sexta-feira, fevereiro 10

Brasileirização da Saúde


Há aqui outro fenómeno interessante, que é o da brasileirização da Saúde em Portugal. Sobretudo desde que alguém com uma aura de "operário libertador das classes desfavorecidas", tão forte como Lula da Silva, chegou ao poder, há em alguns sectores da esquerda portuguesa (ligados ao PS) uma espécie de má consciência em relação ao que os diversos governos fizeram por cá. Deste modo, procura-se com afinco, entre a miríade de trapalhadas que o José Inácio tem feito do outro lado do atlântico, alguma coisa que possa ser transposta e atirada à cara dos liberais lusitanos. O caso das farmácias que dão descontos é ouro sobre azul, pois conjuga o melhor de dois mundos: num cenário de completa liberalização, desregulação e descontrolo do sector farmacêutico, há farmácias que oferecem ao povinho medicamentos a preços minimalistas.
É o ovo de colombo de CC !
A medida vem com o selo de qualidade do campeão dos proletários e aplica-se num contexto de vale tudo mercantilista. Ajuda a dar cabo da ANF e é um excelente cartão de visita para um governo de cuja sigla partidária faz parte o "S". Ganha o pobre, ganha o rico e todos entram no bailarico!
PS - Já algum dos frequentadores deste blogue visitou uma farmácia brasileira?
vladimiro jorge

3 Comments:

Blogger Farmaceutico de Oficina said...

Decon questiona descontos da Pague Menos
O Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon-CE) está ingressando um processo administrativo contra a Pague Menos por vender medicamentos com descontos que variam entre 31% e 51%. A decisão foi tomada depois que uma equipe de fiscalização do órgão visitou ontem a Pague Menos na Rua Tristão Gonçalves, no centro da cidade. A prática promocional, segundo o secretário-executivo do Decon-CE, Ricardo Memória, pode resultar na falência de pequenos e médios estabelecimentos farmacêuticos, prejudicando o consumidor em médio e longo prazos.

No início deste mês, a Drogaria São Paulo já tinha sido impedida pela Justiça, por meio de uma ação civil pública ingressada pelo Decon-CE, de dar descontos acima de 15%. A Pague Menos terá 10 dias para se defender junto ao Decon-CE após ser notificada sobre o processo administrativo.

O POVO apurou também que a farmácia Pague Menos da Rua Tristão Gonçalves anunciava, através de um carro de som, descontos entre ''31% e 51%, em todos os medicamentos''. Já a Drogaria São Paulo da Rua Liberato Barroso (localizada ao lado da Pague Menos), mesmo impedida judicialmente de dar descontos acima de 15%, anunciava por meio de uma faixa descontos de 30% - somando-se os 15% no ato do pagamento aos 15% em vale-compra. Na faixa, o cliente era avisado que ''o vale-compras poderá ser utilizado a partir do momento em que acabar a proibição do Tribunal de Justiça que impede a Drogaria São Paulo de dar descontos de 30% a 50%".

Segundo Ricardo Memória, a farmácia que der descontos acima de 15% na venda de medicamentos estará descumprindo termo de ajustamento de conduta. Esse termo foi firmado em dezembro entre o órgão e o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Ceará (Sincofarma-CE). Ele define 15% como o teto para os descontos. Memória explica que o Decon-CE, durante esta semana, fiscalizará os percentuais promocionais aplicados pelas empresas.

O descumprimento do teto de 15% nos descontos em remédios por qualquer farmácia, explica Memória, resultará em abertura de processo administrativo no Decon-CE. A aplicação de multas e a interdição do estabelecimento são algumas das sanções que podem ser adotadas pelo órgão de defesa do consumidor.

O secretário executivo do Decon-CE alerta que a abertura de processo administrativo não impede que outras medidas, inclusive judiciais, sejam adotadas contra as farmácias que descumprirem o termo de ajustamento. Entre elas, o ingresso de uma ação civil pública semelhante à que foi feita contra a Drogaria São Paulo.

O presidente do Sincofarma-CE, Maurício Cavalcante Filizola, explica que com descontos acima de 15% nos medicamentos, ''é impossível honrar com compromissos legais, trabalhistas e tributários, entre as pequenas e médias farmácias. Explicita ainda que a margem bruta de lucro dos estabelecimentos em cima dos remédios fica em torno de 26,3%. Por isso, ele afirma que oferecer descontos entre 30% e 50% em todos os medicamentos é realizar o prejuízo e não o lucro. (Oswaldo Scaliotti)

* O POVO tentou ouvir a Pague Menos, mas foi informado que a empresa não iria se pronunciar sobre o assunto. Quando foi procurado, o superintendente da Drogaria São Paulo, Marcus Paiva, através da secretária, disse que não seria possível atender a reportagem porque estava em uma reunião.

Fonte: O Povo/CE

2:04 da manhã  
Blogger xavier said...

guidobaldo a situação que descreve é do Brasil ?
um abraço

9:23 da manhã  
Blogger helena said...

Parabéns pelo post.
Excelente síntese entreo conteúdo crítico e o sentido de humor.
Salvo erro o vladimiro já é reincidente neste apuramento de qualidade.

2:32 da tarde  

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