sábado, julho 22

Prólogo: O Despacho de Excepção

Epílogo: A demissão da Ministra da Educação

Algumas questões mais:
1º.Terei sido, porventura, o primeiro comentador, a pronunciar-se sobre o vergonhoso despacho de excepção de Valter Lemos;
2º.No Saudesa, que assim, terá sido também o primeiro blogg a dar voz ao meu comentário. Porquê no Saudesa? Porque, no fundo, no fundo a razão última desse despacho, prende-se com o acesso ao Curso de Medicina. Com a Saúde, portanto, interessando por isso a um blogg que tem como seu objecto principal, as críticas às políticas de saúde. Sendo provável - o futuro o dirá, – e quanto a este aspecto todos os comentadores políticos, jornalistas, juristas e outros, continuam a dormir, e a Procuradoria-Geral da República, a dormitar – logo que a Procuradoria-Geral da República acorde – que, com ele, poder-se-á ter querido beneficiar um ou alguns «fidalgos» (na sua génese, filhos de algo, ou seja. FILHOS DE ALGUÈM).
Já vimos que o acesso ao curso de Medicina não é para todos. Muitos são os chamados, mas poucos são os escolhidos. Daí a tentação de subverter as regras do «Céu». Foi assim com Pedro Lynce - que até era um bom Ministro, mas não conseguiu resistir à tentação de fazer o favor ao colega Freitas Cruz, compadre e amigo de Durão Barroso. A partir daí, o Estado ficou sob suspeita. E sob suspeita continua, quando sabemos que há quem pague dezenas de milhares de contos para trocar de Faculdades, quando sabemos que os filhos dos Ministros – o Expresso de hoje, até fala da filha de um ex-Primeiro Ministro-são obrigados a ter de recorrer a Espanha, à Republica Checa ou dentro em breve ao Brasil, para tirarem o seu Curso de Medicina, Fácil é concluir que há muitos interesses por detrás do acesso a Medicina. O Estado, portanto, deve considerar-se sob suspeita. O mesmo é dizer, que o Estado tem o dever de agir acima de qualquer suspeita. O que decididamente, o despacho de Valter Lemos não fez.
Com o «Céu», portanto, não deve brinacar-se!
3º. Daí a nossa imediata indignação.
4º. Daí o termos dito (antes de todos, que só agora começam a ver que tínhamos total razão: em matéria de princípios, de leis, de senso político) que: a) O despacho é ilegal;
b) O despacho viola o princípio da igualdade de acesso ao Ensino Superior;
c) O despacho era injusto, porque vinha pôr em causa os direitos dos alunos que tinham tido boas notas na 1ª chamada de Química e dos alunos que tinham por opção, deixado a Química para a 2ª chamada. Diogo Feyo foi o único a , pôs, verdadeiramente o dedo na ferida. Toda a restante oposição mais não fez do que empolar o (aparente) populismo do Governo, berrando por mais excepções, ao lado dos tradicionais abusadores e aproveitadores da lei, como são habitualmente os estudantes - mais propriamente as sua famílias – de Braga, Barcelos, de Guimarães (já repararam na estranha coincidência, lembram-se das centenas de atestados médicos dos alunos de Guimarães, há uns anos?). Ver o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista ao lado desta gente que de esquerda e de comunista nada têm, é no mínimo «esquisito» (será que esta esquerda já não pensa, à procura de votos vendendo a alma ao Diabo?);
d) O despacho ia ter trazer amargos de boca sérios à Ministra da Educação e ao Governo. Dissemos que o Governo tinha aqui o seu primeiro buzinão. Já alguém tem dúvidas neste momento?
e) Dissemos que o Governo devia ter demitido de imediato o Secretário de Estado da Educação e, dando o dito por não dito, devia ter revogado o seu despacho. Não o fazendo corria o risco de vir a ter de fazer uma remodelação inesperada.

NÃO ME QUISERAM OUVIR (EU TAMBÉM O AVISEI, PROF.CORREIA DE CAMPOS!), agora tomem!
a) A Ministra deu um triste espectáculo. Sabem porquê? Porque é uma pessoa séria e competente, que foi arrastada para a lama por um Secretário de Estado que não é sério nem competente. A Ministra teve de ir ao Parlamento defender o indefensável: o seu Secretário de Estado! Fez mal! Mas porque o fez? Provavelmente porque foi obrigada a isso. Haverá mais interesse em queimar politicamente a Ministra, do que o Secretário de Estado. Por razões políticas, em primeiro lugar (a Ministra já é remodelável há algum tempo), mas, quem sabe, se não terá havido por razões pessoais também: não é Valter Lemos de Castelo Branco? Que laços políticos e de amizade tem o homem? O que levou Valter Lemos, que até era do PP, a ir para ao Governo?
b) Senhora Ministra da Educação até nesta hora, continuo a ter um grande apreço pessoal por si: pôs a cabeça no cepo, para salvar a honra do Convento. Foi um acto de coragem e de dignidade. Sabe Deus, porém, com que custos pessoais o fez e que custos políticos isso lhe acarretará. Estou em crer que não se irá salvar. O SEU DESTINO VAI SER A DEMISSÃO: FORÇADA OU A PEDIDO!
BOLAS, E EU BEM AVISEI
pedro

1 Comments:

Blogger HMR said...

Bolas!E eu que gostava tanto desta ministra,ao contrário dos professores que me rodeiam!Tanto que a tenho defendido no meu círculo de familiares e amigos e agora tenho que dar toda a razão ao Pedro e a outros "Pedros" que por aí circulam.Isto está complicado para os competentes que querem empreender reformas indispensáveis mas penosas e difíceis!A Senhora Ministra vai ficar "estafada" com certeza. Vamos aguardar.

3:11 da tarde  

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