Plano B
O ministro da saúde , António Correia de Campos, deu mais uma entrevista ao semanário expresso (n.º 1720, 15.10.05). (link)
Depois da ameaça velada de João Cordeiro no programa "prós e contras", sobre a conclusão da legislatura, a história do dossier a entregar na Procuradoria Geral da República com acusações de má gestão durante a sua primeira passagem pelo ministério, parece trazer CC preocupado. De então para cá a refrega CC/ANF subiu de tom. Digamos que atingiu já o alerta laranja.
CC, pelos visto, avisado, preparou-se para o pior dos cenários. Até um plano B tem engendrado para o caso de haver ruptura que leve à interrupção dos fornecimento de medicamentos comparticipados por parte das associadas de João Cordeiro.
Na referida entrevista ficámos também a saber que depois do desastre das eleições autárquicas, vamos ter a implementação de medidas impopulares (para estes resultados não era preciso esperar): encerramentos de 15 maternidades, algumas urgências do ambulatório. CC terá que ter mais cuidados com a segurança quando se deslocar ao interior para homenagear os CA dos hospitais requalificados (quarenta até finais de 2006).
Para fazer cumprir a lei da IVG, Correia de Campos reafirmou a sua intenção de recorrer aos serviços da Clínica dos Arcos e de outras clínicas nacionais e estrangeiras.
A propósito do prémio nobel da literatura, porque é que estas entrevistas nos fazem lembrar, cada vez mais, o skecht do Harold Pinter .
CC, pelos visto, avisado, preparou-se para o pior dos cenários. Até um plano B tem engendrado para o caso de haver ruptura que leve à interrupção dos fornecimento de medicamentos comparticipados por parte das associadas de João Cordeiro.
Na referida entrevista ficámos também a saber que depois do desastre das eleições autárquicas, vamos ter a implementação de medidas impopulares (para estes resultados não era preciso esperar): encerramentos de 15 maternidades, algumas urgências do ambulatório. CC terá que ter mais cuidados com a segurança quando se deslocar ao interior para homenagear os CA dos hospitais requalificados (quarenta até finais de 2006).
Para fazer cumprir a lei da IVG, Correia de Campos reafirmou a sua intenção de recorrer aos serviços da Clínica dos Arcos e de outras clínicas nacionais e estrangeiras.
A propósito do prémio nobel da literatura, porque é que estas entrevistas nos fazem lembrar, cada vez mais, o skecht do Harold Pinter .
3 Comments:
Luís Oriente said:
Na 2ª feira, por volta da hora do almoço, saberemos se o primeiro-ministro cumpre o que Correia de Campos tem anunciado e lhe entrega o maior orçamento de sempre de um Ministro da Saúde – exactamente o orçamento inicial de 2005, mais o rectificativo e mais 4 por cento. Se tal se confirmar é pena que tantos fundos sejam entregues a um ministro que se revela completamente incapaz de tomar uma medida racional, inteligente e eficaz. Para ir ao fundo da questão, Correia de Campos não só não consegue ter tino nas medidas que toma como é incapaz do mínimo de bom senso mesmo naquilo que anuncia. Veja-se que conseguiu, na mesma intervenção mediática, anunciar o fim das maternidades do interior do País (como se a distância não fosse um factor fundamental na ocorrência de partos) e o convite a uma clínica espanhola de abortos par substituir as obrigações que, nesta matéria, têm os hospitais públicos. Na mesma entrevista conseguiu, aliás, a proeza de continuar a desancar na ANF e não se referir ao escândalo do cartel dos 5 laboratórios. Enfim, que pena tanto dinheiro para tamanho “outspoken”.
Luís Oriente
Finalmente, Investimento estrangeiro:
OS RESPONSÁVEIS da clínica que em Espanha realiza a maior parte dos abortos legais vêm a Lisboa para oficializar a intenção de abrir uma sucursal em Portugal. E na próxima semana terão um encontro com o ministro da Saúde. Em entrevista ao EXPRESSO, Correia de Campos disse estar interessado em que a Clínica dos Arcos e outras clínicas estrangeiras entrem em Portugal e trabalhem na área da interrupção da gravidez. É a única forma, garante, de fazer cumprir a lei, já que a maior parte dos hospitais públicos portugueses não o tem feito.
Luís Oriente
É difícil que médicos e enfermeiros que trabalham nas áreas materno-infantis e sobretudo nas "maternidades" estejam predispostos a realizar abortos que não sejam por razões clínicas (saúde da mãe ou do feto). Na verdade o que verificamos sempre é a sua vocação para preservar a vida, seja durante a gravidez seja nos cuidados de neonatologia.
Assim se percebe que não estejam receptivos à realização de abortos, mesmo que não sejam objectores de consciência. As clínicas particularres, como sabemos, fazem disso um negócio...logo, quantos mais abortos melhor?!
Acho que o Ministro da Saúde não deve ter a iniciativa de recorrer aos serviços de clínicas particulares para colmatar a sua incapacidade de "gerir" o sector público. E não me parece que os médicos dos nossos hospitais se recusem a fazer abortos clinicamente recomendados.
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