sexta-feira, fevereiro 15

Ana Jorge, 1.ª entrevista


Médico de FamíliaPassou, nos últimos dias, por diversas unidades de saúde familiar (USF), na primeira iniciativa de campo enquanto governante. Entre aquilo lhe foi transmitido pelos profissionais de saúde, o que reteve como mais marcante? link

O que gostaria sobretudo de salientar é o entusiasmo com que as pessoas abordam a sua experiência, a forma como aderiram ao processo, com muita criatividade e empenhamento. Sobretudo, impressionou-me o facto de acreditarem que este é um movimento que vai conduzir à melhoria da qualidade dos serviços. Por outro lado, não pude deixar de perceber um sorriso na maior parte dos lábios, o que significa que gostam do que estão a fazer. Foi muito agradável de ver.
A organização dos serviços, o modo como todos aderiram às novas rotinas de trabalho, também me sensibilizaram.

(...) Depois de tomar posse, já estabeleceu como objectivo a superação das metas traçadas pelo seu antecessor, no que respeita à criação de USF. Para tal, será necessário imprimir um pouco mais de agilidade em matérias como a entrega de equipamentos e instalações, a mobilidade dos profissionais. O que pretende fazer, exactamente?

Há um conjunto de obstáculos a considerar e que devemos combater. Antes de mais, é importante que as pessoas avancem, que apresentem as suas candidaturas sem receios. Depois, é essencial que os profissionais tenham instalações e equipamentos à altura das tarefas com que se comprometem. Neste aspecto, posso dizer que o Ministério da Saúde tudo fará para agilizar a aquisição e entrega de equipamentos, bem como a realização de todas as obras que forem consideradas necessárias. A ideia base é esta: perante a existência de profissionais que mostrem disponibilidade e apresentem planos de acção fundamentados, nada os deverá impedir de concretizar o seu projecto.
Sem dúvida que se conseguirmos ultrapassar as metas inicialmente estabelecidas (que passavam pela abertura de 150 USF até ao final de 2008, por exemplo), estaremos a fortalecer os desígnios da reforma e a resolver uma parte substancial dos problemas do país, na área da Saúde.

Podemos, então, interpretar as suas palavras como uma intenção de imprimir um ritmo mais veloz à reforma dos CSP?

Exactamente. O Ministério quer avançar rapidamente com a implementação da reforma no terreno, até porque existe a vontade política, neste momento, para suportar essa velocidade. (...)
JMF, Tiago Reis, 15.02.08

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