse nunca ter percebido que se tratava de uma decisão, mas antes de uma intenção. 
DN 29/11/2017 
 Entrevista da presidente do Infarmed, Maria do Céu Machado: 
Médica há mais de 40 anos, a presidente do Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde) recorda a surpresa que constituiu o telefonema feito pelo ministro da Saúde a dar-lhe conta da mudança da sede do organismo de Lisboa para o Porto. Garante que até essa altura apenas tinha ouvido dizer que Adalberto Campos Fernandes tinha perguntado num almoço "e se o Infarmed fosse para o Porto?", o que interpretou então "como uma brincadeira". Nesta entrevista que estava prometida há meses, a pediatra que é a primeira mulher a presidir ao Infarmed e foi alta comissária da Saúde lembra que uma das razões pelas quais foi convidada para o cargo pelo ministro foi para trazer a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) para Lisboa. E frisa que o governante lhe disse agora que a anunciada deslocalização do Infarmed para o Porto não era uma decisão, mas "uma intenção”. 
Como surgiu o convite para presidir ao Infarmed? 
O convite foi feito no fim de Março, apanhou-me completamente de surpresa – o senhor ministro surpreende-me sempre –, estava no hospital de Santa Maria, pensando que lá ficaria até ao dia em que faria 70 anos. Telefonou-me a perguntar, em primeiro lugar, a minha idade exactamente para ter ideia quanto tempo faltava para me reformar e depois convidou-me para presidir ao conselho directivo do Infarmed, dizendo que teria três missões. A primeira trazer a Agência Europeia do Medicamento (EMA) para Lisboa, a segunda fazer obras de ampliação no Parque Saúde de modo a que o Infarmed pudesse aumentar as suas competências e a terceira criar a agência de investigação em ciências biomédicas que teria a sede no Parque Saúde de Lisboa. Pedi uma ou duas horas e aceitei sem hesitar. ... 
JP 27.11.17 link 
 A entrevista de Maria do Céu Machado ao Público é arrasadora para Campos Fernandes. É caso para dizer, de boas intenções está o Inferno cheio.

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