sábado, setembro 30

Benefício da Dúvida



A reforma do sistema «é necessária e o ministro da Saúde tem tido coragem.» CS
O problema é que o ministro não acerta (terá CS deixado no ar) .

Quando tentamos analisar a governação do ministro da saúde há uma coisa que nos escapa: as dificuldades especiais do seu mandato.
Todos sabemos que uma reforma custa dinheiro. Muito dinheiro. CC não só não tem dinheiro para os investimentos necessários, como se vê na contingência de travar a fundo na despesa corrente. Neste ponto, objectivo principal deste exercício - controlo da despesa da saúde -, fazendo fé nos dados disponíveis, honra lhe seja feita, a guerra parece estar ganha.
Mas onde tem falhado CC?
Todos sabemos que o SNS enferma de ineficiências graves que é necessário sanar. A rede de cuidados necessita de reestruturação. Há unidades a funcionar cuja manutenção não faz sentido. Há recursos mal distribuídos. Há hospitais a funcionar sem condições. Há muitos interesses instalados que é necessário combater.
Para executar esta reforma profunda (necessária) do nosso sistema de saúde, não basta fazer parte de um Governo de maioria absoluta (mas ajuda), é necessário estar provido dos estudos necessários e de um plano de actuação bem estruturado. Depois é necessário avançar para o terreno, e, com jeitinho, tentar vender o projecto de reforma.
Estudos conhecem-se alguns, outros foram encomendados. Haverá certamente um plano bem gizado (?). Quanto à intervenção no terreno, não podia ser mais desastrada. Capaz de assanhar o furor regionalista e populista (também não é preciso muito).
A gestão da comunicação, embora com um CC esforçado, também não tem sido melhor.
Como dizia o meu colega JP num comentário recente: "É que CC nas suas intervenções, nos seus artigos e entrevistas pensa sempre estar a dirigir-se a alguns funcionários do seu ministério (médicos, acrescento eu) ou a um grupo de intelectuais mais ou menos interessados no estudo da economia da saúde."
Efectivamente, hoje em dia, sem boa comunicação, não há boa Governação.
Necessidade de reformas, ministro corajoso, capaz de medidas acertadas. Quanto à terceira premissa farei o balanço no final do ano. Quando, segundo espero, for decidida a alternativa ao actual modelo de financiamento do SNS. Até lá, quanto a mim, CC é merecedor do benefício da dúvida.

1 Comments:

Blogger naoseiquenome usar said...

Não adianta dizer-se: LFP, volta!
CC está ao leme agora, a seguir as políticas de LFP, e estará, e, embora verborreico nas idéias, parco nas realizações e impotente nas concretizações, está a trilhar o caminho posssível. Alguém, me pode dizer, que outro caminho a seguir no estado de coisas a que chegámos?... Privatização (ou semi) do SNS. Qual é o outro caminho???????????????????????????? (possível, é claro, sem utopias)

Estamos mal. O país está a bater no fundo. A saúde não escapa. Vai haver cada vez maior diferenciação entre os que podem e os que não podem. verdade. E qual é a alternativa?

O problema continua a ser de comunicação. A verdade é difícil de assumir. Mas é por CC, como seria por qualquer outro. E CC é definitivamente inábil na comunicação para o exterior.

8:51 da tarde  

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