sexta-feira, fevereiro 4

Resíduos Hospitalares (RH)


Incinerador do Parque da Saúde. Contentores com resíduos contaminados perigosos provenientes dos hospitais de todo o país amontoam-se às centenas a céu aberto a escassas centenas de metros do Bairro de Alvalade.
1.- A gestão de Resíduos Hospitalares (RH), envolve um conjunto de operações de recolha, transporte, tratamento, valorização e eliminação dos resíduos, incluindo a monitorização dos locais de descarga após o encerramento das respectivas instalações, bem como o planeamento dessas operações, sendo atribuída a responsabilidade dessa gestão aos produtores, ou seja, às unidades de saúde do SNS.
O Despacho nº 242/96, classifica e define as condições de triagem, acondicionamento e armazenamento dos resíduos hospitalares (RH) dentro das unidades de saúde.
2. – A Inspecção-Geral do Ambiente (IGA), detectou infracções em 80 % das unidades inspeccionadas. A maioria das infracções referem-se à gestão dos resíduos líquidos traduzidas em descargas de resíduos não tratados para a rede de saneamento pública. Os efluentes hospitalares, são, assim, susceptíveis de transportar inúmeros vírus e bactérias, com elevado grau de resistência, e produtos químicos: solventes orgânicos (álcool, acetona, formol), ácidos, líquidos de risco biológico (reagentes contaminados), compostos metálicos, com mercúrio ou banhos usados na revelação de películas radiográficas.
3. - Outro tipo de infracções detectadas pela IGA diz respeito à gestão dos resíduos sólidos. A prova de que há unidades prestadoras de cuidados de saúde que não possuem práticas de triagem e tratamento de resíduos é o seu aparecimento junto dos lixos domésticos.
Os resíduos hospitalares são classificados em quatro grupos:
Grupo I – Resíduos equiparados a urbanos - não apresentam exigências especiais no seu tratamento
Grupo II – Resíduos hospitalares não perigosos - não estão sujeitos a tratamentos específicos, podendo ser equiparados a urbanos
Grupo III - Resíduos hospitalares de risco biológico - resíduos contaminados ou suspeitos de contaminação, susceptíveis de incineração ou de outro pré-tratamento eficaz, permitindo posterior eliminação como resíduo urbano
Grupo IV – Resíduos hospitalares específicos - resíduos de vários tipos de incineração obrigatória.
Estima-se que cada doente internado em Portugal produza cerca 1 kg de RH contaminados/dia.
4. - A lei obriga a incinerar todos os resíduos do grupo IV, mas actualmente em Portugal existe apenas uma unidade incineradora a funcionar no Parque da Saúde.
O incinerador do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) é responsável pela queima de todos os resíduos do grupo IV produzidos em Portugal mas está a funcionar sem licença da Direcção-Geral de Saúde (DGS). A legalização do Incinerador do SUCH, ainda não foi efectuada devido à dificuldade em obter um estudo de impacto ambiental. Efectivamente, instalado em plena cidade de Lisboa - Parque da Saúde - onde diariamente chegam camiões porta contentores com os resíduos contaminados perigosos dos hospitais de todo o país, com abundantes emissões de fumo pestilento para a atmosfera, qual será a entidade que arrisca emitir um estudo de impacto ambiental favorável para semelhante incinerador. Consideramos que a manutenção em funcionamento do incinerador da SUCH no Parque da Saúde constitui um grave atentado à Saúde Pública e uma das ilegalidades mais bem protegidas (calada) do nosso país.

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3 Comments:

Blogger xavier said...

Bombas Biológicas a circular pelas nossas estradas.
Os resíduos hospitalares (RH) perigosos são transportados da região norte por um camião que tapa os contentores com enormes lonas laterais mas sem as condições minimas de segurança. Os resíduos deveriam ser contentorizados em camiões frigorificados estanques de forma a resguarda-los do ar ambiente externo.
Será que as brigadas de trânsito da GNR desconhecem a lei sobre o transporte destes resíduos, que constituem para as populações autênticas bombas biológicas.

3:12 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Quando a atmosfera está baixa o ar torna-se irrespirável em muitas áreas do Parque da Saúde. O que parece um jardim da cidade encerra no seu ventre uma autêntica bomba biológica em plena cidade de Lisboa.

5:13 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

É evidente para toda a gente que semelhante equipamento não devia estar instalado nesta zona da cidade.
Depois são as condições de exploraçãoda unidade incineradora: Armazéns climatizados para o armazenamento de contentores, zona de lavagem para os contentores, equipamento com um sistema de tratamento de fumos leitura das emissões para a atmosfera periódicas, sistema de transporte estanque e frigorificado em camiões adequados para o efeito.
Se a unidade de incineração instalada no parque da saúde não está legalizada também não estará sujeita a estes controles por parte das autoridades de saúde.

5:56 da tarde  

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