sábado, abril 1

Guerra do Medicamento





O crescimento da despesa do mercado total com medicamentos em 2004/05 foi de 4,2% (9% em 03/04). No mesmo período a despesa hospitalar com medicamentos cresceu cerca de 9%.
Com o objectivo de suster este crescimento, o ministro da saúde, António Correia de Campos, assinou com a Apifarma um protocolo que estabelece um limite de 4% ao crescimento da despesa hospitalar anual com medicamentos.

A par desta medida, CC assegura que os grupos de medicamentos que «crescem muito e que têm um peso absorvente na factura hospitalar de medicamentos, como a oncologia, a infecção por VIH e as doenças hematológicas e um terceiro grupo, os novos medicamentos, vão ser «tratado em especial e com uma monitorização nova e rigorosa. Vamos saber e sabemos já quantos doentes estão em tratamento e quantas unidades por empresa e por medicamento são vendidas.»

Os laboratórios, entretanto, ameaçam não aderir ao acordo assinado, reagindo à intenção de CC de atribuir ao Infarmed a responsabilidade de aprovar as novas substâncias a introduzir no consumo hospitalar, retirando esta competência aos hospitais.

No final do seminário "Novos desafios do sector farmacêutico" (29.03.06), CC lançou um aviso aos laboratórios relutantes em aderir ao acordo assinado com a Apifarma, prometendo-lhes um «tratamento diferente porque o estado quer ser um comprador eficiente, não complacente nem ignorante».

Gostamos de ver CC intervir acertadamente, sem papas na língua, na defesa dos interesses do SNS, pondo na ordem quem não olha a meios nem respeita acordos, actuando exclusivamente em função dos seus interesses.
A ANF começa a deixar de ter motivos de queixa por ser a única a levar nas orelhas. O esforço da mudança, aos poucos, vai sendo distribuído por todos.