sábado, fevereiro 9

Alerta vermelho


O artigo “Alert P1 instiga anticorpos”, publicado no JMF (12.01.08), alertava para as deficiências do Alert P1:
«Várias dezenas de profissionais de unidades de saúde familiar já manifestaram o seu apoio a um documento elaborado na Unidade de Saúde Familiar Marginal, do Centro de Saúde de Cascais, no qual se apontam deficiências à aplicação informática ALERT P1 e à arquitectura do projecto “Consulta a Tempo e Horas”.»
link Estas críticas foram expressas numa carta subscrita por 38 USF e enviada para a Unidade de Missão para os Cuidados de Saúde Primários.

O JP na edição de 26.01.08, publicou um trabalho da Alexandra Campos, "Software criticado por médicos foi comprado sem concurso público" ."Várias aplicações informáticas da ALERT têm sido adquiridas por ajuste directo, apesar de implicarem o gasto de milhões de euros".
link Ao abrigo do direito de resposta, o presidente do Conselho de Administração da "ALERT Life Sciences Computing, SA", M. Jorge Guimarães, contestou o conteúdo do referido artigo na edição do JP de 09.02.08. link
Os programas informáticos desenvolvidos pela Alert já haviam sido objecto de críticas anteriores, nomeadamente a aplicação AlertER, utilizada nos serviços de urgência. link

Sobre os protocolos celebrados com o IGIF que serviram de base à aquisição do software ALERT®-ER, já havíamos levantado aqui na saudesa algumas questões:
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a) - uma vez que este protocolo abrange as ARS's e outros serviços da Administração Central do Estado e HH SPA, sujeitas às leis sobre aprovisionamento, nacionais e comunitárias, será este procedimento legal ?
b) - A decisão de optar pelo software ALERT®-ER para equipar os HH do SNS foi devidamente avaliada face às alternativas existentes no mercado, quer no campo técnico quer em termos de comparação de custos ?
c)- a opção pelo alert teve em conta a futura substituição do SONHO e o objectivo de criação de um sistema de informação hospitalar transversal?

Entretanto, este negócio de milhões, suscitou dúvidas do Tribunal de Contas que está a investigar os contratos do Ministério da Saúde com a Alert Life Sciences Computing.
Ao abrigo destes contratos, Carmen Pignatelli terá autorizado o pagamento de 677 mil euros a esta empresa pela elaboração de dois relatórios e de 791 mil de euros pela formação dos profissionais que vão trabalhar com a aplicação informática, Alert P1. O Alert P1 custou ao Estado sete milhões de euros.
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Mais um caso demonstrativo da fragilidade do Estado em controlar negócios de milhões. Por outro lado, o
apetrechamento de sistemas de informação por parte do MS configura um longo calvário, sem êxito à vista.

1 Comments:

Blogger tonitosa said...

Sobre o AlertER coloquei aqui, já há mais de um ano certamente, uma análise mais ou menos exaustiva da contratação com o ex-IGIFS feita sem concurso e que, no seu conjunto atingira largos milhões de euros.
Não tenho o texto mas o Xavier, se assim o entender, poderá, creio, recuperá-lo. Aí me referi, se a memória me não falha, a algumas evidências de que a adjudicação (compara directa) continha argumentos enviezados!
Na altura foi matéria que poucos, ou quase ninguém quis comentar.
Agora parece que as minhas críticas não eram totalmente infundadas. E até o TC coloca dúvidas.
O argumento de que o produto está abrangido pelo contrato com a Direcção Geral do Património (agora ANCP EPE) não explica tudo. Não nos diz, por exemplo, se havia alternativas no mercado que tivéssem sido avaliadas tendo em conta o volume do negácio. E não nos diz, ainda como exemplo, se foi devidamente avaliada a componente "quantidade", sendo que preços na ex-Central de Compras eram sempre negociados para quantidades a nível de um serviço e não de um conjunto (39?) de hospitais (e agora não se sabe quantas USF para o AlertP1).
Se a memória me não falha, havia uma condição de preço no AlertER que era a "adesão de, pelo menos,X hospitais ao sistema". O processo foi negociado com o ex-IGIFS e portanto dizer-se que o ALERT foi adquirido por decisão individual de 39 CA ao abrigo de Contrato Público de Aprovisionamento não é toda a verdade.
Agora que CP deixou de ser membro do Governo já aparece referência ao seu nome nos pagamentos inerentes ao negócio! Será que, como eu dizia há dias, num outro comentário e a outro propósito, algum processo "inspectivo" vai agora sair da gaveta?
PS: gostaria de ver aqui repetido o meu comentário e análise ao tal contrato do IGIFS, pois ali reproduzi, com pormenor, alguns contornos, para mim menos claros, da decisão tomada.
E entre o ex-IGIFS e a AACS pode pergumtar-se: o que mudou?
E a terminar: quem se lembra das críticas a um determinado "negócio" informático feito no tempo de LFP, tb com uma empresa do Porto?

12:40 da tarde  

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