TE, consultas hospitalares
Há pela primeira vez, um número oficial sobre as listas de espera das primeiras consultas de especialidade nos hospitais públicos : 382.866 mil doentes.
Diz a TVI.
Há informação, mais recente, da ARSLVT que estima que o número de doentes do SNS à espera de 1.ºs consultas de especialidade é substancialmente inferior.
Depois do relatório do TC sobre o SIGIC, trazer à baila os dados do “levantamento da IGAS, feito em 2006”, veio mesmo a calhar.
Quanto a tempos de espera (TE), o que se sabe, com grau elevado de certeza, é que em 30 de Junho do corrente ano havia 208.632 doentes em lista de espera cirúrgica link . E que a mediana do TE nacional era de 5,0.
O TE nacional que medeia entre a “prescrição” da consulta de especialidade no centros de saúde (p1) e a sua efectivação nos HHs é desconhecido.
Há informação, mais recente, da ARSLVT que estima que o número de doentes do SNS à espera de 1.ºs consultas de especialidade é substancialmente inferior.
Depois do relatório do TC sobre o SIGIC, trazer à baila os dados do “levantamento da IGAS, feito em 2006”, veio mesmo a calhar.
Quanto a tempos de espera (TE), o que se sabe, com grau elevado de certeza, é que em 30 de Junho do corrente ano havia 208.632 doentes em lista de espera cirúrgica link . E que a mediana do TE nacional era de 5,0.
O TE nacional que medeia entre a “prescrição” da consulta de especialidade no centros de saúde (p1) e a sua efectivação nos HHs é desconhecido.
Supõe-se elevado. Para grande sofrimento dos nossos doentes.
Estamos longe de ter organizada uma base de dados que nos permita conhecer o tempo total que medeia entre a prescrição da consulta da especialidade nos centros de saúde (diagnóstico do médico de família com suspeita de indicação cirúrgica) e a realização de cirurgias (indicação cirúrgica em consulta hospitalar) nos hospitais (públicos ou privados/social convencionado).
Está em desenvolvimento o projecto "Consulta a Tempo e Horas" que tem por objectivo melhorar o acesso dos doentes dos centros de saúde, às primeiras consultas de especialidade dos hospitais. Através da simplificação de procedimentos e da informação clínica a juntar ao pedido de consulta de forma a gerar pedidos com base em critérios clínicos e a criação de um sistema de informação do cidadão sobre os tempos de espera (à semelhança do que já acontece com as cirurgias- SIGIC) .
Há, ainda, muito trabalho a desenvolver, para o SNS continuar a ser o 12.º melhor do mundo.
Estamos longe de ter organizada uma base de dados que nos permita conhecer o tempo total que medeia entre a prescrição da consulta da especialidade nos centros de saúde (diagnóstico do médico de família com suspeita de indicação cirúrgica) e a realização de cirurgias (indicação cirúrgica em consulta hospitalar) nos hospitais (públicos ou privados/social convencionado).
Está em desenvolvimento o projecto "Consulta a Tempo e Horas" que tem por objectivo melhorar o acesso dos doentes dos centros de saúde, às primeiras consultas de especialidade dos hospitais. Através da simplificação de procedimentos e da informação clínica a juntar ao pedido de consulta de forma a gerar pedidos com base em critérios clínicos e a criação de um sistema de informação do cidadão sobre os tempos de espera (à semelhança do que já acontece com as cirurgias- SIGIC) .
Há, ainda, muito trabalho a desenvolver, para o SNS continuar a ser o 12.º melhor do mundo.
7 Comments:
São campanhas políticas devidamente orquestradas.
Infelizmente todos nós sabemos que há graves problemos de acesso dos doentes do SNS aos cuidados de saúde.
As coisas tem vindo a melhorar paulatinamente. Mas não chega.
Como o Xavier diz no final do post, temos de trabalhar muito para melhorar as coisas. Muitas pessoas pensam que resiolvem as coisas com criticas mais ou menos populistas.
Entrevista com o Ministro da Saúde, Correia de Campos, publicada pela Agência Lusa, a 20 de Setembro 2006.
Algumas consultas de especialidade nos hospitais têm listas de espera de vários anos, um problema que levou o ministro da Saúde a determinar um levantamento da situação e a defender o seu prolongamento até à s 20:00. Em entrevista à Agência Lusa, António Correia de Campos reconheceu que o tempo de espera para algumas consultas de especialidade nos hospitais é demasiado longo e aponta o dedo à "cultura médica hospitalar", que "é contra a consulta externa". link
OMinistério da Saúde (MS) tem até ao final do ano para publicar uma lista com os tempos de espera clinicamente aceitáveis para qualquer cuidado não urgente no Serviço Nacional de Saúde SNS. Além das cirurgias não programadas - para as quais esse limite razoável de espera já existe -, serão listadas as consultas nos centros de saúde, as consultas externas nos hospitais, os cuidados domiciliários e os exames.
A determinação consta de uma lei ontem publicada em "Diário da República" fixando os termos em que deve ser redigida e publicada a Carta dos Direitos de Acesso aos Cuidados de Saúde pelos Utentes do SNS. Contactada pelo JN, fonte do MS adiantou que a lista que deve acompanhar a publicação anual da Carta "está em preparação" e deverá estar pronta até à entrada em vigor do diploma ontem publicado, em Janeiro de 2008.
A Lei 41/2007 estabelece que o utente deve ser informado "sempre que a capacidade de resposta dos estabelecimentos do SNS estiver esgotada e for necessário proceder à referenciação para os estabelecimentos de saúde do sector privado". À semelhança do que, de resto, já acontece com o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), que entrega um vale-cirurgia ao utente para recorrer ao sector privado sempre que se preveja que não terá a sua situação resolvida no prazo de quatro ou nove meses (em função da prioridade da situação).
Apesar de plasmado na nova lei, que fala concretamente de "todo o tipo de prestações sem carácter de urgência", o MS não quer, por enquanto, falar na hipótese de estabelecer convenções com médicos privados para a realização de consultas de cuidados primários ou hospitalares.
"Não se pode dizer que as convenções se vão alargar às consultas", adiantou a mesma fonte. O tempo de espera para consultas externas nos hospitais já é, aliás, objecto de um programa iniciado no final do ano passado. Chama-se "consulta a tempo e hora", aplica-se às primeiras consultas de especialidade e já abrange 24 hospitais e respectivos centros de saúde. "Este sistema alimenta uma base de dados que permite identificar bloqueios, que são corrigidos automaticamente".
Só com o alargamento do programa a todos os hospitais e centros de saúde - prometido para o final deste ano - se poderá "perceber se há ou não falta de capacidade de resposta do SNS nalgumas especialidades", explica a mesma fonte. Que admite que, a haver constrangimentos, a solução poderá passar pela reorganização das consultas numa unidade, ou entre unidades. "Não terá necessariamente que passar por convenções com privados", como se passa com o SIGIC.
Recorde-se que o MS foi recentemente confrontado com o crescente recurso dos utentes aos privados em especialidades com espera demasiado prolongado. A informação, avançada no estudo que analisou a sustentabilidade financeira do SNS, abordava áreas como oftalmologia, ortopedia, medicina dentária, pediatria e ginecologia. Nalguns casos, perto de 70% das consultas eram privadas (quase 100% no caso dos dentistas). Ao que o MS respondeu admitindo problemas de acesso.
Ivete Carneiro JN
Pronto!
Está criado o ambiente para mais um crescimento dos convencionados.
Não foi o PKM que num excelente artigo recentemente publicado no DE, considerou como inovadora esta via?
Declarada a incapacidade do SNS de prover Consultas Externas, a tempo e horas, vamos ter vales para consultas de especialidade nos Hospitais privados e das Misericórdias.
É a privatização sempre a avançar!
Se algo de mau é noticiado, estamos perante campanhas políticas orquestradas. E é mais um ataque dos privados!
Uma coisa é certa e inquestionável: os dados conhecidos (e que não tradarão a ser relativizados) dizem-nos que mais de 380000 cidadãos esperam por uma consulta externa. E muitos milhares esperam há mais de dois! O resto são desculpas esfarrapadas. E CC foi, na oposição, um crítico permanente e obcecado das listas de espera. Logo, não tem moral para não ter, já, posto em prática medidas efectivas de melhoria da situação com resultados claros. Dois anos depois de estar a governar, mal se compreende que esteja ainda à espera de um sistema de informação e de uma base de dados que, é certamente útil, mas não faz consultas aos doentes. Nem a marcação na hora significa doentes consultados.
Volto ao que há muito tenho dito: é mais fácil encerrar serviços do que melhorar os existentes!
É mais fácil destruir do que construir!
Só alguém com muitas ideias, umas feitas e outras em gestação, pode atribuir aos HHss públicos a realização "a tempo e horas" de todas as consultas de especialidade que o SNS consome. Digo consumir porque para além de aumentarem todos os anos sem que a população aumente representam uma exigência de qualidade negada pelos cuidados primários.
Tal nunca será possível sem um chapéu de chuva de especialistas entre os Médicos de Família e os Hospitais.
Verdade ou mentira ?
Primeiro é preciso reduzir o desperdício.
Como?
Reorganizando a articulação da rede de cuidados, investindo essencialmente nos meios de informação.
Transcrevo a propósito o texto seguinte postado aqui há semanas.
Na minha USF temos praticado este sistema (marcação de consultas por telefone)e eu próprio, com uma lista de quase 2000 utentes, uma lista idosa e utilizadora, tenho conseguido garantir isto. Excepto, como é evidente, nos períodos imediatamente a seguir às ausências de férias ou ”Congressos“
Como?
Em primeiro lugar, conseguindo convencer a população, pela prática, que tem consulta sempre que queira ou precise. Só assim se acaba com o espírito de açambarcamento que existe e que leva uma pessoa a, assim que sai da consulta, marcar logo a seguinte. Tal como acontece quando se fala que vai faltar o açúcar e toda a gente corre comprá-lo e ele falta mesmo. Haverá no início um esforço extra, eventualmente com mais períodos de consulta, para se recuperarem os atrasos. Depois as coisas estabilizam, desde que se disponibilize a oferta (tempo) necessária para responder à procura (…)
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