PPP à portuguesa (2)
H. São Sebastião
PPPs à portuguesa para a construção de novos HHs do SNS (investimentos e exploração do "edíficio" + exploração do hospital), configuram negócios de elevado risco para o Estado. Proporcional ao grande salto, que LFP & CC planearam em direcção ao sector privado da saúde.
O programa de LFP previa a construção de dez hospitais da rede do SNS. CC limitou-se a retocá-lo: Cascais, Braga, Loures Vila Franca, São Brás de Alportel (1.ª vaga); Hospital de Todos-os-Santos, Central do Algarve, Seixal, Évora, Vila Nova de Gaia e Vila do Conde/Póvoa do Varzim (2.ª vaga). Com o objectivo claro de dar um forte impulso à expansão do sector privado da saúde.
Salvador de Mello, em entrevista ao DN (04.04.05), traça com clareza as ambições da JMS, relativamente ao crescimento do mercado da privado da Saúde: link
«Penso que os privados deveriam ter uma presença mais significativa. O programa anterior das parcerias público-privados levaria, em 2014/15 (no fim do programa), a uma posição da ordem dos 20%. Mas acho que esse prazo deveria ser claramente antecipado, por um lado, e, por outro, que os 20% é um objectivo pouco ambicioso, no sentido de maior competitividade.»
Ou seja, o ideal seria chegar aos 20% por volta de 2010...
«Parece-me perfeitamente razoável que o sector privado venha a ter 50% do mercado hospitalar. »
Até 2010, ou a longo prazo?
«Não me compete calendarizar, mas parece-me razoável, embora ambicioso, o horizonte de 2010.»
O que torna aliciante o negócio das PPP, desenhado por LFP, para os privados, é a exploração das prestações de cuidados. Seguro, com clientes certos, despesa paga pelo orçamento de estado e contratos de dez anos. E as restantes prestações de serviços e fornecimentos: hoteleiras, limpeza, segurança, assistência técnica, consumo clínico, medicamentos. Embora haja autores que considerem a transferência do risco para os privados a grande vantagem deste tipo de contratualização. A justificar a atribuição a este sector de maior liberdade contratual de forma a assegurar a melhor rentabilidade das PPPs, através da optimização da relação custo-benefício. O que, efectivamente, se verifica na relação Público/Privada é um profundo desequilíbrio resultante da diferença de sofisticação das partes o que faz com que o grosso do risco deste negócio, permaneça do lado do sector público. Será, pois, sempre, aconselhável, procurar soluções alternativas que melhor salvaguardem os interesses do Estado. A acessibilidade dos utentes e a sustentabilidade do SNS.
O programa de LFP previa a construção de dez hospitais da rede do SNS. CC limitou-se a retocá-lo: Cascais, Braga, Loures Vila Franca, São Brás de Alportel (1.ª vaga); Hospital de Todos-os-Santos, Central do Algarve, Seixal, Évora, Vila Nova de Gaia e Vila do Conde/Póvoa do Varzim (2.ª vaga). Com o objectivo claro de dar um forte impulso à expansão do sector privado da saúde.
Salvador de Mello, em entrevista ao DN (04.04.05), traça com clareza as ambições da JMS, relativamente ao crescimento do mercado da privado da Saúde: link
«Penso que os privados deveriam ter uma presença mais significativa. O programa anterior das parcerias público-privados levaria, em 2014/15 (no fim do programa), a uma posição da ordem dos 20%. Mas acho que esse prazo deveria ser claramente antecipado, por um lado, e, por outro, que os 20% é um objectivo pouco ambicioso, no sentido de maior competitividade.»
Ou seja, o ideal seria chegar aos 20% por volta de 2010...
«Parece-me perfeitamente razoável que o sector privado venha a ter 50% do mercado hospitalar. »
Até 2010, ou a longo prazo?
«Não me compete calendarizar, mas parece-me razoável, embora ambicioso, o horizonte de 2010.»
O que torna aliciante o negócio das PPP, desenhado por LFP, para os privados, é a exploração das prestações de cuidados. Seguro, com clientes certos, despesa paga pelo orçamento de estado e contratos de dez anos. E as restantes prestações de serviços e fornecimentos: hoteleiras, limpeza, segurança, assistência técnica, consumo clínico, medicamentos. Embora haja autores que considerem a transferência do risco para os privados a grande vantagem deste tipo de contratualização. A justificar a atribuição a este sector de maior liberdade contratual de forma a assegurar a melhor rentabilidade das PPPs, através da optimização da relação custo-benefício. O que, efectivamente, se verifica na relação Público/Privada é um profundo desequilíbrio resultante da diferença de sofisticação das partes o que faz com que o grosso do risco deste negócio, permaneça do lado do sector público. Será, pois, sempre, aconselhável, procurar soluções alternativas que melhor salvaguardem os interesses do Estado. A acessibilidade dos utentes e a sustentabilidade do SNS.
Etiquetas: PPPs à Portuguesa
3 Comments:
A decisão política de LFP teve um objectivo claro: provocar uma profunda fractura do sector público da Saúde.
Já a aposta de CC na continuidade do programa das PPP entende-se mal.
Ou talvez não.
Depende da expectativa que se tinha à partida em relação à sua governação.
Todos conhecemos os resultados da experiência da gestão privada do Hospital Amadora Sintra. Nenhumas vantagens quer do ponto de vista financeiro, quer do ponto de vista da qualidade das prestações.
Mesmo assim, CC decidiu ignorar o êxito da experiência do Hospital de São Salvador e apostar nos Mellos, ESS e HPPs.
Não vão ser precisos muitos anos para vermos o fundo ao saco como se diz na munha terra.
CC, dispõe actualmente de uma outra alternativa. O estabelecimento de convenções com os grandes hospitais privados, (Luz, alto dos moinhos). Primeiro a preços módicos.
Mais tarde, quando o Estado não tiver alternativa, será a altura de os investidores privados colherem os lucros desta árvore das patacas.
Queria dizer São Sebastião de Vila da Feira.
Caro saudepe:
...de São Sebastião de Vila da Feira, não, de São Sebastião da Feira, já que foi promovida a cidade!
Mas a promoção só trouxe ganhos formais.
O H de S. Sebastião, viveu bem enquanto existiam unidades hospitalares com alguma dinâmica (pouca, entenda-se)em Oliveira de Azeméis e S. João da Madeira.
"Encaixou" o antigo H. de Oleiros e tudo correu bem.
Agora, vai "sofrer" um pouco. Já começou nas Urgências. Para um homem com a experiência do Dr. H. Meireles, dizer que se instalou o caos... é preciso haver sérias alterações.
Uma manta curta.
Quando se tapam os pés, destapa-se a cabeça e ... quando se tapa a cabeça, ficam os pés de fora...
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