quarta-feira, dezembro 28

USF

centro saúde, santa marta penaguião
Equipas autónomas de médicos, enfermeiros e administrativos são chave para melhorar o atendimento, permitindo ainda aumentar a remuneração dos profissionais de saúde.
Luís Pisco, Público, Setembro 2005
Burro velho muda e toma andadura
Em Janeiro 2006 irão aparecer as primeiras USF, inicialmente com a “reconversão” de alguns ex- REE (Regime Remuneratório Experimental) e, após a criação da regulamentação e enquadramento legal, poderão surgir mais propostas voluntárias e, espera-se que estejam em laboração 72 USF até Junho 2006. Será o salto qualitativo que faltava à MGF. Poderá ajudar a resolver algumas questões, sem prejuízo da actuação própria e inerente à carreira MGF: listas ponderadas, normalização de procedimentos, melhor complementação na prestação de serviço nas ausências do MF, melhor organização de trabalho e resposta às necessidades dos utentes em inter-substituição, acessibilidade ao processo clínico, melhor execuçãocolaboração nas tarefas de algumas consultas a grupos vulneráveis/riscos, melhor comunicação das situaçõesproblema, colaboração nos Internatos, maior rentabilização do trabalho em equipa, utentes sem MF, SACU, … No entanto ficam muitas questões e agora saltam algumas que esperamos ver abordadas na regulamentação: que grau de autonomia das equipas; USF e actividades gerais preventivas de saúde; deslocalização dos MF para as USF; redistribuição dos MF não aderentes às USF; relações UCF e CS; acumulação USF/ privada; coexistência espacial USF/modelo actual; USF e as consultadorias preconizadas na articulação de cuidados de saúde.
Há dias perguntava-me um colega mais “escaldado”: - Não há modelos perfeitos, no entanto conheces algum modelo laboral em que todos saem beneficiados? Que iremos pagar para passarmos de MF a MUSF ?
Respondi sincero (jogando com dois adágios) e com encanto pela Especialidade que desenvolvo: - Tenho esperança e acredito a priori no modelo e, apesar da idade, acho mesmo que “burro velho muda e toma andadura”.
Aparício Braga – Unidade Saúde de Infias, in "À nossa Saúde" - Boletim Informativo do Centro de Saúde de Braga, trimestral - Nº 2 - Dez 2005.
Muitas dúvidas, alguma esperança e muita boa vontade. Há que ter engenho e arte para levar esta pesada nau a bom porto.

3 Comments:

Blogger tonitosa said...

E assim temos todos os problemas da saúde resolvidos. Ao ler este post fico com a sensação de que afinal o remédio (milagroso) para os problemas da saúde dos portugueses são as USF. Onde tudo parece irá ser um mar-de-rosas!
Fica-me no entanto uma(') dúvida: melhor atendimento será por si sinónimo de melhores cuidados de saúde?

9:13 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Xavier,
Respondi à sua dúvida no post "reorganização das urgências".
Um abraço.

10:44 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Quanto à afirmação de Luís Pisco ao Público, acho possível que equipas autónomas ...possam ser chave para melhorar o atendimento. Mas quando a isso se associa o aumento da remuneração dos profissionais, as dúvidas sobre a qualidade do atendimento são legítimas. E é preciso "REGULAR".
O texto de Aparício Braga é um arrazoado de siglas e palavras que prima pela falta de clareza e objectividade. O que, em meu entender, contradiz a sua conclusão. Defacto acho que burro velho não toma andadura (ou, mais soft, direi que burro velho dificilmente toma andadura).
PS.: Com todo o respeito por Aparício Braga, obviamente.rcyrhq

11:35 da tarde  

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