segunda-feira, dezembro 4

Entrevista de CP


Da entrevista da sub-secretária de estado da saúde, Carmen Pignatelli ao JN (29.11.06), reproduzimos o seguinte excerto: link

(…) Jornal de Negócios (JN)- Como é que vai convencer os médicos, onde eles estão a mais, a irem para onde eles são precisos?
Carmen Pignatelli (CP) - Eu não tenho de os convencer. Só tenho de aplicar o que está previsto na lei da mobilidade.
JN - Os médicos estão quase todos concentrados no litoral. Como é que os vai levar para o interior?
CP - Vamos conseguir não só a partir da distribuição dos profissionais e dos instrumentos que ficarem previstos na lei. Podemos arranjar várias maneiras. Se não conseguirmos no limite deslocar um médico porque há disposições legais que não o permitam então teremos de deslocar os doentes. E isso obriga-nos a trabalhar noutra área que é o acesso aos cuidados de saúde.
O que é nós precisamos? Nós já temos um sistema de informação com a lista de inscritos para a cirurgia. Agora quero isso para as consultas da especialidade e depois também para os meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT).
Nas consultas de especialidade, no dia em que tiver a lista de todos os que estão em espera para oftalmologia, urologia ou ginecologia, a partir daí é possível fazer gestão, pois fico a saber não só o número de inscritos mas também os tempos de espera. E posso chegar à conclusão que com o número de oftalmologistas de um hospital posso resolver o assunto de outra maneira.
Ainda é um programa que está a ser gizado no meu gabinete. Para operacionalizarmos este programa, precisamos de criar condições no terreno para o fazer. Não vou dizer mais nada para não dizer em que estou a fazer propaganda e depois daqui a seis meses não virem dizer que não cumpri.
JN - Não quer cair na mesma situação das Unidades de Saúde Familiares, em que não vão conseguir cumprir a promessa de abrir 100 até ao final do ano?
CP - As USF têm condições no terreno que permitem concretizar mais rapidamente do que aquilo que queremos fazer em relação ao acesso, nomeadamente em relação às consultas. Mas porque é que não olham mais para os resultados alcançados?
A minha preocupação não são as metas mas criar as condições no terreno.
JN - Será possível ainda nesta legislatura?
CP - Seguramente, não tenho dúvidas . (...)

Da entrevista de CP, ficámos a saber que desconhece quantos dirigentes de segundo nível existem no MS, quantos funcionários já foram avaliados no âmbito do SIADAP e que não leu o relatório da ERSE sobre as convenções. Para mandar os médicos para o interior só tem "de aplicar o que está previsto na lei da mobilidade" e que está a gizar, no seu gabinete, um programa para apuramento dos tempos de espera das consultas da especialidade. Depois, é só gestão. Trigo limpo.
Será que CP tem razão quando se queixa que há muitos dados mas falta informação? E sistemas de informação semelhantes a mercearias de bairro?
Sobre os Serviços partilhados não tem ainda ideias assentes. Confirma-se a nossa prevísão: o projecto fica-se pela gaveta.

Finalmente, a recomendação do costume: "temos de aprender com os privados, importar do sector privado as boas práticas".
Uma vocação perdida.
Quanto à entrevista. Não havia necessidade

4 Comments:

Blogger tonitosa said...

A ERS a prestar serviço! Para quê, se os seus principais destinatários nem lêem os relatórios.
Esta entrevista da CP é das coisa mais caricatas (em entrevistas à CS) que já li. Uma autêntica pobreza, um deserto de ideias uma mente confusa que, dois anos depois de entrar no Governo nada sabe. Mas continua a prometer!...

9:40 da manhã  
Blogger Clara said...

Visão administrativista da gestão.
As pessoas não contam.
Não há que convencer ninguém, simplesmente accionar os mecanismos legais.

Deve haver algum critério para a efectuação de entrevistas.
Suponho eu.
Ter alguma coisa que dizer.
Fazer passar mensagens sobre a acção governativa.
Divulgação de algum projecto.

Lendo a entrevista de CP, não se vislumbra algum objectivo. Nem estratégico nem de coisa nenhuma.
Wasting time.

9:40 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Concordo com a Clara.
Principalmente, quanto ao wasting time.
Pensará a CP:
Heavy Lite: Wasting Time has Never Been So Much Fun.

Como exigir competência aos CA dos HHs?

Andamos a ser enganadas.

9:50 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Medidas propostas por CP como os projectos de mudança para o SNS.
Soltas,descoordenadas,sem nexo, prepotentes,mas com finalidades escondidas ou bem claras.
Em resumo:
Desvairadas!

10:14 da manhã  

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