domingo, março 18

O outro lado da questão

Chaves

Existe uma indiscutível racionalidade no fecho de urgências, de maternidades, de escolas, de estações de comboios e de camionetas, de balcões de correios e de diversos serviços. O problema é que há pessoas muito prejudicadas.link
(...)O Estado, se nada faz além desta política de concentração racional de serviços, dá ele próprio um sinal aterrador: que as aldeias e as pequenas vilas serão, a prazo, fantasmas. Que este país, já totalmente desequilibrado para o litoral, ficará com meia dúzia de cidades no interior rodeadas por vastos desertos. Ora, se no Alentejo os desertos ainda se transformam em campos de golfe, no Norte nem para isso servirão.
O Estado necessita, pois, de soluções criativas que lhe permitam conjugar a necessidade de concentrar serviços com a de não abandonar as populações dos pequenos centros. Claro que as vias de comunicação, entretanto feitas, fazem parte dessa conjugação, mas o factor humano é muito mais importante. Por isso mesmo, o Estado deve descentralizar funções para as autarquias, mesmo ao nível de Juntas de Freguesia.
(...) É necessário que o poder local, as freguesias, sejam dotadas de capacidade e equipamento para funcionarem como «front desk», prestadores de serviços que sirvam de ligação com a administração pública ou empresas que prestam serviço público.
Só assim os habitantes das pequenas aldeias e vilas do país poderão ainda ter esperança numa qualidade de serviços que não os leve a desistir.(...)
Henrique Monteiro, semanário expresso 17.03.07

1 Comments:

Blogger tonitosa said...

Na verdade há sempre o outro lado da questão.
Veja-se o artigo de hoje do DN como o outro lado dos "bons resultados de governação anunciados pelo Primeiro Ministro, e3 que tomo como "meu comentário" a este "post".

Diz assim:
"Cada português deve 12,8 mil euros ao estrangeiro"

"Só no ano passado, cada português pagou ao estrangeiro 16,7 mil euros em juros e amortizações de empréstimos. Nesta conta, claro, estão também incluídos os rendimentos - de salários e propriedades - transferidos para fora de fronteiras, mas a parte de leão refere-se aos juros do endividamento das famílias, com a compra de casas e empréstimos ao consumo.

Cifras que explicam a razão por que o défice externo saltou de 8,1% em 2005 para os 8,7% da riqueza gerada pelo País [produto interno bruto (PIB)] em 2006, apesar do aumento das exportações. Uma hemorragia imparável ameaça tornar o País mais pobre, já que estamos a consumir as poupanças dos estrangeiros e as taxas de juro estão cada vez mais altas. De acordo com os dados do INE, referentes às contas nacionais, a dívida externa, no ano passado, aumentou 12% em relação a 2005 (passou de 12,08 mil milhões de euros para 13,52 mil milhões) e duplicou em três anos. Ou seja, cada português deve 12,8 mil euros ao estrangeiro.
..."
Mas há muitos outros lados das questões.
Que aconteceria hoje na política portuguesa se o Senhor Presidente da República lembrasse a JS que "HÁ VIDA PARA ALÉM DO DÉFICE"?

9:00 da manhã  

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