Week End
A semana foi marcada por vários acontecimentos importantes: A assinatura do protocolo com a Indústria, com poupanças de 90 milhões (?); o estudo de prioridades dos Hospitais PPP (da privatização da Saúde); o recrutamento de AH para a liderança de projectos a desenvolver nos próximos anos. A iniciativa à primeira vista parece-nos boa. Vamos acompanhar.
Sem o vivóporto, semMisericórdia e Avelino, prossegue o grande debate aqui na SaudeSA sobre a política do medicamento.
8 Comments:
Digamos então que, conjugados os acontecimentos referidos com as viagens que as fotos deixam adivinhar, teremos um fim-de-semana em grande.
Mas...as previsões apontam para alguma instabilidade atmosférica!
Tonotosa said:
«Alguém é capaz de apresentar razões para que o trespasse de uma farmácia tenha um valor tão elevado?»
Alguém é capaz de apresentar razões para que o trespasse de um gabinete de imagiologia tenha um valor tão elevado? De uma clínica médica, de uma clínica de fisiatria, de uma clínica hospitalar, de um laboratório de análises clínicas...?
São todos de livre instalação e propriedade. Porque será?
E ainda há tempo para velejar...
os vossos dias de 36 horas são obra:)
Sempre haverá que distinguir uma farmácia de uma clínica. No entanto, também sabemos que os preços dos actos clínicos em estabelecimentos particulares são manifestamente exorbitantes em relação ao nível de vida dos portugueses. E porquê? Exactamente por falta de concorrência defesa de interesses corporativos. Não é médico quem quer e muito menos é médico especialista quem quer. Não entra para medicina quem quer e os que entram não deixam de ser submetidos a um filtro de malha muito apertada, para que a oferta se mantenha estável. Logo, a insuficiência da oferta de serviços cílinicos e os preços praticados permitem os valores de trespasse elevados.
Todos sabemos quanto custa cada minuto de consulta médica. E todos sabemos quanto custa os exames realizados nos gabinetes particulares. Mas também sabemos que muitas vezes não temos "vaga" nos hospitais públicos mas... com empenho arranja-se uma vaga no consultório x ou y ou na clínica A ou B. E isto faz clientela! E isto valoriza a clínica e o gabinete de imagiologia.
E também sabemos que muitos dos preços dos actos, praticados em Portugal, ultrapassam os de outros países, nomeadamente Espanha.
Tal como nas farmácias, entendo que é a oferta insuficiente que, em grande parte, justifica os valores dos trepasses.
A instalação é livre mas os recursos humanos a utilizar são escassos.
Não será esta (entre outrs) uma boa razão, caro Peliteiro?
A clientela, também aqui, está mais ou menos garantida, no entanto não é qualqeur médico que se "aventura" a abrir uma clínica; começa normalmente por um "simples" consultório que partilha com outros colegas, ao mesmo tempo que no Hospital vai cativando potenciais clientes.
A minha resposta não se relaciona com RH.
Relacona-se antes com as chamadas barreiras à entrada, de natureza mais ou menos obscura e que desvirtuam completamente a livre instalação e a livre propriedade. Existem em muitos outros sectores que não o da Saúde (gasolineiras, centros de inspecção automóvel, pontos de venda euromilhões, etc, etc.)
Na Saúde a principal barreira à entrada são o licenciamento e as convenções.
Um caso concreto, o meu: sendo especialista em análises clínicas e pretendendo abrir um laboratório tenho que ter um espaço físico, RH e equipamento para pedir licenciamento à ARS; espero (não sei, muitos) anos; de seguida peço convenções e espero (não sei, muitos mais, depende) mais uns anos. Resultado: é impossível fazer um plano de investimentos com um grau de incerteza tão grande, pelo que não abrem novos LAC em Portugal há anos!!!
Este esquema, ou outro similar, no caso das Farmácias, também não está esquecido, também pode vir a ser utilizado.
Concordo, com os colegas Mário e Guidobaldo.
Foi o MSP quem referiu que gabinetes de imagiologia e clínicas são de livre instalação e propriedade.
E se o são (apenas aparentemente) outras razões que não aquelas (lvre instalação e propriedade) explicarão os elevados trespasses. Eu aduzi razões que terão a ver com o limite da oferta induzido por carência de RH. E penso que é uma explicação. Mas há outras!
Concordo que existem barreiras à entrada "obscuras" que acabam, também por limitar a oferta. Digamos que a livre instalação e mesmo propriedade não são tão livres quanto isso.
Há que mexer outros cordelinhos como seja a obtenção do licenciamento e a realização de acordos de convenção. E aqui, certamente... "quem tem 'amigos' não morre na cadeia"! Não será no fundo uma forma de impedir a livre instalação e mesmo a livre propriedade? Claro que é.
O M.S. Peliteiro deu alguns exemplos, num seu comentário anterior, de clínicas que foram autorizadas e ali estão referidos "nomes de proprietários" (pessoas e grupos) que certamente não tiveram dificuldades em obter os respectivos licenciamentos. Alguns estão,como costuma dizer-se, "com a mão na massa".
Sabemos que são esses que afinal comamdam, muitas vezes na sombra, as decisões sobre licenciamentos e convenções. E fazendo-os passar pelo tal "filtro" estão a limitar o acesso e a defender causas próprias.
Mas...como alguém disse um dia:
É A VIDA!
Por isso, caro Mário, se não é médico quem quer...também não abre um LAC quem quer. E não basta ter o tal "nau-au" para se investir.
E como refere o Guidobaldo a mesma táctica é utilizada em muitos outros sectores.
Um abraço a ambos
Ao Mário de Sá Peliteiro
Caro colega,
Pela primeira vez (não por desconsideração mas por ignorância) só hoje visitei o seu blog "trenguices". Acabo aliás de o fazer.
Você sabe que no HSFX está prevista a criação de um Serviço de Medicina Física e Reabilitação, a instalar no novo edifício?
Serão precisas convenções com o SNS quando se "dominam" determinadas variáveis?
Tente adoptar a mesma tática para o seu LAC. Talvez resulte.
Parabéns pelo seu blog. Voltarei lá mais vezes.
Muito gosto em receber tão ilustre visitante.
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