quarta-feira, fevereiro 22

Derrapagens


Sob enorme pressão da Comissão Europeia, a gestão da Saúde liderada por CC, conseguiu reduzir o défice acumulado da Saúde (Dez 2004) em 29,1 % (366,1 milhões de euros) (IGIF), o que constitui para já um dos maiores êxitos do XVII Governo Constitucional.
Este êxito significará que estamos no bom caminho?
Segundo Avelino de Jesus num artigo publicado no JN (21.02.06) “A competitividade na Saúde", antes pelo contrário, estamos a caminho do abismo.
É que "a terrível pressão para travar as despesas da saúde está a colocar a qualidade do SNS perigosamente em causa com as medidas que procuram, principalmente, reduzir custos. A solução para a Saúde está em conseguir deslocar a concorrência, da área dos custos para o nível da qualidade no tratamento das doenças."(link)
«Actualmente, os fornecedores de serviços procuram empurrar os custos uns para os outros, limitam o acesso aos cuidados, sonegam informação, atrasam a inovação, enfim prejudicam os consumidores.
A pressão deve ser posta na recolha e disseminação da informação sobre os resultados dos procedimentos médicos de modo a que os doentes possam fazer escolhas racionais sobre os médicos, as clínicas e os hospitais. A competição que interessa é a competição sobre quem faz os melhores tratamentos, com as menores complicações e as melhores taxas de sucesso. Ora, esta competição quase não existe e é eliminada, quase por completo, com a actual competição pelos custos.»
avelino jesus, DN 21.02.06
Conhecemos alguns trabalhos de Michael Porter. Parece-nos interessante a sua reflexão sobre a competitividade na Saúde.
Não podemos estar, no entanto, de acordo com algumas das conclusões expressas por AJ no referido artigo:
Não sabemos em que dados se baseou AJ para concluir que a "qualidade do SNS está a ser perigosamente posta em causa com as medidas que procuram, principalmente, reduzir custos". O estudo da Comissão para a Avaliação dos Hospitais Sociedade Anónima (SA), presidida por Miguel Gouveia, demonstrou que é possível conseguir a redução dos custos sem afectar a qualidade das prestações.
Mais adiante pasmámos com o seguinte naco de prosa: »A reconhecida performance do actual governo, patente em várias áreas, está ausente no sector da saúde, onde o excelente trabalho desenvolvido pelo anterior governo foi interrompido abruptamente».
O ministério da Saúde é reconhecidamente um dos mais dinâmicos do XVII Governo Constitucional, concorde-se ou não com a política de saúde que tem vindo a ser implementada. Quanto à interrupção abrupta da política de LFP a que AJ faz alusão basta ver o seguimento que tem sido dado por este governo aos projectos de empresarialização dos hospitais e de construção de novos HH PPP.
Tudo resumido, estamos em condições de concluir que este Avelino Jesus nunca pode ser o brilhante e bem humorado comentador do SaudeSA.
Um abraço para o Avelino. O autêntico. Sempre pensei que a pena acabasse por ser bem mais pesada.

1 Comments:

Blogger xavier said...

Este post foi retirado por inúmeras incorrecções a que fomos alheios.
O texto original foi agora reposto on line.

12:33 da manhã  

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