sexta-feira, outubro 20

Cortar na Despesa Irracional

CC é obstinado, já o demonstrou à saciedade. É pena que a sua teimosia não lhe permita aprender com erros passados, e presentes. É o Ministro mais bem informado sobre quem tem capacidades e conhecimentos na área da saúde para bem informar e sugerir linhas de actuação capazes de melhorar o estado caótico a que chegou a despesa no nosso SNS. Apesar disso continua a rodear-se de “assessores” que nem da imagem lhe tratam com eficácia.

A principal rubrica da despesa é, como bem se sabe, a despesa com pessoal. E é, também, a rubrica com mais elasticidade para ser reduzida. Mas CC não consegue enfrentá-la. Tirando a revogação do DL que mandava pagar as horas extraordinárias da urgência, ao pessoal médico pela bitola das 42 horas, estando ou não neste regime, e que só pecou por tardia, nada mais se fez.

Se CC recebesse conselhos dir-lhe-ia que é necessário, e possível, ir mais longe nos normativos que regem a gestão de RH. Nesta matéria há muito para ser feito e com resultados imediatos na redução da despesa. Sr. Ministro, ”agarre o bicho pelos cornos com uma boa equipa de forcados!” e vai ver como vai ser ovacionado pelos seus pares.

Ah, já agora, em matéria de cortes no desperdício há uma determinação do MS que merece atenção. Trata-se da oferta de alimentação aos pais das criancinhas internadas nos hospitais. Esta oferta nem os países ricos se dão ao luxo de fazer. Nos hospitais pediátricos, em matéria de alimentação, gasta-se mais com os pais que com os doentes.
Dá para entender? Apetece-me desabafar fazendo minhas as palavras do Tonitosa, a quem mando um abraço, PORRA!
Xico do Canto

QUEREMOS PRESCRIÇÃO por DCI.

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Dizer que CC "É o Ministro mais bem informado sobre quem tem capacidades e conhecimentos na área da saúde para bem informar e sugerir linhas de actuação capazes de melhorar o estado caótico a que chegou a despesa no nosso SNS" poderia parecer que teria por obrigação de se rodear de assessores capazes de rapidamente corrigir esse estado caótico...
O problema é que CC se rodeou de assessores que de facto seguem a linha dos seus ideais e o ajudam a consolidar o objectivo a que se propôs:
O de "agarrar o bicho (SNS) pelos cornos" e ser "ovacionado pelos seus pares (seguradoras e hospitais privados nacionais e internacionais)" quando coloca bandarilhas sucessivas no Serviço Nacional de Saúde e lhe exigem a sua morte na arena.

Por favor... falar das refeições dos pais das "criancinhas" internadas que são pagas?
Por certo que os pais das "criancinhas internadas nos Hospitais públicos na sua grande maioria não são os mesmos que têm dinheiro para pagar o internamento em clínicas privadas...
Não são os mesmos que podem ir a um McDonald nas imediações do Hospiatal para almoçar...
Não são os mesmos que têm o nivel de vida dos da Europa...

Porquê não falar, no que respeita aos cortes no desperdício, dos carros topo de gama comprados por Administrações Hospitalares SA ou na restrição de entrada de médicos na carreira e realizarem contratos individuais a termo por valores mensais 5 vezes superiores aos da mesma careira?... por exemplo....

11:42 da tarde  
Blogger JFP said...

Interessante, o pires, o da cabeleira farta - mas afinal não tão - branca, que já aprendeu a teclar, que anda de coleira ao pescoço, aprendeu uma palavra nova: farmacêutico. Como é difícil de teclar e comprida ganhou-lhe um ódio visceral que o leva ao ridículo de vómito de letras desconexas à volta da dita palavra.

E é uma pena que assim aconteça. Até ia tão bem com as ideias da humanização do serviço...

Ah... tenho uma ideia oh pires... que tal só médicos no hospital. Assim o pires já podia deixar a coleira em casa!

12:00 da manhã  
Blogger xavier said...

Acho que estamos todos a perder tempo com ataques pessoais.

Vamos empenharmo-nos na discussão dos vários temas em debate.
E há muito para discutir.

-Posição do nosso ministro na promoção dos MNSRM.
-Criação de co-pagamentos para custear o internamento e cirurgia do ambulatório.
-Descomparticipação dos medicamentos.
-Recuo na lei antitabágica.
- Como estão as listas de espera cirurgica?
-Como estão os sistemas de informação da Saúde ?
- As contratações de pessoal (os habituais amigalhaços) numa altura em está prevista movimentação/dispensa de pessoal.

Há mesmo muito a discutir, relativamente a esta política de saúde.

1:16 da manhã  
Blogger JFP said...

Bem sei que estamos a ser algo directos nos nossos comentários, mas estou a ver no pires uma melhoria no discurso e um uso de linguagem cada vez mais apropriado. Por isso vou responder-lhe caro xavier. Espero que não leve a mal.

Prevenção e avaliação da iatrogenia medicamentosa. (esta chega para cortar da despesa irracional)

7:37 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Refeições aos pais das criancinhas?
Obviamente que o problema só se coloca (e penso que foi isso que o Xico do Canto fez) por comparação com a obrigatoriedade de pagarmos "taxas de punição". Se fecham maternidades para poupar uns tostões, se fecham SU para o mesmo fim, se com igual onjectivo é proibida a introdução de novos fármacos nos hospitais, por que razão há-de o hospital suportar custos com as refeições dos pais das "crianças internadas" (que segundo o senhor ministro custam mais de 5 euros) e que (lembrando ainda CC) gastam esse valor (ou mais)logo a seguir na máquina de tabaco?!
E já agora eu acrescento: porque razão os trabalhadores em SU's têm direito à refeição gratuita no hospital? O que justifica que um médico ou enfermeiro ou outros, ganhando o que ganham, quando estão em SU tenham direito a refeições gratuitas?
Que dizem disto os colegas?

1:10 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Quem está de urgência no turno das 20.00 às 08.00 horas tem direito a uma ceia distribuída gratuitamente pelo serviço de alimentação.(duas sandes, um sumo, ovo cozido, uma peça de fruta).
Quem presta serviço no bloco operatório tem também na maioria dos hospitais direito a uma refeição ligeira servida no próprio bloco.

12:00 da manhã  
Blogger Clara said...

A distribuição de refeições gratuitas aos familiares justifica-se em função do acompanhamento que é necessário assegurar às crianças internadas.
Sob o ponto de vista da humanização dos cuidados é uma medida que é necessário manter.

O problema está na dificuldade de controlar esta distribuição.
Como sabemos no nosso país há muita pobreza e frequentemente os familiares aproveitam a oportunidade para matar a fome.

Qual é o profissional que perante certos quadros de miséria não tenta prestar o máximo de auxílio.

Era útil que este blog não se ficasse pela discussão das questões teóricas e focasse também muitos dos problemas com que se debatem as nossas instituições de saúde.
A começar pelos problemas de acessibilidade aos cuidados primários, às cirurgias e as condições de funcionamento de muitos centros de saúde e hospitais.
Façam um esforço de descer ao país real.

12:16 da manhã  

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