Sobe de tom
A contestação do pessoal médico à política de Saúde do XVII Governo Constitucional e ao líder da pasta da Saúde, António Correia de Campos, entrou numa nova fase.
Por iniciativa da Associação Portuguesa de Médicos da Carreira Hospitalar (APMCH) foi criada uma Plataforma em que participam, além da APMCH, a Ordem dos Médicos (OM), Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) para delinear uma estratégia comum contra a política da saúde deste Governo. link
A Aliança destas associações tem por objectivo a defesa do Serviço Nacional de Saúde e a oposição à actual política de Saúde.
Ao longo da recente entrevista dada à TSF/DN, CC foi repetindo que contava com os médicos: “É com os médicos que fazemos as Reformas”.
A coisa parece estar, no entanto, cada vez mais difícil.
13 Comments:
"A Aliança destas associações tem por objectivo a defesa do Serviço Nacional de Saúde e a oposição à actual política de Saúde."
COMO?
:)
Devo estar a ver tudo distorcido...
Já agora:
a OM passou a ser um Sindicato?
Estranha, senão "contra natura" Frente.
Qualquer Frente de Médicos ou de qualquer outro sector profissional da saúde que se forme, só terá viabilidade e conseguirá atingir os objectivos a que se propõe desde que os pricípios orientadores da sua acção forem comuns.
É sem dúvida alguma, necessária uma forte unidade entre todos os sectores na defesa do SNS, mas uma unidade criada na base de princípios e não de slogans, na prática e não na retórica, no dia a dia de "todos os dias" e não só "dia sim e dia não".
Veja-se o recente pedido de revogação do "despacho de incompatibilidades" solicitado pela OM ao Provedor da Justiça...
1.535.947,50 Euros
Incompetência? Desleixo? Talvez não. A verdade é que o atraso na colocação dos médicos internos dão uma folga de 1.535.947,50 Euros ao orçamento do Ministério da Saúde, a preços actualizados de 2007, referente a vencimentos não pagos. Com efeito, revelando total insensibilidade pela saúde dos portugueses, o Senhor Ministro Correia de Campos nada faz para minorar o atraso na colocação dos médicos internos, adiando o seu contributo para os serviços públicos de saúde e, com isso, poupando uns tostões. Os portugueses que esperem já que, como todos sabemos, somos um País rico em recursos humanos médicos.
SIM
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De facto, a OM não é uma plataforma sindival, nem tão pouco pode actuar como tal.
Esta sua movimentação actual subverte todos os princípios das ordens profissionais, que ao invés de garantir bons cuidados à população, está a garantir previlégios ridículos (e isto só acontece com a OM) a profissionais que em pleno século XXI, acham-se reis e senhores de tudo isto.
De uma lado estão os médicos a defenderem o seu castelo desmoronado, e do outro lado da barricada está toda a população ciente dos deveres e direitos dos trabalhadores actualmente.
Todos estes "tiques" e "manias" absurdas, poderiam ter uma solução tão fácil.
Numa classe que faz da escassez de profissionais a sua arma de arremesso, formar mais médicos, abrir mais faculdades, e inundar o o país de profissionais seria uma boa forma de regular e equilibrar o mercado, estimulando a competição e a fluidez laboral, acabando definitvamente com todos os problemas. E que ninguém duvide que quase todos os problemas têm a sua raíz primária nesse ponto: a falta de médicos. Nos países onde não existe falta de médicos, ninguém levanta poeira, pois a porta da rua está sempre aberta.
Os médicos até se tornam ridículos nas suas argumentações desesperadas, como aquela acerca do recente episódio no Pedro Hispano, em que referiam que encostar o dedo num vidro diminuiria a sua produtividade. Às vezes pergunto-me, será que a estupidez desce pelos estetoscópios ou já nascem assim??
Este artigo de João Miguel Tavares (DN) se calhar é mais explícito do que eu:
(…) Portugal tem excelentes médicos, até acima da qualidade média do país, mas a classe tem tiques de prima donna e uma queda incontrolável para o corporativismo mais primário. Ninguém, com dois pingos de bom senso, pode hoje em dia contestar medidas básicas de controlo dos horários de um trabalhador. Mas bom senso é tudo o que não tem havido nesta discussão. Numa altura de cortes radicais e mudanças profundas no Sistema Nacional de Saúde, os médicos continuam a reivindicar privilégios que nem no Burkina Faso já fazem sentido.
A argumentação que tem sido utilizada para contestar o novo sistema de controlo é das maiores manifestações de desonestidade intelectual a que tenho assistido nos últimos anos. Os médicos do Pedro Hispano chegaram a defender que encostar o dedo a um vidro faria diminuir a produtividade dos serviços (a sério)(...)
Poder-se-à então concluir, de acordo com a posição de "Ferros Curtos" que Miguel Leão, terá "sabotado" os carris ou a carruagem? Pergunto.
:)
E depois do "desastre", alguém sabe explicar como metodicamente e sem margem de erro, se poderá reconstituir o satus quo ante, (anterior à motivação para a "sabotagem), sem provocar um ainda maior desastre?
Ah: lembro que na carruagem vão... doentes.
:)
Não será com propostas de “formar mais médicos, abrir mais faculdades, e inundar o o país de profissionais” nem tão pouco com respostas a perguntas do género “será que a estupidez desce pelos estetoscópios ou já nascem assim?” que o problema da classe médica (dita corporativa) deve ser analisado e “tratado”.
Os médicos, como qualquer outro grupo profissional da saúde são imprescindíveis num qualquer Serviço Nacional de Saúde.
Apontar os “erros” do passado (dum corporativismo de classe) e do presente (do salve-se quem puder portanto já não tão corporativista) à classe médica na sua generalidade é errado, porquanto os valores que transparecem para a opinião pública são os valores vinculados por quem pretende perpetuar esses mesmos erros enquanto fomentadores de privilégios injustificados nos dias de hoje.
Com a instituição das Carreira Médicas, na década de 80, deu-se o início da transformação duma medicina “individualizada e personalizada” para um acto médico “mais colectivo e mais intersectorial” que fez mudar muito as mentalidades dos médicos actuais mas que infelizmente se vem perdendo.
A muitas reinvidicações dos médicos há que dar ouvidos (a outras não), assim como às dos enfermeiros, e dos restantes profissionais da saúde, ou não fossem todos funcionários públicos enquanto trabalhadores do SNS.
Umas mais prioritárias que outras. mas por certo muitas delas justas..
É este espírito “do colectivo” (que ainda existe) que é necessário fomentar. Colectivo não só de classe mas “inter-classes” em que todos os profissionais da saúde são participantes no acto de tratar ou de realizar a profilaxia em Saúde.
Só com este espírito de forte unidade entre todos os sectores conseguiremos defender o nosso SNS, deixando as críticas não construtivas à generalidade duma classe que fazem transparecer um objectivo bem claro:
O de conseguir para si (ser individual), o protagonismo e os privilégios de classe que pretende serem retirados a outra classe.
éoquetemos: e quem fala assim não é gago. Sim senhor, gostei.
O controlo de assiduidade simplesmente é algo que é necessário cumprir. Todos sem excepção. E os médicos não são mais do que ninguém.
Sabemos que nunca os AH morreram de amores pelos Médicos e reciprocamente.
Mas não fazem sentido os "ataques sem sentido" que aqui, maioritariamente por AH, estão a ser feitos a toda uma classe.
Eu até defendo, como se sabe, um sistema de gestão de tempos (para todos so trabalhadores) mas discordo, em absoluto, que se imputem tantas "faltas" aos médicos, nomeadamente acusando-os de não terem a noção do que é gerir.
Olhemos para nós próprios e talvez não nos fique bem este "atirar de pedras".
Não foram os AH que ao longo das últimas décadas tiveram a "gestão económica e financeira" dos HH? E não são eles que agora enchem os quadros dos HH e ocupam a maioria dos cargos de topo?
Em www.simedicos.pt :
PLATAFORMA OU TERTÚLIA?
A comunicação social tem insistentemente informado que o Sindicato Independente dos Médicos terá participado activamente na criação de uma “Plataforma para delinear uma estratégia comum contra a política da saúde deste Governo”. Esta notícia foi amplamente divulgada e chegou já a conhecidos Blogs.
Dado que não foi assumida qualquer decisão sobre esta matéria pelo Secretariado Nacional, nem temos conhecimento de qualquer reunião em que tivesse participado qualquer dirigente do SIM, o encontro a que a imprensa se refere terá sido, tão só, um legítimo encontro de médicos de várias origens e tendências.
Transformar uma tertúlia numa Frente ou Plataforma, mesmo que com os dignos propósitos anunciados e contra este Ministro, é um acto abusivo e, mais grave por incorrecto e mentiroso, um acto falhado de constituição de um facto político.
O SIM é, e será, uma organização independente, implacável lutadora, mas sempre respeitadora do normal quadro democrático. destacar...
11 de Janeiro de 2007 o2/n1550/t1/
Caros colegas joaopedro, drfeelgood e éoqutemos,
Vocês sabem, cmo eu sei, que os Médicos e os AH nunca coexistiram na administração hopitalar de forma "pacífica". E toleraram-se por razões estratégicas e de sobrevivência.
E de tal forma que cada um (Médico/director/presidente e AH/vogal)foi sempre gerindo a sua quinta, dizendo não querer saber dos problemas da quinta do outro.
E isso em nada ajudou a uma melhoria de gestão cujas consequências ainda hoje se fazem sentir.
Um abraço
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