segunda-feira, julho 24

Medicamentos nos Hospitais



O Ministro da Saúde vai "suar as estopinhas" com os medicamentos nos hospitais:

Então o preço não é livre ? O mercado deveria funcionar em pleno !

Então não há a prescrição obrigatória por DCI ? O desvio de custos pelo efeito "marca" não se deveria verificar !

Então não há a distribuição por dose unitária ? O desperdício e a ineficiência devem ser reduzidíssimos !

Então não pode haver a substituição terapêutica ? Se não for nos hospitais, então aonde é que poderá ser ? E para que servirão então as normas de orientaçao (guidelines) e os famosos "protocolos terapêuticos" ?

Há comissões de farmácia e terapêutica - agora mais com funções de mobiliário face à prevista pré-avaliação em sede de INFARMED-, com sub-comissões para tudo o que se quizer, o ambiente é multidisciplinar.
E não há meios de os custos serem controlados ?

Diz Manuel Delgado que é a inovação. Qual inovação ? Explicite ! Documente ganhos terapêuticos !

Cancro e Sida: há quantos anos, sim anos, se estudou e documentou o problema. Então por que é que foram participar numa directiva sobre medicamentos órfãos onde cabem medicamentos para o cancro e para a sida ? Não previram as consequências ? Mas foram bem avisados !

Porque é que toda a "trampa" é aprovada por processo centralizado ? E o que é que Portugal "perícia" em tais avaliações ? Alguém sabe ?
Houve algum medicamento centralizado ao qual levantássemos objecções? Quais ?
É ou não sabido que a UE aprova, mas os estados membros são quem paga ? O processo centralizado europeu é a forma de subsidiação à indústria mais bem feito que até hoje vi.

Sobre esta matéria mais não comento. Estou como diz Mário de Sá Peliteiro: não há "free advice" para o Ministro da Saúde.
Venha daí o estatuto do medicamento, há séculos a aboborar não se sabe bem onde. E, Senhor Ministro, estou verdadeiramente expectante para observar o que V. Exª irá legislar sobre AUE's (autorizações de utilização especial).
Abraços
PS: quanto ao passear por aqui, como refere rasor, fiquemo-nos, nesta matéria, mesmo pelo passeio sem passarmos à estrada.
guidobaldo

7 Comments:

Blogger ricardo said...

Tudo é mais complicado do que se pensa.
Um grande post do guidobaldo.
Um abraço.

10:07 da tarde  
Blogger saudepe said...

Se existem instrumentos, como refere o guidobaldo, e os resultados não aparecem, tal só poderá ser explicado por falhas de gestão.

Ao nível da Governação é indispensável a implementação generalizada nos HH do SNS do código nacional do medicamento.

O acordo mais alargado com os laboratório rlativamente ao mercado hospitalar é também indispensável.
Os laboratórios estão fartos de ganhar dinheiro entre nós. É altura de a Indústria fazer um compasso de espera relativamente aos lucros que tem vindo a auferir.
É evidente que não o vai fazer voluntariamente !

Ao nivel da gestão dos HH é necessário arrancar com os Centros de Responsabilidade com dotação de budegts a cumprir com intervenção activa na gestão clínica.
Dá ideia que está tudo começado mas pouca coisa desenvolvida como deve ser.

12:21 da manhã  
Blogger Vladimiro Jorge Silva said...

De uma assentada, o guidobaldo pôs o dedo em várias feridas.
O ambiente hospitalar, que dadas as suas condições únicas deveria servir de laboratório para a preparação de medidas a implementar também no ambulatório (em relação à dispensa/aquisição de medicamentos), está há vários anos em roda livre e tem sido palco de múltiplas atrocidades.
É nos hospitais que CC tem que mostrar o que vale, pois como muito bem diz o guidobaldo, aí não há desculpas (e a "malvada" ANF para já ainda não chegou as patas à farmácia hospitalar...)! Força, CC... aguarda-se com expectativas redobradas a chegada da sua tão propalada firmeza ao sector!

1:18 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Não há decisão "centralizada" capaz de mudar (radicalmente), como convém, o estado das coisas.
E, em minha opinião, tem havido nos tempos mais recentes, um retrocesso no estatuto de (maior) autonomia dos hospitais acompanhada da maior responsabilização por resultados e utilização eficiente dos recursos.
A este propósito passo a citar uma passagem do mais recente artigo da Doutora Arminda Neves (publicado na Revista "Economia e Sociologia", nº 81 da Universidade de Évora):
"A reforma da Administração deve ser pensada como um processo, gerido estrategicamente, em que a participação é condição indispensável para o desenvolvimento de um amplo consenso sobre uma nova visão e cultura de serviço público".
...A reforma terá que se traduzir num movimento de inovação, suportado em poucas mas estruturantes medidas de fundo...fazendo sobressair e apoiando a difusão de boas práticas, alicerçada na convicção de que são pessoas e não normas que fazem a mudança".
"Criar dinâmicas de mudança deverá constituir preocupação essencial de condução do processo, trabalhar com as pessoas o seu método principal, alterar a legislação o instrumwento de suporte a uma acção inovadora e eficaz".

A problemática em torno dos medicamentos nos hospitais é na verdade muito complexa e só com os trabalhadores (médicos, enfermeiros, técnicos de saúde e todos os restantes) será possível a concretização de medidas geradoras de maior eficácia e eficiência.
E a participação das pessoas deve começar com a definição de objectivos e a determinação dos meios necessários para os alcançar.
A não ser assim, continuaremos, até à falêcnia total do sistema, a assistir a justificações sem sentido e a apontar culpados (bodes expiatórios) para os males da gestão dos Hospitais e do SNS.

12:04 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Quem diria que ainda íamos ter saudades da odiada Unidade de Missão e do gozado Ranking dos HH SA ?

Pior do que acontecimentos com que não conordamos é não passar-se coisa nenhuma.

A Gestão dos nossos HH está convertida numa pasmaceira, à espera que as PPP a Salve.

12:48 da manhã  
Blogger Peliteiro said...

Um conselho grátis para CC: Chame a polícia.

A brincar, a brincar...

2:20 da tarde  
Blogger Peliteiro said...

Por falar em polícia, como estará o caso do Sª Maria?

12:10 da manhã  

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