Conferência da APES
Contávamos estar hoje (24.11.05) em Coimbra a assistir à primeira sessão da 9.ª Conferência Nacional de Economia da Saúde, organizada pela APES. Infelizmente tal não foi possível.
Nesta sessão, o professor Miguel Gouveia a quem o ministro da saúde, António Correia de Campos, encomendou um estudo de avaliação da experiência dos HH SA, adiantou algumas das conclusões do seu trabalho.
Para MG o impacto de transformação dos Hospitais SA não é muito grande e não há diferenças significativas relativamente aos HH SPA, há, no entanto, segmentos em que estes HH obtiveram acréscimos de eficiência através da produção de prestações de cuidados com custos mais baixos.
Quanto a nós estas conclusões carecem, da nossa parte, de uma leitura crítica aprofundada dos dados recolhidos e das respectivas fontes que serviram de fundamento ao trabalho levado a cabo por MG .
Para MG o impacto de transformação dos Hospitais SA não é muito grande e não há diferenças significativas relativamente aos HH SPA, há, no entanto, segmentos em que estes HH obtiveram acréscimos de eficiência através da produção de prestações de cuidados com custos mais baixos.
Quanto a nós estas conclusões carecem, da nossa parte, de uma leitura crítica aprofundada dos dados recolhidos e das respectivas fontes que serviram de fundamento ao trabalho levado a cabo por MG .
Para já é o que se nos oferece dizer. Teremos inúmeras oportunidades de voltar ao tema.
6 Comments:
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Xavier.
O estudo da ENSP pode ser consultado na página da da Unidade de Missão dos SA's, permitindo fazer o seu download.
Quanto ao estudo do Prof. Miguel Gouveia, permito-me reproduzir aqui parte do meu comentário de ontem:
"...Mas o que me parece importante é saber-se se os SA's praticaram ou não uma política discriminatória de doentes (selecção adversa) e se houve ou não degradação da qualidade, em benefício da quantidade.
E parece que não houve. Do que conheço, estas conclusões não me surpreendem. Os SA's produziram mais e sem pôr em causa a qualidade dos cuidados. Mas eu direi ainda: produziram mais a menor custo. É que ainda não foi possível (e não será) uma avaliação detalhada dos custos incorridos, numa perspectiva de custo médio-doente equivalente, e da evolução real dos mesmos face ào histórico das mesmas unidades de saúde enquanto SPA's.
"...Esperemos agora pelo estudo do Prof.Miguel Gouveia onde, tudo leva a crer, surgirão novas surpresas".
O estudo da DGS é bom?! O estudo da ENSP é mau?! O estudo do Prof. Miguel Gouveia (ainda não divulgado) já está a ser contestado?!
Mas afinal o Saúde SA é uma espaço de debate sério ou de meias verdades ou meias mentiras, de acordo com as conveniências?!
Do estudo da DGS já se evidenciaram, através de alguns comentadores, os erros e as limitações. Do estudo da ENSP, que a meu ver, do ponto de vista dos AH, deve ser considerado credível, as conclusões não são desastrosas para o modelo SA como durante meses se insinuou, mesmo ao nível dos responsáveis governamentais. O Prof. Miguel Gouveia além de expert na matéria, até foi nomeado por CC, sendo este um dos maiores críticos dos SA's. Logo não creio que MG esteja a falsear os dados.
Sou daqueles que pensam que a experiência SA não pode ser avaliada com rigor apenas pelos resultados alcançados em escassos dois anos de actividade. Memo numa empresa sem passado histórico e sem "passivo" isto é, uma nova empresa, enfrenta-se sempre um período inicial, mais ou menos longo, até se atingirem os resultados projectados. Que dizer de empresas como os HH SA's, herdeiros de uma pesada herança?!
Considerando que os SA's vão passar a EPE's, conhecidas as regras de funcionamento de um e outro dos modelos e sobretudo o que vier a ser estabelecidos nos respectivos regulamentos, daqui a mais dois ou três anos todos poderemos, então, dizer se SA's ou EPE's são ou não bons modelos de gestão hospitalar, e qual deles deu melhores frutos.
Penso, no entanto, que os HH EPE's vão partir de uma situação já totalmente diferente da que partiram os SA's. Na verdade, goste-se ou não, nos SA's foram feitas muitas coisas boas porque todos os que foram envolvidos no processo (governantes, dirigentes e trabalhadores em geral, viram no novo modelo janelas de oportunidades e desafios novos.
Com poderão ser vistas nos EPE's (mas pelo projecto apresentado receio bem que estejam a ser dados passos atrás).
Entre 2000 e 2003 o número de reinternamentos nos hospitais aumentou 17,7%.
Neste último ano, das 75 mil pessopas que tiveram de voltar a ser internadas depois de terem alta, mais de metade tinha mais de 65 anos de idade.
Esta conclusão decorre de um estudo de uma consultora encomendado pelo Ministério da Saúde, à população idosa e em situação de dependência.
O estudo alerta para o facto de os hospitais darem frequentemente alta a pessoas que ainda não têm condições para saír.
JPúblico 18.10.05
referido na revista gestão hospitalar nov 05.
SA NOS HOSPITAIS TEVE POUCO IMPACTO
Jornal de Negócios de hoje 25 Novembro.
Todos sabemos que a população idosa assume cada vez maior peso nos cuidados de saúde e em particular nos internamentos hospitalares. E todos sabemos que essa faixa da população é naturalmente mais vulnerável: seja pela sua menor resistência física e psicológica, seja pela falta de apoios nas suas residências. Logo, é de esperar que, não podendo recorrer a cuidados primários (que não existem ou são insuficientes) procurem com mais frequência os hospitais. E também sabemos como em determinadas épocas do ano o número de camas hoispitalares se torna mais escasso para atender situações mais agudas a exigir internamento hospitalar, com inevitáveis pressões sobre os profissionais de saúde, em particular os médicos.
Quem dá alta aos doentes são os médicos e não me parece que alguém, de boa-fé, possa pôr em causa o rigor profissional dos mesmos. Os médicos podem defender muitos interesses contrários aos do governo e até das instituições onde trabalham, mas se há coisa em que é de justiça louva-los é no "brio profissional" com que tratam os doentes.
A notícia de O Público citada por ricardo, carece naturalmente de adequada avaliação. e não pode ser desligada da realidade social. Se como se sabe, a oferta hospitalar tem aumentado, não surpreende (e é dos livros) que a procura induzida também aumente.
E há factores de diversa natureza que podem explicar o aumento do número de reinternamentos.
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