Taxas de punição
Para Constantino Sakellarides (CS) as taxas de utilização para o internamento e cirurgias do ambulatório, anunciadas recentemente por CC, são «taxas de punição dos doentes»link
Segundo CS as taxas de utilização servem apenas para «pressionar o doente a pressionar o médico a que o internamento termine mais rapidamente, já que financeiramente são pouco significativas.»
A reforma do sistema «é necessária e o ministro da Saúde tem tido coragem, mas os sacrifícios a pedir têm de estar inseridos num pacote de transformações».
O pensamento ordenado de CS a contrastar com o frenesim voluntarioso do ministro da saúde.
Segundo CS as taxas de utilização servem apenas para «pressionar o doente a pressionar o médico a que o internamento termine mais rapidamente, já que financeiramente são pouco significativas.»
A reforma do sistema «é necessária e o ministro da Saúde tem tido coragem, mas os sacrifícios a pedir têm de estar inseridos num pacote de transformações».
O pensamento ordenado de CS a contrastar com o frenesim voluntarioso do ministro da saúde.
6 Comments:
CS tem o que falta a CC.
CS sabe, e pratica, o planeamento da actividade. Tanto a nivel estratégico como, consequentemente, a nível operacional.
Foi, talvez o único, dirigente do MS que utilizou, de forma correcta, os instrumentos de planeamento que, como sabemos, são fundamentais para o sucesso de qualquer organização.
Alguém conhece os objectivos estratégicos de CC? Só conhecendo-os poderíamos perceber a lógica das suas medidas avulsas e aparentemente sem nexo.
Todos reconhecem que CC tem ousadia para afrontar. É necesserário, mas não suficiente se não souber muito bem para onde quer e pode ir.
Marcelo Rebelo de Sousa, no seu comentário da TV no último Domingo, explicitava a ideia, por palavras que não consigo reproduzir, que CC corre o risco com as suas medidas avulsas e anunciadas nos media de destruir o SNS, não apresentando qualquer alternativa, apesar de pensar de que não é esse o seu objectivo.
Parece que ninguém de bom senso pode aceitar esta decisão punitiva dos doentes. CC tem óbvias dificuldades em lidar com a classe médica e ao contrário do que fez com a indústria farmacêutica "não pode impôr aos médicos comportamentos que estes considerem inapropriados". Podem os CA e o MS impedir novas terapêuticas não autorizando a aquisição de novos medicamentos. Pode o MS estabelecer novos horários e sistemas remuneratórios para os profissionais de saúde. Pode até o MS mandar encerrar serviços (maternidades, SU's, SAP's).
Mas o que nenhum Ministro da Saúde pode é determinar (impor) alterações nas relações médico/doente.
CC sabe disso e espera com as "taxas de punição" que seja o doente a dizer ao médico que "quer ter alta" ou que "não quer ficar internado". Mas muitas vezes isso já hoje acontece. Todos sabemos que, com raras excepções, ninguém, pede ao médico para ficar internado. Os doentes confiam no clínico e aceitam as suas decisões.
E quem já não ouviu o médico dizer: você é que decide mas em minha opinião devia ficar internado.
Ora, colocar o doente sob pressão de um gasto que com sacrifício terá que suportar, é naturalmente degradar a qualidade dos cuidados.
CC está a pensar nos tais Sábados e Domingos em que por norma não é dada alta aos doentes. Mas também se sabe que as cirurgias não urgentes, são feitas sobretudo de 2ª a 5ª feira. Alterar este comportamento não será também coisa fácil. Como qualquer trabalhador, os médicos têm direito a descanso semanal e não se vê como possam antecipar a alta dos "seus" doentes. A decisão de dar alta a determinado doente não é, geralmente, delegável e depende muitas vezes dos resultados de MCDT's e os serviços também reduzem a sua actividade nos fins de semana.
Mas acima de tudo os médicos continuarão a privilegiar a qualidade dos seus actos decidindo, sempre, de acordo com o que entendem ser o melhor para o doente.
CC sabe disso mas, ainda assim, pensa que, com as taxas de punição poderão ser arrecadados alguns milhões de euros.
Podem não ser receitas significativas no OS, mas sempre darão para pagar a mais uns quantos assessores, consultores e outros "doutores" que continuam a encher os Gabinetes e os HH.
Sob o ponto de vista social as taxas são punitivas do doente e não vão reduzir o tempo médio de internamento. Este objectivo pode e deve ser melhorado pelo recurso a meios e técnicas inovadoras e isso passa pela modernização dos Serviços, por uma melhor Organização e por proporcionar aos profissionais de saúde (todos em geral) melhor ambiente de trabalho, maior satisfação e aciam de tudo Formação.
Sakellarides não sendo um bom comunicador, comunica bem.
O contrário do ministro da saúde, António Correia de Campos.
Taxas de punição.
CS acabou de assassinar no sábado passado a ideia de CC.
Em breve terá os resultados do estudo que mandou encomendar.
Será altura de avançar com a proposta de co-pagamentos.
CC não vai safar-se de uma forte discussão pública. Como é necessário.
Conhecendo CC como já o começo a conhecer, não tenho dúvidas de que a facada de CS foi certamente a que tocou mais fundo. "Taxa de punição" é uma frase assassina, que entra no ouvido e, pior que tudo (na perspectiva de CC, claro), vem de alguém tecnica e política e socialmente inatacável.
Ou muito me engano ou acabou oficialmente o estado de graça de CC.
Concordo com o Vladimiro.
CC entrou numa nova fase de apuros.
É tempo de CC alterar o seu estilo demasiadamente arrogante.
Afinal de Economia da Saúde,dpois dtantas lições, já todos nós sabemos um pouco.
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