Ainda o HIDP
O fim de semana aqueceu. E bastante.
Mas ainda assim deu para chegar ao fim da leitura detalhada do relatório e contas do HIDP.
Para além dos comentários feitos anteriormente, pouco mais tenho a a acrescentar.
Confirmei de um modo geral o "annus horribilis" (a acrescentar ao que já havia acontecido em 2005) da gestão do HIDP.
Não me alongo em mais comentários.
Deixo apenas a transcrição do que considero as "pérolas" do relatório, que se seguem;
1.- "A este propósito mencione-se, então, que os serviços que registaram variações negativas de actividade, e pelos motivos expostos, foram aqueles que não cumpriram as metas previstas no documento de planeamento da actividade de 2006, sendo que os restantes, maioritariamente, alcançaram a produção estimada ou registaram desvios pouco significativos."
2.- "Refira-se que nesta descrição apenas constam os encargos resultantes dos investimentos aprovados em sede de projecto co-financiado, pelo que não se mencionam os variados investimentos paralelos que se fizeram com recursos do próprio hospital para assegurar o sucesso dos próprios projectos."
3.- "Por força da reestruturação operada na assistência médica do Serviço de Urgência, reduziu-se o recurso a prestação de serviços médicos em regime de prestação de serviços, quer sejam tarefeiros ou sejam em regime simples de prestação de serviços, substituindo-se por prestações de serviços realizadas por empresas especializadas.
É tal facto que justifica os decréscimos acentuados em termos de custos finais com a rubrica de honorários já que os acréscimos de necessidades de pessoal, e em consequência dos respectivos custos, transitaram para a rubrica de Outros Trabalhos Especializados como se constatará em ponto subsequente."
4.- "A alteração do regime de remuneração do trabalho extraordinário do pessoal médico forçou a contratação de serviços a empresas especializadas neste domínio, com custos unitários mais elevados, para assegurar a prestação do serviço de Urgência nas vertentes de especialidade;"
5.- "Nesse sentido, concluiu-se que, apesar do que numa primeira análise se poderia deduzir, a facturação de episódios de internamento registou um acréscimo de 6,56% face ao ano anterior e que se deveu, sobretudo, a uma melhoria significativa na qualidade do registo e auditoria da actividade desenvolvida e facturável."
6.- "A facturação dos episódios de consulta externa, urgência e hospital de dia mantêm a tendência dos anos mais recentes de comportamentos de crescimento assinalável que permitiram um crescimento da facturação com o ambulatório do hospital.
Contudo, atente-se que o factor que originou o acréscimo em causa prende-se, sobretudo, com o ênfase dado à qualidade de registo da actividade que permitiu compensar, ao nível da facturação, o decréscimo do ambulatório do hospital, exceptuando-se o serviço de Urgência."
Uma nota final:
Dos dados publicados é possível concluir que as remunerações dos órgão directivos apresentam um acréscimo superior a 13% (2006/2005) que não deixa de contrastar com os 5% de acréscimo nas restantes remunerações.
E uma pergunta:
Quem se lembra das "mordomias" dos gestores SA's?
Vejam os mapas das remunerações dos membros do CA!
Na verdade...Bem prega Frei Tomás!...
Mas ainda assim deu para chegar ao fim da leitura detalhada do relatório e contas do HIDP.
Para além dos comentários feitos anteriormente, pouco mais tenho a a acrescentar.
Confirmei de um modo geral o "annus horribilis" (a acrescentar ao que já havia acontecido em 2005) da gestão do HIDP.
Não me alongo em mais comentários.
Deixo apenas a transcrição do que considero as "pérolas" do relatório, que se seguem;
1.- "A este propósito mencione-se, então, que os serviços que registaram variações negativas de actividade, e pelos motivos expostos, foram aqueles que não cumpriram as metas previstas no documento de planeamento da actividade de 2006, sendo que os restantes, maioritariamente, alcançaram a produção estimada ou registaram desvios pouco significativos."
2.- "Refira-se que nesta descrição apenas constam os encargos resultantes dos investimentos aprovados em sede de projecto co-financiado, pelo que não se mencionam os variados investimentos paralelos que se fizeram com recursos do próprio hospital para assegurar o sucesso dos próprios projectos."
3.- "Por força da reestruturação operada na assistência médica do Serviço de Urgência, reduziu-se o recurso a prestação de serviços médicos em regime de prestação de serviços, quer sejam tarefeiros ou sejam em regime simples de prestação de serviços, substituindo-se por prestações de serviços realizadas por empresas especializadas.
É tal facto que justifica os decréscimos acentuados em termos de custos finais com a rubrica de honorários já que os acréscimos de necessidades de pessoal, e em consequência dos respectivos custos, transitaram para a rubrica de Outros Trabalhos Especializados como se constatará em ponto subsequente."
4.- "A alteração do regime de remuneração do trabalho extraordinário do pessoal médico forçou a contratação de serviços a empresas especializadas neste domínio, com custos unitários mais elevados, para assegurar a prestação do serviço de Urgência nas vertentes de especialidade;"
5.- "Nesse sentido, concluiu-se que, apesar do que numa primeira análise se poderia deduzir, a facturação de episódios de internamento registou um acréscimo de 6,56% face ao ano anterior e que se deveu, sobretudo, a uma melhoria significativa na qualidade do registo e auditoria da actividade desenvolvida e facturável."
6.- "A facturação dos episódios de consulta externa, urgência e hospital de dia mantêm a tendência dos anos mais recentes de comportamentos de crescimento assinalável que permitiram um crescimento da facturação com o ambulatório do hospital.
Contudo, atente-se que o factor que originou o acréscimo em causa prende-se, sobretudo, com o ênfase dado à qualidade de registo da actividade que permitiu compensar, ao nível da facturação, o decréscimo do ambulatório do hospital, exceptuando-se o serviço de Urgência."
Uma nota final:
Dos dados publicados é possível concluir que as remunerações dos órgão directivos apresentam um acréscimo superior a 13% (2006/2005) que não deixa de contrastar com os 5% de acréscimo nas restantes remunerações.
E uma pergunta:
Quem se lembra das "mordomias" dos gestores SA's?
Vejam os mapas das remunerações dos membros do CA!
Na verdade...Bem prega Frei Tomás!...
tonitosa
Etiquetas: Tonitosa
4 Comments:
Aceitam-se aposta sobre o tempo que vai levar a ser publicado o 2.º relatório de contas dos Hospitais EPE de 2006.
A culpa é do amanuense do Portal dos HHs EPE que leva três meses para colocar na Net cada relatório.
Por este andar, só lá para 2008 vamos poder comparar as contas dos HHs EPE de 2006.
O relatório do HIDP está à experiência.
Os restantes não passaram no lápis azul.
Ainda em relação ás contas dos EPE’s aqui vão alguns exemplos de gestão de recursos humanos, de diferentes hospitais, que podem ajudar a entender algumas razões das boas e más contas:
- Num Hospital EPE, o serviço azul tem muita falta de recursos humanos e gasta muito em horas extraordinárias, tem também muitos pretendentes em início de carreira (preço hora cerca de 17 euros) mas que a direcção de serviço alega que não puder contratar porque a administração não deixa. Entretanto o serviço verde tem um elemento que é transferido para o serviço azul ficando então com a necessidade de aumentar os seus gastos em horas extraordinárias e inclusive contratando recursos exteriores ao Hospital ao preço de 70 euros/hora. Será que esta administração não sabe fazer contas e ver que ficava mais barato contratar pessoal para o serviço azul.Quando é que as direcções de serviço vão ser responsabilizadas pela gestão que fazem?
- No mesmo Distrito o Hospital X, EPE refere que todas as contratações têm de passar pelos recursos humanos com abertura de concurso não tendo o director de serviço capacidade de decisão sobre as contratações, enquanto no Hospital Y,EPE é preciso que a direcção de serviço aceite o concorrente sendo este depois contratado sem que os recursos humanos tenham qualquer papel em todo o processo. Por uma questão de clareza dos critérios de contratação e igual oportunidade para todos os profissionais não deveriam ser os recursos humanos a tratar do processo de contratação. Não está o governo a criar uma base comum de recursos humanos para uma melhor e mais clara gestão na função publica, será que as EPE’s também não deviam ser mais límpidas no processo de contratação?
- Este exemplo acontece em vários hospitais EPE, A considerado um exemplo de dedicação e competência está desde que se tornou especialista numa vaga carência que lhe foi atribuída de acordo com a sua nota (boa nota) mas cujo vencimento hora é 30% inferior ao preço hora dos contratos feitos pelos EPE’s. Entretanto o hospital inicia um processo de contratação de mais médicos e A pretende ser também contratado pois está com vencimento inferior aos colegas contratados e porque tem receio que entretanto as necessidades do hospital sejam colmatadas e quando acabar a sua vaga não haja lugar para si. A Administração recusa a passagem de A para contrato individual de trabalho e continua a contratar profissionais com menos competências técnicas a um preço superior. Onde fica a valorização do desempenho, do conhecimento ?
Estes são alguns exemplos que ilustram a diferenças de gestão dos recursos humanos, não só nos custos que lhe estão associados mas também na gestão do conhecimento de que tanto se fala, que se diz ser um dos pontos de investimento do governo mas que na prática é completamente ignorado quando implica o gasto de mais Euros.
Vivo.numa.epe
vivo. numa epe
Excelente comentário.
Contribuições destas são muito importantes para podermos compreender o que se está a passar e melhorar o sistema.
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