sábado, abril 16

O Poder da Indústria



1. - A BMJ de 16 April 2005 (Vol 330, No 7496), publica um conjunto de artigos sobre o poder da Indústria Farmacêutica no Reino Unido e a forma como influência os mais diversos grupos profissionais com poder de intervenção no Sistema de Saúde. (Say no to the free lunch)(The influence of big pharma)(Confessions of a drug rep link)
“The power of drug companies to buy influence over every key group in health care—doctors, charities, patient groups, journalists, politicians—has clearly shocked a UK parliamentary committee (p 855). It should shock us all. Can we console ourselves that companies' lavish spending on research and marketing, which far outstrips spending on independent research and drug information, leads to truly innovative treatments? No, says the committee's report. Can we rely on regulatory bodies to keep the industry in check? No, again. “
2. - E em Portugal ?
Por cá, temos o João Cordeiro, presidente ANF, a alertar para a pressão da Indústria Farmacêutica sobre a prescrição médica: “É preciso avaliar a influência/pressão que a Indústria Farmacêutica tem sobre a prescrição médica” (seminário - O Contributo da Farmácia Portuguesa para o nosso Sistema de Saúde- realizado no Porto em 15.04.05).
Trata-se neste caso, como é evidente, de uma tentativa de João Cordeiro em desviar as atenções sobre a ANF, sujeita a enorme pressão desde a tomada de posse do XVII Governo Constitucional.
No entanto, a pressão da Indústria Farmacêutica sobre os profissionais da Saúde em Portugal, é um facto, levada a cabo por um batalhão de delegados de informação médica ao serviço dos diversos Laboratórios que operam em Portugal.
Os casos detectados pela Inspecção Geral de Saúde (IGS), bem como algumas denúncias, leva-nos a crer que o comportamento da Indústria Farmacêutica em Portugal se norteia por conduta idêntica à referida nos artigos da BMJ.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A IGS investigou vários casos em que áos médicos eram atribuídos pontos de acordo com o número de embalagens prescritas de determinadas substâncias.
Os pontos davam direito como em qualquer concurso a vários prémios oferecidos pelos laboratórios.

Por outro lado, a autorização de introdução no mercado de determinadas substâncias sem trazerem quaisquer vantagens terapêuticas para os doentes já a poucos causa surpresa.
Não fazemos mais do que imitar os maus exemplos que nos chegam de fora.

12:22 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Não tenho a certeza, nem dou de barato tudo o que a IGS, diz ou faz.
Não gosto nem do método de auditoria, nem da publicitação antes dos interessados tomarem conhecimento, faz-me lembrar coisas passadas muitas e demasiadas vezes no undo da nossa justiça.
Para além disso na indústria nem tudo é mau, está em 12º lugar no ranking europeu.
Um dos sucessos em termos de crescimento da economia da Irlanda é devido à indústria farmacêutica.
Portanto não batam tanto no ceguinho, porque a indústria textil já era e as receitas do turismo ainda vão aguentando este país, os empresários que eram considerados heróis há uns tempos venderam-se aos espanóis.

8:50 da tarde  

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