Gestão Hospitalar
A memória é uma coisa simples. Quando não se faz por esquecer.
Quando foram criados os primeiros SA's, muitos dos gestores dos SPA, foram nomeados para as administrações dos SA. Houve alguma razão para os salários passarem de 700 para 2000 contos? Certamente que tal foi negociado. E porque é que os tais administradores que, até essa data andavam de Renault passaram a andar de Saab? Assim foi estabelecida a diferença entre a gestão SA e SPA. Sabia-se, à partida, que este processo (a que os EPE deram continuidade) ia acabar mal! O resultado está à vista.
Claro que os gestores dos SA's só para lá foram devido às condições salariais novas... Caso contrário, teria sido impossível recrutar tão brilhantes gestores para a administração dos hospitais.
Não basta mudar de nome, mantendo as mesmas regras e pessoas.
Na minha opinião, a grande responsabilidade da falta de controlo financeiro e de preocupação com o cliente (doente) que se regista actualmente nos hospitais do SNS, advém do facto do recrutamento dos gestores ser feito, maioritariamente, pela cor do cartão de militante.
É absolutamente impossível melhorar a qualidade da gestão se os gestores escolhidos forem meramente "indicados" pelos governos sem qualquer avaliação técnica dos candidatos. Tem que haver um processo de selecção em que se escolham os melhores candidatos aos lugares, do mesmo modo que uma qualquer empresa faz. De outro modo, que moral (e que motivação) têm os governos para responsabilizar os seus nomeados? Antes de CC eram os novos governos que diziam cobras e lagartos dos gestores nomeados pelos governos anteriores num processo que visava pôr na rua os que não eram da mesma cor partidária. Com CC a crítica aos gestores hospitalares banalizou-se sem quaisquer efeitos práticos.
farmasa
Claro que os gestores dos SA's só para lá foram devido às condições salariais novas... Caso contrário, teria sido impossível recrutar tão brilhantes gestores para a administração dos hospitais.
Não basta mudar de nome, mantendo as mesmas regras e pessoas.
Na minha opinião, a grande responsabilidade da falta de controlo financeiro e de preocupação com o cliente (doente) que se regista actualmente nos hospitais do SNS, advém do facto do recrutamento dos gestores ser feito, maioritariamente, pela cor do cartão de militante.
É absolutamente impossível melhorar a qualidade da gestão se os gestores escolhidos forem meramente "indicados" pelos governos sem qualquer avaliação técnica dos candidatos. Tem que haver um processo de selecção em que se escolham os melhores candidatos aos lugares, do mesmo modo que uma qualquer empresa faz. De outro modo, que moral (e que motivação) têm os governos para responsabilizar os seus nomeados? Antes de CC eram os novos governos que diziam cobras e lagartos dos gestores nomeados pelos governos anteriores num processo que visava pôr na rua os que não eram da mesma cor partidária. Com CC a crítica aos gestores hospitalares banalizou-se sem quaisquer efeitos práticos.
farmasa
3 Comments:
A autonomia e responsabilização dos Conselhos de Administração dos hospitais EPE não funcionou.
A manutenção de uma Unidade de Missão dos HH EPE fazia sentido para fazer o acompanhamento do processo de reforma (tal como acontece presentemente com a unidade de missão dos cuidados de saúde primários).
A não substituição do "tableau de bord" foi outra das graves falhas da gestão CC .
A criação de um conjunto de indicadores capaz de estabelecer uma dinâmica de competitividade entre hospitais é uma medida indispensável que até agora não foi implementada.
A questão dos carros e dos gastos supérfluos é apenas uma ponta do iceberg dos inúmeros falhanços da gestão EPE.
E, desta vez, os AH não vão sair incólumes.
Vejam só quantos AH não compraram carros novos e caíram na tentação dos gastos supérfluos.
Daqui os inúmeros comentários efectuados aqui na saudesa a defender a aquisição de carros como um direito adquirido.
Até o vivóporto saiu em defesa dos carrinhos, culpando o ministro.
Enfim, maus resultados e uma triste figura.
Como a criação de um sistema de selecção de gestores hospitalares, baseada em critérios seguros e eficazes, é uma tarefa complexa e demorada,CC deverá, dentro em breve, optar pela solução mais rápida, ou seja, o recurso aos préstimos da gestão privada.
Assim vai a nossa triste gestão dos hospitais.
A expectativa era ver até que ponto o desempenho dos AH era qualitativamente superior aos gestores nomeados pelo anterior ministro LFP.
É cedo para fazer uma avaliação definitiva. Os primeiros dados, no entanto, não abonam nada a favor.
Concordo com o Farmasa as nomeações dos gestores hospitalares são baseadas quase exclusivamente nas "indicações" partidárias ou nos conhecidos meninos do jet set.
A grande expectativa relativamente ao desempenho dos AH advém do facto da sua formação específica e de serem portadores de uma pretensa cultura de gestores públicos.
Afinal, com base nos primeiros dados, a maioria dos AH chamados a desempenhar funções nos CAs dos HHs demonstra as mesmas "virtudes" e defeitos dos anteriores gestores SA, não havendo nada de qualitativamente distinto a assinalar.
Assim sendo como justificar uma carreira distinta para os AH formados e portadores da cultura de gestão da ENSP.
Mas afinal, que cultura é essa ?
É realmente triste, ao fim deste tempo todo, não termos ultrapassado o ponto de partida e estarmos a falar de esbanjamentos praticados pelas administrações dos hospitais.
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