sexta-feira, fevereiro 10

Jornal de Negócios errou


A notícia do Jornal de Negócios, publicada no dia 07 de Fevereiro, a que SaudeSA fez referência no texto “decisão pouco clara”, postado no mesmo dia (já retirado), continha erros graves e carecia de fundamento:
«À data da concessão da licença a empresa "Maio Clinic" estava de facto constituída embora o seu registo não estivesse feito. A presunção, de que o procedimento da DGS não era legal não tem qualquer fundamento.
O estabelecimento de uma relação directa, sugerindo favor, entre a autorização dada pelo director geral da Saúde de então e o procurador da empresa requerente, seu filho, não tem o nexo referido.
Todo o processo de autorização seguiu os procedimentos habituais por parte do director geral da saúde de então e mereceu investigação técnica pelos serviços competentes sem preterir qualquer outro candidato, não se verificando assim o nexo explicito no título.»
Jornal de Negócios n.º 691 10 .02.06 (pag. 21).
Tratou-se de um erro clamoroso do JN induzido pelas fontes ressabiadas do costume . Nós aqui na SaudeSA, incautamente, fomos na peugada das comadres.
Ao ex-director geral da Saúde, Dr. José Pereira Miguel, pedimos as nossas desculpas.

10 Comments:

Blogger tonitosa said...

Pois é!...
E Xavier, não faltaram logo os seguidores do JNeg. neste nosso blog, todos atirando pedras vá lá saber-se porquê!
Pessoalmente admiti que as coisas talvez nem fossem tanto assim. Recordam-se? No mínimo, nestas coisas, fica bem darmos o benefício da dúvida.
Fez bem, Xavier, reconhecer o "nosso" erro.
Associo-me ao pedido de desculpas ao Dr. José Pereira Miguel.

9:25 da tarde  
Blogger xavier said...

Em 07 de Fevereiro, o JN publicava uma notícia em que veiculava a informação prestada pelo ex- presidente do Conselho de Administração do Hospital de Aveiro, Dr.Álvaro de Castro, de que este hospital pretendia também instalar uma Unidade de Radioterapia, matéria que era do conhecimento da DGS.
Álvaro de Castro afirmava que tinha comunicado por escrito à DGS que "a instalação da Unidade de Radioterapia era uma prioridade para o hospital e que em 2006 se iniciariam todos os passos necessários".
Naturalmente, esta informação implicava que, dada a capitação legal, tendo sido atribuída à Maio Clinic uma autorização já o hospital de Aveiro não poderia obter.
O JN posteriormente à publicação da notícia, teve acesso à correspondência entre o hospital de Aveiro e a DGS relacionada exclusivamente com a matéria noticiosas e verificou que a pretensão do hospital de Aveiro era a de instalação de um equipamento de Gama Câmara, e não a pretensão de instalação de uma Unidade de Radioterapia.
A veracidade da notícia que então se publicou ficou assim imediatamente anulada pela diferença substancial que existe entre um equipamento de Câmara Gama e uma Unidade de Radioterapia.
Jornal de Negócios n.º 691 de 10 de Fevereiro 2006.

Portanto, o Dr. Álvaro de Castro, que, segundo estão lembrados, na altura em que teve conhecimento que ia ser substituído, declarou que aceitava de boa fé a decisão do ministro, veio posteriormente, na sombra, montar esta bomba para atingir todo o Ministério da Saúde e , em última análise, CC.
Chama-se a isto jogar sujo.

Quanto ao Jornal de Negócios a sua actuação só pode ser considerada de negligente, pois não confirmou junto da DGS, como veio a fazer posteriormente após a publicação da notícia, a veracidade dos factos que lhe foram "bufados pelo Dr. Álvaro de Castro.

11:28 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Começo a pensar que isto até pode ser mais complicado do que parece. Tricas, mal dizer, interesses particulares, etc., parecem estar por detrás de tudo isto.
Seja como for, há uma coisa que me parece que deveria acontecer: se os particulares querem instalar uma Unidade de Radioterapia, correndo por sua conta e risco, o Estado (HH) só tem que ponderar se lhe interessa, sob o ponto de vista económico (pressupondo que a qualidade está assegurada) ter a sua própria unidade para os mesmos fins. Ou seja, o Estado tem (sempre) que ponderar se, estando assegurada a qualidade de cuidados) fica mais barato encaminhar os doentes do hospital ou dos hospitais para essa Clínica (face ao preço) ou se é preferível ter a sua própria Unidade. Coisa diferente é definir quais as Unidades de Radioterapia (ou outras) a instalar nos hospitais públicos, tendo em vista a sua melhor utilização.

11:52 da tarde  
Blogger xavier said...

Para ampliar de molde a poder ler a notícia clicar sobre a foto.

1:27 da manhã  
Blogger xavier said...

Consegui postar a notícia:
" DGS dá negócio a empresa não constituída representada pelo filho do director-geral".

e o desmentido do JN:
Rectificação de notícia publicada a 07 de Fevereiro:
"DGS autoriza unidade de Radioterapia em Aveiro".

Para conseguirem a ampliação necessária fazer duplo clique sobre as fotos.

Um exemplo paradigmático do mau jornalismo que se faz em Portugal.

1:51 da manhã  
Blogger ricardo said...

Que o estagiário faça destas borradas, tudo bem ...

Agora que o responsável pela redacção tenha deixado passar esta falha tremenda ...

A ganância de publicar notícias sensacionalistas cega.

2:07 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Nós, comentadores do Saude SA, não devemos agora fazer como Pilatos. Houve, aqui, quem assumisse as críticas do Jornal de Negócios sem reservas e a esses deve "pesar" a consciência.
O Xavier fez aquilo que normalmente faz: postou a notícia. E logo surgiram os nossos "comentários", também como é habitual.
Na verdade o JN até terá tentado contactar (pelo que se lê) com a DGS e com o Dr.Francisco Miguel e o próprio MS e essas tentativas foram infrutíferas.
Não me parece que a actuação do JN com base na informação que lhe foi prestada (e negados os esclarecimentos da DGS e a resposta de CC) tenha sido pura e simplesmente negligente.
O seu a seu dono, digo eu.

11:30 da manhã  
Blogger xavier said...

Errei.
Errei por ter aceite de ânimo leve a notícia do Jornal de Negócios.
Devia ter "desconfiado" da veracidade dos factos tendo em atenção as fontes utilizadas. Gente ressabiada, embora antes tenha dado indicações de saber perder com dignidade, são para desconfiar.

Confiei no JN pois sou um assiduo leitor (e comprador, pois gasto 1.10 -2.ª a 5.ª feira- e 1.30 às sextas) e não me lembro de alguma vez ter acontecido uma situação destas.

Há culpa do JN pois o Eduardo Moura não cumpriu a regra deontológica elementar a que está obrigado: confirmar os dados de que dispunha junto da DGS.
A DGS foi relutante em fornecer-lhe os dados. Muito bem. Dificuldades todos os jornalistas têm. São os ossos do ofício.

EM não devia ter publicado o seu trabalho sem antes ter esclarecido junto da DGS as graves acusações que publicou.

Nós aqui também temos culpa pois devíamos ter tido presente, face às graves acusações do JN, que o ex director da DGS é uma pessoa séria com provas dadas de grande profissional e cidadão. Logo as acusações do JN só poderiam ser infundadas.

Devíamos ter esperado pelas edições dos jornais do dia seguinte para ver como tratavam a notícia do JN. E, que eu saiba, nenhum foi atrás da estupidez do JN.

7:47 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Caro Xavier,
Julgo que o meu último comentário não terá sido interpretado como crítico em relação à sua actuação, como creio ser claro.
A razão daquele comentário tem a ver com o facto de "relida a notícia inicial" e a do "reconhecimento do JN do erro" não me parecer correcto "culpar" apenas o jornal pela "falsa notícia".
Eu acho que as pessoas contactadas pelo JN e referidas no primeiro texto, não tiveram vontade em esclarecer a situação. Fica a ideia de que, como por vezes acontece, aquelas entidades, que detinham informação adequada ao cabal esclarecimento, menosprezaram(?) o jornalista que os contactou. Tiveram a paga que mereciam(?).
O Xavier postou a notícia e quem quis comentou-a. Confesso que, talvez porque já vou sendo "burro velho", terei sido dos poucos que usaram de alguma prudência e nem sequer valorizei muito o facto ocorrido ( e não verdadeiro como agora se sabe).
Mas também eu admiti (mesmo com reservas) que algo de errado se tinha passado.
O Xavier reconhece o erro(?) de ter colocado a notícia no blog. E faz bem, mas acho que se culpas houve na "divulgação" que foi feita isso se deve sobretudo a quem, só tardiamente, se dipôs a desmentir a notícia.
Termino dizendo-lhe a si, Xavier, o seguinte: subscrevo (200%) o comentário do Guidobaldo.

12:39 da manhã  
Blogger xavier said...

Agradeço ao guidobaldo e ao tonitosa.
Tenho um desafio cada vez maior: estar à altura dos companheiros deste blog.

6:34 da tarde  

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