Neutralidade na Saúde
Só ao fim de quatro dias é que os vizinhos do
bairro do Outeiro, no Porto, estranharam a luz e a televisão sempre ligadas, a
roupa por apanhar no estendal e a ausência da mulher. Ana morreu no hospital um
dia depois de ter sido encontrada. O filho ainda está internado. Tinha, repito,
85 anos, vivia com o filho deficiente profundo de 57, e, pelos vistos, não era
seguida, vigiada ou apoiada por qualquer instituição do Estado ou similar que,
por exemplo, telefonasse lá para casa para saber se estava tudo bem. Não
estava. E uma morte podia ter sido evitada. Bastava que alguém se preocupasse
ou que tivesse essa obrigação. Há programas e campanhas para tratar e seguir os
idosos a partir de casa com a ajuda da internet que, ao contrário do que se
possa pensar, não é barata nem sequer chega a todos. A neutralidade na Saúde é
de facto um mito. A qualidade de um país vê-se na forma como trata os mais
velhos e a nossa está à vista.
Rui Gustavo – Expresso curto 19/12/2017
A neutralidade na Saúde é mesmo um mito, um mito que nos tentam impingir embrulhado no celofane do pacto para a Saúde.
Tavisto
Rui Gustavo – Expresso curto 19/12/2017
A neutralidade na Saúde é mesmo um mito, um mito que nos tentam impingir embrulhado no celofane do pacto para a Saúde.
Tavisto
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