Financiamento HHs é opaco
Diário económico (DE) - Quais são os três principais problemas dos hospitais, hoje em dia?
Manuel Delgado (MD) - Há dois problemas que enfrentamos que são absolutamente críticos: o modelo de financiamento e o problema da gestão dos recursos humanos. Mais do que os consumos de medicamentos ou as compras hospitalares, estes são os maiores problemas.
DE - Acha que devia haver alterações ao modelo de financiamento em função da produção?
MD - Os critérios para a atribuição de verbas aos hospitais são opacos. Tenho dúvidas que o capital social deva ser utilizado para pagar despesas correntes, não é assim que ele deve ser utilizado. O problema não se resolve, ou melhor, resolve-se num breve ciclo temporal, mas depois volta com mais intensidade. Acho que isto são formas encapotadas de financiamento específico para resolver problemas conjunturais.
DE - Essas são as mesmas conclusões do Tribunal de Contas...
MD - Quando os gastos da gestão corrente estão misturados com as despesas de capital, está tudo dito. Está tudo mal, é opaco, aliás, basta olhar para o relatório do Tribunal de Contas [sobre o modelo de financiamento dos Hospitais EPE], mas eu não preciso desse relatório para perceber isto. Sempre disse isto: é preciso separar as despesas de investimento das despesas de exploração.
DE - O que espera deste congresso dos hospitais?
MD-Vamos fazer uma discussão ampla, com uma pluralidade de intervenientes, e não apenas os gestores dos hospitais. Aliás, isso é um exemplo do que tem de ser feito no SNS: sem o apoio dos médicos, enfermeiros e de todo o pessoal, não se consegue mudar as coisas.
Mário Baptista, DE 16.11.06 link
Manuel Delgado (MD) - Há dois problemas que enfrentamos que são absolutamente críticos: o modelo de financiamento e o problema da gestão dos recursos humanos. Mais do que os consumos de medicamentos ou as compras hospitalares, estes são os maiores problemas.
DE - Acha que devia haver alterações ao modelo de financiamento em função da produção?
MD - Os critérios para a atribuição de verbas aos hospitais são opacos. Tenho dúvidas que o capital social deva ser utilizado para pagar despesas correntes, não é assim que ele deve ser utilizado. O problema não se resolve, ou melhor, resolve-se num breve ciclo temporal, mas depois volta com mais intensidade. Acho que isto são formas encapotadas de financiamento específico para resolver problemas conjunturais.
DE - Essas são as mesmas conclusões do Tribunal de Contas...
MD - Quando os gastos da gestão corrente estão misturados com as despesas de capital, está tudo dito. Está tudo mal, é opaco, aliás, basta olhar para o relatório do Tribunal de Contas [sobre o modelo de financiamento dos Hospitais EPE], mas eu não preciso desse relatório para perceber isto. Sempre disse isto: é preciso separar as despesas de investimento das despesas de exploração.
DE - O que espera deste congresso dos hospitais?
MD-Vamos fazer uma discussão ampla, com uma pluralidade de intervenientes, e não apenas os gestores dos hospitais. Aliás, isso é um exemplo do que tem de ser feito no SNS: sem o apoio dos médicos, enfermeiros e de todo o pessoal, não se consegue mudar as coisas.
Mário Baptista, DE 16.11.06 link
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