segunda-feira, julho 30

Fundo CLACE






A ANF criou uma empresa de factoring (Finanfarma) para assegurar os pagamentos às farmácias das comparticipações adiantadas na venda de medicamentos.
CC, para não ficar atrás, criou um Fundo, a alimentar por verbas do orçamento de estado, destinado exclusivamente a garantir o pagamento das comparticipações de medicamentos do SNS às farmácias.

Agora é a vez de um grupo de nove HHs de Lisboa, através do “Compras e logística do Agrupamento Complementar de Empresas (CLACE)” (classe? presunção e água benta...) criarem um fundo de garantia de pagamento das dívidas aos laboratórios a prazos decentes (60 a 90 dias).
link

Os laboratórios passam a apresentar as facturas ao Fundo que assegurará o pagamento a tempo e horas. Posteriormente, os HHs pagam ao CLACE (quando puderem e a liquidez o permitir).
Teoricamente, se os HHs conseguirem implementar um sistema de pagamentos pontuais aos laboratórios, o preço de aquisição dos medicamentos reduzir-se-á significativamente.
Falta saber se este beneficio não será prejudicado pelas dificuldades dos HHs em cumprirem os seus compromissos com o Fundo CLACE.

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3 Comments:

Blogger tonitosa said...

A criação de um Fundo de Garantia pode ser uma boa solução para reduzir o atraso nos pagamentos dos HH aos seus fornecedores.
Mas pode também não ser a melhor solução.
Pagamentos em prazos razoáveis poderão permitir aquisições a preços mais baixos. Isso é possível e já não é novidade.
O que seria de esperar era que, pelo menos um número razoável de hospitais, decorridos os primeiros 4 anos sobre a sua empresarialização, tivéssem sido capazes de, por si, conseguirem reduzir os prazos de pagamento. Mas a realidade aponta em sentido contrário! Para mim há nisto um problema de gestão. Os hospitais receberam um capital social que deveria permitir iniciar uma gestão "sem dívidas". Mas o que se verificou, e verifica, é que a sua "exploração" continua deficitária (por razões várias que podem ser avaliadas noutro momento) e por isso os CA não arriscam ficar sem a "reserva" financeira que lhes permita manter o pagamento de despesas inadiáveis, e particularmente dos salários. Mas isso não dura sempre.
Os HH colocam-se, assim, num ciclo vicioso. Compram mais caro porque pagam mal e pagam mal porque não fazem poupanças que permitam inverter a situação. E parte significativa dessas poupanças podiam ser geradas na compra de produtos (e não são só os medicamentos) a preços mais baixos.
Seria até vantajoso, financeiramente, reocrrer a empréstimos bancários para antecipar pagamentos cujos juros seriam mais que compensados com o diferencial de preços nas compras.
Nada disto tem merecido uma atenção séria.
Agora cria-se um fundo de garantia e parece esquecer-se a ideia de que o dinhiero tem um preço. E vamos ter mais uma "organização" para gerir esse fundo com custos que alguém terá que suportar.
Mas, sempre serão criados mais uns lugares de "gestores" para satisfazer alguns "descontentes á espera da sua oportunidade". Ou a gestão do Fundo é entregue à banca e tem também custos.
A solução, porém, não passa apenas por pagar em prazo mais curto. É preciso sobretudo reduzir os montantes das dívidas. E também nesse domínio as coisas não têm corrido bem.

12:31 da tarde  
Blogger Peliteiro said...

CC, para não ficar atrás?
CC fica sempre muito atrás!
:-)

3:16 da tarde  
Blogger saudepe said...

Comprar mais barato contribui certamente para a redução das dívidas do SNS.
O problema da CLACE está nos custos administrativos relativos ao seu funcionamento.
Os HHs devem entregar a exploração do sector terciário a especialistas. Neste caso a especialistas em compras e ligistica.
O CLACE dificilmente poderá competir em competência com outras empresas implantadas no mercado desde há muito. O tempo não está de feição para principiantes.
Prevejo um fracasso para esta louvável iniciativa.

4:27 da tarde  

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