Prioridades em Saúde
Sobre a suspensão temporária de entrada de novos medicamentos nos hospitais, CC publica hoje no DE (04.08.06) um importante artigo “ Saúde que chegue para todos”.link
Estamos de acordo com as medidas do ministro nesta matéria em função da necessidade de introdução de maior rigor no acesso à nova tecnologia do medicamento.
»O Editorial de André Macedo (AM) sob o título “A Saúde Importa” (DE, 03.08.06) link é uma peça importante para um debate ainda não lançado entre nós mas já registado em outros países. Direi que concordo com muito do que afirma o autor, mas não posso aceitar a sua mensagem central. Ela é incorrecta factualmente, omissa quanto ao essencial e, pior que tudo, injustamente geradora de desconfiança no sistema público de saúde. Além do mais, surpreende face à linha editorial do jornal, sendo difícil reconhecer no texto pensamento anterior do seu autor.
A convicção, rigor e consciência social com que os hospitais do SNS estão corajosamente a lutar contra o desperdício e crescimento descontrolado e acrítico são essenciais para a confiança dos cidadãos no SNS, ao contrário do que o editorialista escreveu. Os maiores ganhos em saúde no cancro do pulmão do recto e da mama, para nos situarmos em exemplo do editorial, obtiveram-se com a prevenção e o diagnóstico precoce e certamente com melhores fármacos, cirurgia, radioterapia, informação bem dirigida e apoio psicológico eficaz. Não são só os fármacos que custam dinheiro. Acontece que são, da lista, o que custa mais dinheiro. Se não usarmos bem os fármacos, não teremos para o resto.»
2 Comments:
A maioria das reacções à notícia de ontem do Diário Económico, que dava conta da suspensão na compra de medicamentos novos por parte dos maiores hospitais portugueses, foi positiva para o ministro da Saúde.
Do bastonário da ordem dos farmacêuticos ao presidente dos administradores hospitalares, passando pelo Observatório Português dos Sistemas de Saúde, todos concordaram na necessidade de imprimir maior rigor na entrada de medicamentos nos hospitais.
Quem mostra uma posição mais reservada é João Gomes Esteves. O presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica considera, em declarações ao DE, que “é preciso criar uma metodologia única que retire a arbitrariedade que os hospitais têm na compra de medicamentos”.
DE 04.08.06
O colega Ricardo trancreve no seu comentário a "interpretação" que Mário Batista faz (no DE) das declarações dos (seus) entrevistados. Ora salvo melhor opinião parece-me forçada aquela interpretação (salvo no que respeita a MD, sem surpresa!) e um tanto fora dos próprios título e subtítulo da notícia, a saber:
PARCEIROS DA SAÚDE DIVIDEM-SE SOBRE MEDICAMENTOS - HÁ UMA DIVISÃO SOBRE A BONDADE DA SUSPENSÃO DA COMPRA DE NOVOS FÁRMACOS.
Talvez por coisas como esta CC no artigo hoje publicado considere que a crítica de André Macedo "surpreende face à linha editorial do jornal, sendo difícil reconhecer no texto pensamento anterior do seu autor". E diz ainda CC: "Subitamente, o prestigiado e reformista DE converteu-se no paladino do despesismo 'à conta do estado'".
É assim.
Tal como fez com o Relatório da Primavera do OPSS, CC veio criticar (e é um seu direito) uma opinião que lhe é desfavorável.
Mas mais do que criticar a opinião do autor da crítica, saíu a criticar o próprio DE.
Que dirá CC da interpretação de Mário Batista? E de muitas outras notícias e artigos do mesmo DE que, sistematicamente, têm surgido em seu apoio?
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