Reforma dos Cuidados Primários
Gestão Hospitalar: A experiência de Matosinhos vai ser repetida?
Luís Pisco: Acredito que esta articulação e este funcionamento devem nascer debaixo para cima. Estar a pôr um conselho de Administração, uma cadeia de comando e controlo que vai mandar em hospitais e centros, pessoalmente tenho fortíssimas dúvidas que isso resulte.
Gestão Hospitalar: A experiência a repetir terá algumas mudanças ?
Luís Pisco: Eu diria algum cuidado. Ninguém tem dúvidas sobre a necessidade dos Centros de Saúde e Hospitais se articularem. Mais importante que o tal Conselho de Administração, que está centrado nele próprio, é centrarmo-nos nas pessoas e no modo como elas e a informação fluem nesse nível de cuidados.
Gestão Hospitalar: O Relatório aponta para 200 Unidades de Saúde Familiares (USF) a funcionar dentro de dois anos.
Luís Pisco: Acho que será exequível. Estaremos a dar um atendimento diferente e melhor organizado a dois milhões de portugueses. Já é significativo. Mas acho que uma reforma do sistema de saúde demorará 10 anos.
Gestão Hospitalar : O primeiro passo é dentro de 2 anos e o resto vai-se fazendo ?
Luís Pisco: O mais difícil é conseguir a massa crítica suficiente e vencer a inércia inicial. Estou convencido que quando chegarmos às 200 USF e dois milhões de pessoas o resto será um caminho mais fácil.
Entrevista à Gestão Hospitalar - Setembro 2005.
Luís Pisco: Acredito que esta articulação e este funcionamento devem nascer debaixo para cima. Estar a pôr um conselho de Administração, uma cadeia de comando e controlo que vai mandar em hospitais e centros, pessoalmente tenho fortíssimas dúvidas que isso resulte.
Gestão Hospitalar: A experiência a repetir terá algumas mudanças ?
Luís Pisco: Eu diria algum cuidado. Ninguém tem dúvidas sobre a necessidade dos Centros de Saúde e Hospitais se articularem. Mais importante que o tal Conselho de Administração, que está centrado nele próprio, é centrarmo-nos nas pessoas e no modo como elas e a informação fluem nesse nível de cuidados.
Gestão Hospitalar: O Relatório aponta para 200 Unidades de Saúde Familiares (USF) a funcionar dentro de dois anos.
Luís Pisco: Acho que será exequível. Estaremos a dar um atendimento diferente e melhor organizado a dois milhões de portugueses. Já é significativo. Mas acho que uma reforma do sistema de saúde demorará 10 anos.
Gestão Hospitalar : O primeiro passo é dentro de 2 anos e o resto vai-se fazendo ?
Luís Pisco: O mais difícil é conseguir a massa crítica suficiente e vencer a inércia inicial. Estou convencido que quando chegarmos às 200 USF e dois milhões de pessoas o resto será um caminho mais fácil.
Entrevista à Gestão Hospitalar - Setembro 2005.
É por aqui que a Política de Saúde do ministro da saúde, António Correia de Campos, vai marcar a diferença. As USF vão constituir uma nova forma de prestação de cuidados mais adequados às actuais necessidades das populações. Vamos ver se LP consegue fazer centrar o funcionamento das ULS nos Centros de Saúde, construindo um modelo de organização substancialmente diferente da ULS de Matosinhos.
7 Comments:
Eu penso que é mais um esbanjar de recursos. Se nem os Centros de Saúde funcionam adequadamente, como avançar para USF?! O nosso pequenos país, dirigido por pequenos governantes, não consegue ter um rumo. Lançaram-se 31 HH SA's e ainda a experiência não foi testada adequadamente e logo se está a tratar da sua mudança. Se não temos recursos par por a funcionar adequadamente os Hospitais e Centros de Saúde, como vamos ter recursos para a instalação das USF?
Cá estamos perante mais um modelo teórico que nunca há-de funcionar!
Parece haver aqui uma tremenda confusão.
Hoje em dia gastam-se fortunas com os cuidados de saúde sem que estes obtenham os resultados desejados.
Hoje há situações novas que é preciso considerar na organização dos cuidados como é o problema dos idosos.
As doenças crónicas e os idosos que obrigam a repetidos internamentos fazem com que seja absolutamente necessário organizar os cuidados de rectaguarda e a articulação com os cuidados diferenciados.
Não se trata de abandonar projectos recentes em execução mas sim de dar resposta a novas situações.
O grupo de trabalho neste caso fez um excelente estudo orientador das medidas a implementar para a reorganização dos cuidados promários.
Luís Pisco é um profissional competente que parte com a vantagem de dispor de um instrumento de trabalho de elevada qualidade.
A reforma projectada para os Cuidados Primários vai causar as necessárias rupturas no sistenma de saúde.
Não nos devemos deixar embalar na torrente das críticas sem fundamento nem conhecimento de causa.
Muita coisa tem sido mal feita até à data.
No caso dos Cuidados Primários não há razão para tamanhas críticas.
Há que saber separar o trigo do joio. Há comentadores cujas intervenções aqui na SaudeSA se pautam pelo prazer único da crítica pela crítica.
Este governo não é do PSD/PP e vai daí tudo o que é feito está mal.
Na maioria das vezes nem uma abordagem técnica do problema conseguem fazer.
Mas desde que se diga mal, tudo está bem.
Vamos dar tempo ao tempo e veremos que nos cuidados primários algo de qualitativamente novo será produzido.
Tonitosa = Santa Maria ?
Então quando se pretende construir um modelo de gestão dos CSP de combate ao hospitalocentrismo dominante, será lógico defender que os CS deverão integrar-se nos hospitais como pretendia o LFP e a JMS em relação ao Hospital Amadora Sintra.
Efectivamente, a clique do senhor Tonitosa não se preocupa em defender neste blog as questões técnicas mas unicamente tomar posições políticas sobre os vários temas.
É este reacionarismo aliçersado em posições sociais e políticas do tempo da outra senhora que é preciso desinstalar deste blog.
Temos que evitar que as críticas que vimos fazendo á actuação do CC, na melhor das intenções, sejam aproveitadas por estes senhores para desenvolver a sua acção política esperançados que um novo ciclo político rápido os faça regressar às posições que ambicionam.
Temos de estar atentos.
Engª Helena
Pode ter a certeza de que Tonitosa não é Santa Maria.
A senhora é que não sei porquê, continua a "marrar" comigo (?).
Está no seu direito de achar que a nova organização dos Cuidados Primários é óptima. Mas deixe que outros tenham pensamento dfiferente sobre a matéria. E se não tem argumentos "técnicos" para defender a sua dama, não impute aos outros intenções que manifestamente deixa expressa nos seus comentários.
Permita-me que lhe diga sem pretender ser indelicado: os seus comentáris são um vazio de ideias; a senhora está fixada na sua condição de AH e não consegue ver mais além; e em desespero de causa "pede" ao Xavier que recorra à "censura"!
Diga-nos lá quais os funadamentos para que se possa pensar que num país onde a Saúde está como está, onde os Hospitais e Centros de Saúde funcionam de forma tão desarticulada, onde há falta de recursos (humanos, materias e financeiros) será necessário (e possível) criar centenas de USF capazes de responderem às necessidades dos utentes. Não devemos, antes, aproveitar a capacidade instalada e reorganizar os meios disponíveis para melhorar o que já existe?
O senhor Tonitosa é que fala do que não sabe.
Aliás o senhor Tonitosa vai a todas, fala de tudo e não conhece de nada.
A reforma o que prevê é redimensionamento dos cuidados primários, construindo pequenas unidades funcionais, encerrando os inúmeros SAP´s e CATUR´s.
O que se pretende com esta reforma é obter ganhos de eficiência gastando menos dinheiro com melhores resultados.
Reorganização das equipas em pequenos grupos remuneradas por acto e ponderação da qualidade.
O problema do nosso actual sistema de saúde tem muito a ver com infra-estruturas e organização. Como é possível ter centros de saúde funcionais - eficazes e eficientes - funcionando em pouco mais que vãos de escada?! Como é possível dizer aos utentes que se dirigem às urgências dos hospitais para irem (antes) ao médico do Centro de Saúde se o mesmo ou não pode atender "na hora" ou ainda se, não tendo equipas pluridisciplinares e meios de diagnóstico, encaminha de seguida o doente para a Urgência hospitalar?! E não é muitas vezes o médico de família ou o médico particular que diz aos seus "doentes" para o procurarem no Hospital em dias em que estão de Banco?
Por outro lado continuamos a ter hospitais que, para as exigências dos cuidadois de saúde actuais, sõ têm o nome. Também estes em muitos casos funcionam em instalações degradadas, com equipamentos obsoletos e onde aos médicos e outros profissionais se exige que façam milagres.
Penso pois que o verdadfeiro esforço deve ser feito nestes campos - melhor aproveitamento dos recursos existentes, melhores condições de trabalho, maior exigência de responsabilidad e adequado sistema remuneratório que permita separar o trigo do jóio.
Ainda não há muito tempo, um director do serviço de cirurgia questionado sobre a relação médico/cirurgias realizadas me dizia: "tenho uma equipa médica envelhecida e tenho médicos que até agradeço que não operem pois sei que o risco é elevado. Mas na verdade não posso impedi-los de operar. Porém isso não me permite melhorar a "produção". E não deixa, obviamente de pesar nos custos do serviço e até de implicar maiores custos dos actos praticados. Além do risco para o doente que, para ser reduzido, me obriga a envolver outros profissionais nas mesmas tarefas".
Depois, em matéria de articulação todos os que conhecem o Sistema, sabem que o mesmo funciona muito à base de "quintas". E em cada quinta "ninguém mexe!
A terminar uma breve nota a propósito do comentário de Alrazi: estou longe de ser um liberal sobretudo em áreas como a saúde e a educação (e mais duas ou três)cuja "nobreza" não pode (não deve) dispensar uma forte presença dos serviços públicos.
Tenho de resto uma incomensurável honra nos meus já muitos anos de serviço público.
Defendo e exponho as minha ideias. Não pretendo ser (gratuitamente) polémico mas não darei nunca a outra face!
Ainda não respondi pois estou em trabalho no. estrangeiro.
Logo que regressar responderei.
Para já quanto à articulação Hospitais Centros de Saúde das ULS, leiam o que Luís Pisco diz no texto do Post do Xavier.
Pretende-se construir um tipo de articulação substanciamente diferente da UL de Matosinhos.
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