Informação, um recurso estratégico
CHVRPR
Será que a análise dos dados do quadro nos permite concluir que os encargos com consumo de medicamentos nos hospitais SPA tem crescido a um menor ritmo do que nos hospitais SA? Se assim concluirmos (parece-me que não o podemos fazer) que variáveis interferem nesta realidade e quais podemos controlar ? Como muito bem diz o Xavier o que podemos concluir, face à informação que vamos obtendo, é que dispomos de muito pouca e não se encontram grupos homogéneos de informação comparáveis entre os vários hospitais que nos permita decidir.
Não há dúvida que nos nossos hospitais precisamos de considerar a informação como um recurso estratégico superior a qualquer outro factor de produção. Essa tem que ser a grande aposta dos hospitais: mais ainda do que informação para a gestão têm os estrategas que promover a gestão da informação nas organizações de saúde (nível micro e macro). Os Hospitais, os Centros Hospitalares, AS FUTURAS UNIDADES LOCAIS DE SAÚDE, em meu entender não se aguentarão, a curto e médio prazo, digo não obteremos algum sucesso, se não criarmos sistemas de informação internos capazes de suportar a decisão/ governação/ administração/gestão. Hoje, na grande maioria dos casos, decidimos sobre aquilo que não se conhece.
Mas, volto a um desafio inicial deste blog: quem são os nossos decisores de topo e os leaders nos nossos hospitais? E nos cuidados de saúde primários? Eles elegem o saber como pressuposto da decisão? Estão interessados na decisão racionalizada e objectiva? Tenho cada vez mais dúvidas. Parece-me que os quadros afixados pelos corredores e salas dos nossos hospitais, pelo menos nos EPEs, com o conceito da Missão do hospital não passam de um objecto de simples adorno. Estarei a ser demasiado dura nesta análise? A informação ou melhor a criação de um sistema de informação adequado nos hospitais tem que ser reconhecida como indispensável pelos gestores, porque lhes permitirá induzir a mudança de atitudes em todas as áreas: recursos humanos, logistica...medicamentos, linhas de produção...
Mas quando dispusermos desta informação os gestores vão esquecer: 1. As "cunhas políticas e outras" que enchem as nossas organizações (pelo menos uma má imagem) e só admitirão pessol em função da informação intermédia disponível/planeamento, encargos, contéudos funcionais ...
2. As compras sem planeamento, ao sabor de interesses individuais ou de pequenos grupos, ou, a maioria das vezes, por incompetência de gestão do negócio.
3. A decisão "em cima do joelho", porque lhes parece e convém, distorcendo a pouca informação que têm disponível.
Para que se operem todas estas transformações, temos de utilizar/recuperar muito do que existe (porque em alguns hospitais existem coisas bem feitas de há mito) e caminharmos para:
-Revisão de circuitos e procedimentos com gestão intermédia competente nas áreas de suporte e de produção.
-Sub-sistemas de informação aos vários níveis como o farmácia e medicamento e integação da informação de suporte com a clínica. Monitorização a todos os níveis.
-Gestão da informação ao nível de Unidades Orgânicas (EIS), com um gestor sénior bom conhecedor da realidade em que se insere (poderá ser júnior desde que interessado e preparado) trabalhando para a gestão estratégica e em articulação com os núcleos de gestão intermédia. Podemos assim indo construindo e melhorando o nosso sistema de informação da organização/empresa. Quando estivermos perante um conjunto organizado de procedimentos, despoletados pela gestáo da organização, que geram informação útil à unidade económica, ajudando a diminuir a incerteza e apoiando a decisão estratégica e a intermédia, conseguiremos entre outros sucessos, talvez também diminuir o consumo hospitalar de medicamentos sem prejúizo da qualidade, ou melhor, incrementando a qualidade junto dos DOENTES.
E este caminho não se percorre sem pessoas, e sobretudo sem pessoas competentes e disponíveis para "vestir a camisola" em espiríto de missão da organização. É neste contexto, que cabe aos administradores hospitalares a responsabilidade (não foi sempre assim?) quer da gestão intermédia quer da gestão de TOPO; se assim não fosse estarìamos ou não a inverter o percurso natural das coisas da vida?
2. As compras sem planeamento, ao sabor de interesses individuais ou de pequenos grupos, ou, a maioria das vezes, por incompetência de gestão do negócio.
3. A decisão "em cima do joelho", porque lhes parece e convém, distorcendo a pouca informação que têm disponível.
Para que se operem todas estas transformações, temos de utilizar/recuperar muito do que existe (porque em alguns hospitais existem coisas bem feitas de há mito) e caminharmos para:
-Revisão de circuitos e procedimentos com gestão intermédia competente nas áreas de suporte e de produção.
-Sub-sistemas de informação aos vários níveis como o farmácia e medicamento e integação da informação de suporte com a clínica. Monitorização a todos os níveis.
-Gestão da informação ao nível de Unidades Orgânicas (EIS), com um gestor sénior bom conhecedor da realidade em que se insere (poderá ser júnior desde que interessado e preparado) trabalhando para a gestão estratégica e em articulação com os núcleos de gestão intermédia. Podemos assim indo construindo e melhorando o nosso sistema de informação da organização/empresa. Quando estivermos perante um conjunto organizado de procedimentos, despoletados pela gestáo da organização, que geram informação útil à unidade económica, ajudando a diminuir a incerteza e apoiando a decisão estratégica e a intermédia, conseguiremos entre outros sucessos, talvez também diminuir o consumo hospitalar de medicamentos sem prejúizo da qualidade, ou melhor, incrementando a qualidade junto dos DOENTES.
E este caminho não se percorre sem pessoas, e sobretudo sem pessoas competentes e disponíveis para "vestir a camisola" em espiríto de missão da organização. É neste contexto, que cabe aos administradores hospitalares a responsabilidade (não foi sempre assim?) quer da gestão intermédia quer da gestão de TOPO; se assim não fosse estarìamos ou não a inverter o percurso natural das coisas da vida?
Alensul
1 Comments:
Concordo totalmente com a afirmação de que a "Informação" deve ser considerada um recurso estratégico.
Porém, não basta ter informação. É importante ter a informação necessária e ter a capacidade de a utilizar em cada momento de forma apropriada à tomada de decisão.
O que nem sempre acontece.
Aliás, como sabemos, a teoria das "Falhas do Estado" aborda este problema: o Estado tem geralmente mais informação do que os particulares, porém não tem capacidade para tratar essa mesma informação não fazendo dela o uso adequado.
Em Maio pp. inseri no Saude SA o comentário que se segue, sobre a informatização das Urgências suportada pelo ALERT.
Hoje, começam a surgir dúvidas sérias obre este sistema de informação. Poucos responsáveis dos hospitais onde o sistema foi implementado estão satisfeitos com o mesmo. E aqueles onde o ALERT está em curso de implementação já têm algumas dúvidas sobre a sua continuidade.
Oxalá não seja mais uma oportunidade perdida apesar de muitos milhões de euros investidos.
Esi pois parte do comentário que em Maio enviei para este nosso blog e que me parece oportuno reproduzir:
.......
"Sistemas de Informação
.........
Uma leitura atenta destas circulares e da Circular Informativa nº 2 de 2/Dez/2005 não deixou de nos surpreender.
Não há muito tempo, a informatização das Urgências Hospitalares foi no Saúde SA objecto de alguns (escassos) comentários nomeadamente no que respeita à implementação do Sistema ALERT.
A circular normativa nº1, acima referida, estabelece as linhas básicas de orientação para a informatização clínica dos serviços de urgência.
E para quem conhece com mais ou menos pormenor o sistema ALERT, resulta de imediato a sensação de que alguma da informação vertida tem muito de semelhante com as funcionalidades do ALERT. Simples coincidência? Coincidência inevitável em matéria de TIC? Porque não?
Mas…uma leitura dos Protocolos deixa no ar muitas dúvidas sobre a "transparência" deste processo. É que, se a Circular Normativa e a Circular Informativa são datadas de 2-Dez-05, o Protocolo celebrado com a MNI aparece com data (?) reportada a Agosto de 2005, isto é, muito antes da definição das linhas básicas de orientação.
Ou seja, mesmo antes da definição das linhas básicas de orientação já o protocolo com a MNI tinha pelo menos sido redigido e acordado.
Estamos perante um processo de aquisição de Sistemas de Informação que, ao que sabemos, não foi objecto de qualquer concurso público ao contrário do que em casos semelhantes tem sido reclamado nomedamente no passado recente.
E trata-se de uma adjudicação que pode ir, só em relação ao "suite de software ALERT-ER", até ao montante global de 11,33 milhões de euros (55 hospitais). Se acrescentarmos 10 000 euros por cada interface e custos anuais de manutenção, não é difícil admitir que o valor global do contrato possa atingir os 20 milhões de euros (4 milhões de contos).
Pensando noutros processos bem menores e nas críticas (suspeições) levantadas no passado recente, por comparação com o silêncio em torno deste “negócio” apetece perguntar: Porquê? E Porquê?
E nem a obtenção de condições comerciais mais favoráveis e um conjunto elevado de contrapartidas de que o Ministério beneficiará nos parecem razões para uma adjudicação sem concurso.
E como diz o ditado: à mulher de César não basta ser honesta; é preciso parecê-lo.
PS: É interessante constatar como profissionais que nunca quiseram ser "controlados" passarão, com um Sistema de Informatização Clínica das Urgências a ter todos os seus actos e tempos de intervenção sob registo e controlo. Como irão reagir? Será o sistema funcional?"
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