Cortes nos Hospitais ?
CC desenvolveu recentemente um inquérito junto de onze HHs do SNS para "identificação das substâncias activas e fornecedores com maior impacto no crescimento do consumo de medicamentos em hospitais", tendo concluído que a despesa hospitalar com medicamentos, referente aos primeiros cinco meses deste ano, estava a comportar-se bem, registando um crescimento de apenas 3,6%. link
Houve quem duvidasse da fiabilidade destes resultados link link
O DE noticia hoje (03.08.06) que “Os maiores hospitais portugueses estão a travar a entrada de novos medicamentos para reduzirem a despesa e cumprirem o Orçamento do Estado para 2006, que limita estes gastos a um crescimento de 4%.”
Há aqui algo que não se percebe muito bem. Se os hospitais estão a cumprir os objectivos de contenção de despesa com medicamentos, como se justifica esta decisão ?
Por outro lado, em entrevista recente ao CM link , CC assegurava "não haver cortes":
CM - Há um terceiro objectivo?
CC- Sim: os ganhos de eficiência do sistema, tornar o Serviço Nacional de Saúde viável.
CM- À custa de cortes nas despesas?
CC- Não há cortes, há reorganização de serviços, racionalização da despesa. Os médicos tiveram grande sentido cívico ao colaborarem na racionalização das receitas.
Trata-se de uma decisão controversa, só justificável num quadro de extrema dificuldade, pois, os resultados poderão ser mais contraproducentes do que à primeira vista possa parecer.
«Quando um doente entra num hospital, ele espera, portanto, receber o melhor tratamento existente e transfere essa responsabilidade para o médico que o atende. O doente não sabe qual é o melhor medicamento, mas confia sempre que o vai receber. A decisão de suspender os novos produtos lançados no mercado tomada pelos mais importantes hospitais públicos portugueses é grave porque pode colocar em causa precisamente este princípio de confiança. A partir de hoje, ninguém saberá ao certo se a contenção orçamental o está ou não a prejudicar quando lhe é receitado um tratamento. E essa dúvida não é, de todo, admissível». link
André Macedo, DE, 03.08.06
Houve quem duvidasse da fiabilidade destes resultados link link
O DE noticia hoje (03.08.06) que “Os maiores hospitais portugueses estão a travar a entrada de novos medicamentos para reduzirem a despesa e cumprirem o Orçamento do Estado para 2006, que limita estes gastos a um crescimento de 4%.”
Há aqui algo que não se percebe muito bem. Se os hospitais estão a cumprir os objectivos de contenção de despesa com medicamentos, como se justifica esta decisão ?
Por outro lado, em entrevista recente ao CM link , CC assegurava "não haver cortes":
CM - Há um terceiro objectivo?
CC- Sim: os ganhos de eficiência do sistema, tornar o Serviço Nacional de Saúde viável.
CM- À custa de cortes nas despesas?
CC- Não há cortes, há reorganização de serviços, racionalização da despesa. Os médicos tiveram grande sentido cívico ao colaborarem na racionalização das receitas.
Trata-se de uma decisão controversa, só justificável num quadro de extrema dificuldade, pois, os resultados poderão ser mais contraproducentes do que à primeira vista possa parecer.
«Quando um doente entra num hospital, ele espera, portanto, receber o melhor tratamento existente e transfere essa responsabilidade para o médico que o atende. O doente não sabe qual é o melhor medicamento, mas confia sempre que o vai receber. A decisão de suspender os novos produtos lançados no mercado tomada pelos mais importantes hospitais públicos portugueses é grave porque pode colocar em causa precisamente este princípio de confiança. A partir de hoje, ninguém saberá ao certo se a contenção orçamental o está ou não a prejudicar quando lhe é receitado um tratamento. E essa dúvida não é, de todo, admissível». link
André Macedo, DE, 03.08.06
Ou será que estamos perante um quadro de novas orientações de substituição terapêutica (opcção pela prescrição de substâncias de preço mais baixo mas comprovada eficácia terapêutica), sem prejuízo de eficácia dos tratamentos dos doentes hospitalares ?
4 Comments:
Não é por acaso que CC está a trabalhar no mês de Agosto.
É preciso aproveitar a calmia estival para tomar decisões difíceis.
Pelos vistos os dados não eram de todo fiáveis.
Razão tinha o Guidobaldo.
Isto é na verdade uma grande embrulhada!
Provavelmente tão grande como a dos resultados dos hospitais a que me referi num comentário inserido há algumas horas atrás (madrugada).
Sobre as dificuldades de assitência no H.S.João e no caso concreto em Oncologia, posso mesmo acrescentar que a pessoa em causa é minha irmã e por isso sei bem do que falo (escrevo).
Seria interessante postar neste blog o que hoje vem no Jornal de Negócios sobre a assinatura/não-assinatura dos contratos programa e sobre os resultados do HSM.
Em 1974, um dos Homens do MFA, já falecido, terminou um seu discurso dizendo: E que mais hei-de eu dizer, meu General?
Também hoje eu digo: E que mais hei-de eu escrever, Caros Colegas?!
CC, que na oposição era todo pela descentralização, autonomia e responsabilização dos Conselhos de Administração dos Hospitais, agora tornou-se um ferveroso adepto das Centralizações.
Aí vai mais uma.
O Infarmed a avaliar os Medicamentos Hospitalares.
Concentrar todo este poder numa só entidade é uma borrada de todo o tamanho.
A Indústria esfrega as mãos.
Vai poupar em mão de obra.
Mais uns DIMs a engrossar o fundo de desemprego.
também acontece pedirem aos doentes internados que levem os medicamentos que habitualmente tomam para o hospital.
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