segunda-feira, outubro 17

Mudar os Hospitais


A situação portuguesa (da gestão hospitalar) é neste caso, como eventualmente noutras, “sui generis”. Ao acumular, permanente e estável, de conhecimento dos profissionais, devidamente habilitados, prefere-se, muitas vezes, a ruptura, introduzindo-se o “sangue novo” do arrivismo, de pequenas ou grandes habilidades, de desconstrução.
Que provocam a instabilidade no governo dos serviços, geram a desconfiança nos profissionais de saúde e pioram o funcionamento das instituições. Há, naturalmente, excepções que apenas confirmam a regra.
Manuel Delgado - Gestão Hospitalar na Europa, revista Gestão Hospitalar, Set 2005.

Todos se lembram do que se passou no tempo do anterior ministro da saúde, Luís Filipe Pereira.
Com a nomeação de CC os AH readquiriram legitimas esperanças de que algo ia mudar nos hospitais.
Decorridos sete meses de governação a situação permanece na mesma, com algumas poucas excepções.
Tenho recebido inúmeros mails a relatar situações de AH sem funções distribuídas há vários meses. AH que vêem os seus postos de trabalho ocupados por meninos e meninas recém licenciados, familiares do CA. AH a quem foram retirados os gabinetes que usualmente utilizavam ou partilhavam com colegas. A perseguição mesquinha chega ao ponto de a administração lhes retirar o acesso ao PC por não ser necessário, uma vez que não têm funções distribuídas (segundo a Administração, não têm nada para fazer).
Senhor ministro, é preciso dar um abanão nos hospitais. Colocar nos Conselhos de Administração pessoas competentes da casa motivadas para servir o SNS. Temos de mudar de vida. Quanto mais rápido melhor. Olhe que se faz tarde.

5 Comments:

Blogger tonitosa said...

A ser verdade o que diz o Xavier (e não tenho que duvidar) tais condutas obviamente merecem o meu repúdio. A entrada de pessoas com formação diversificada tem que ser transformada em oportunidades de melhoria para todos e não de exclusão para os que já "cá estavam". A todos devem ser dadas oportunidades e exigidas as correspondentes responsabilidades, mas não devemos pensar que somos todos perfeitos. Em todos os sectores de actividade e em todas as áreas há bons e maus profissionais e muitas vezes quando se pretende mudar algo, mexendo no status quo, essas decisões são tidas como persecutórias. Conheço uma situação em que a uma profissional (AH) foi proposta uma mudança de serviço. A decisão foi mal recebida. Entretanto, quando uns meses depois, por opção própria, a pessoa em causa decidiu ir-se embora, agradeceu (ao que parece de forma sincera) o facto de ter sido colocada no novo serviço onde terá aprendido defacto coisas novas e não menos importantes para a sua carreira profissional.
Casos como este certamente todos os que não são novos nestas andanças, terão provavelmente conhecido.
Como se vem dizendo e repetindo neste blogg, também nesta matéria, "há que distinguir o trigo do jóio".

12:24 da manhã  
Blogger xavier said...

Vou solicitar autorização a quem me enviou mails.
Um abraço

9:21 da manhã  
Blogger xavier said...

Para já, posso informar que existem situações de AH na prateleira no IPO SA do Porto, Hospital de Santo António SA e na ULS de Matosinhos).
Até há bem pouco tempo esteve no HGSA outro colega na prateleira (no Centro de Formação) que entretanto decidiu ir trabalhar para as PPP, porque o trabalho que desenvolvia não era compatível com as suas capacidades.
Era bom a APAH averiguar estas situações.

11:48 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Ora cá está uma oportunidade para os AH e não só. As PPP. Felizmente as PPP não deixarão de aproveitar os elementos com capacidade e competências que possam fazer trabalho de qualidade.
E outra conclusão se pode tirar: também há AH's favoráveis às PPP!

12:26 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Joaopedro
Diga lá onde é que lhe dói!
Olhe vá à urgência de um qualquer hospital ou ao seu médico de família e vai ver que isso passa.
Na verdade o Senhor não faz a mínima ideia de que eu sou!

12:26 da manhã  

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