Gostava de ter escrito isto
Este tipo de crónica insidiosa link visa apenas denegrir a gestão empresarial dos hospitais epe. Faz parte de uma estratégia de comunicação. Não se fala dos males do sector privado como por exemplo a selecção adversa de doentes, a fraude na facturação ao Estado, a facturação "criativa" no caso do Amadora-Sintra, ao mesmo tempo que se proclama uma bendita eficiência da gestão privada omitindo, estrategicamente, os vastos exemplos internacionais que demonstram o risco de iniquidade social associado à privatização do financiamento e da prestação de cuidados de saúde. Esconde-se (foge-se como o Diabo da Cruz) da evidência científica que aponta para as graves consequências da entrega do sistema de saúde ao sector económico lucrativo. Cinicamente insinuam-se comentários sobre as contas dos hospitais públicos omitindo a sua responsabilidade social (custos de estrutura e de exploração) que os privados não têm e que só aceitariam a troco de PPP's eternizadas no tempo para garantir retornos accionistas de dois dígitos. Finge-se discutir "Policies" em vez de "Politics" quando todos os dias e em todas as crónicas o que se faz é intervenção política dissimulada (assim uma espécie de "finjo que estou com estes mas escrevo para agradar aos outros"). Glosa-se com António Arnaut cujo crédito de respeitabilidade deveria envergonhar estes neófitos produtores de opinião e os deveria colocar na sua reduzida dimensão.
Falarverdade, DE 17.04.08
Falarverdade, DE 17.04.08
4 Comments:
Na verdade não pode comparar-se a gestão de hospitais privados com a de hospitais públicos sem considerar a prestação de serviço público a que estão obrigados estes últimos.
Mas há comparações que são possíveis e deveriam ser levadas a cabo.
Por exemplo: para determinada patologia e intervenção cirurgica, qual a incidência da mortalidade no público e no privado? E qual a taxa de reinternamentos? E qual o tempo médio de internamento?
E qual é a dimensão de uma equipa cirúrgica em cada um dos tipos de hospital? São cumpridas as regras de "segurança" definidas?
Bem sabemos que os hospitais privados mesmo tendo Urgência aberta não mantêm permanentemente ao serviço equipas completas de especialidade o que não acontece nos hospitais públicos. E daí advém uma enorme diferença nos custos. Mas será que nos hospitais públicos as coisas devem continuar como até aqui (apesar de melhorias que vão ocorrendo)?
Não há por vezes um sobredimensionamento das equipas de urgência, porque são mais bem pagas as horas de trabalho aí prestadas? Estará a capacidade do hospital devidamente aproveitada? Porque será que geralmente a ocupação de camas de cirurgia baixa aos fins de semana? Não seria de promover um melhor aproveitamento dos BO, sabendo-se da existência de elevado número de doentes à espera de uma cirurgia (pagando naturalmente o trabalho extra realizado)?
Concerteza que melhorias são sempre possíveis, necessárias e "urgentes".
Daí, até à prática de recusar assistência a doentes por falta de pagamento de taxas moderadoras ou de punição, vai uma grande diferença!
Mas, ainda assim há que distinguir duas coisas, o que PKM não fez. Uma é a recusa de prestação de cuidados em casos de urgência/emergência; outra é a recusa de uma consulta (sobretudo se se tratar de segundas consultas). No primeiro caso não pode tolerar-se a recusa; no segundo será de aceitar desde que o "devedor" tenha sido previamente informado da sua situação.
É evidente que em tudo isto deve haver bom senso (e sensibilidade social). Os cidadãos ditos carenciados (os verdadeiros e os estatisticamente assim considerados) estarão à partida isentos. Os outros, concorde-se ou não com as taxas (eu discordo...), estão obrigados ao seu pagamento. E "tudo tem limites". O Mundo não pode continuar a ser dos "mais espertos"!
Mas, não pode chegar-se ao ponto de actuar de acordo com a sugestão de um determinado técnico, de uma determinada consultora, que sugeria que "se o utente não tinha dinheiro para pagar, devia ser-lhe exigida uma garantia (por exemplo o relógio) e sem isso não deveria ser atendido!
SNS - PôR AS BARBAS DE MOLHO!
O SERMAS (Serviço Madrileno de Saúde) vendeu à "Fundación Jiménez Díaz–Unión Temporal de Empresas", toda a assistência hospitalar: urgente e programada, especializada, os diagnósticos laboratoriais, de radiodiagnóstico, anatomía patológica e endoscopias, referenteas à população de 14 Zonas Básicas de Sáude madrilenas: Aravaca, Casa de Campo, Argüelles, El Pardo, Cortes, Justicia, Universidad, Palacio, Embajadores I y II, Andrés Mellado, Imperial, Acacias y Palos de Moguer.
Para foram cedidos os centros de especialidades públicos de Quintana y Pontones.
A empresa adjudicatária do negócio feito pela Fundação é a multinacional CAPIO [1], que por sua vez é propriedade do fundo de capital de risco norte-americano "Apax Partners".
Um negócio triangular. Vende-se à Fundação, que por sua vez vende á
Capio, que pertence à "Apax Partners".
Este tipo de empresas caracteriza-se pela procura de um rentabilidade a curto plazo. Os métodos ficam à imaginação dos utentes...
Cómo foi possível chegar a esta situação?
A venda de un serviço público essencial, como la saúde, para as mãos privadas, conquista de la luta de los trabalhadores e trabajlhadoras, é o resultado de un proceso de deterioração social consentido pelos diferentes gobiernos del PP y del PSOE.
Para além disso vai de encontro ao objetivo da empresa privada de concretizar um negócio sem riscos: financiamento público e benefício privado.
Este processo vai afectar muitos hospitais em toda a Eapanha. É o resultado la Lei 15/97, de "Habilitación de Nuevas Formas de Gestión", aprovada cuando el PP estava no poder e com a infeliz complacência do PSOE (antes de Zapatero).
Quando acabei de conhecer este "desastre" sanitário,
lembrei-me dos escritos de PKM.
Depois, fiquei com a pedra no sapato. Quando me vierem falar e legislar sobre "novas formas de gestão" poderão já estar a alienar um naco do SNS!
[1] - HOSPITAIS DA CAPIO EM ESPANHA:
- Fundación Jimenez Díaz. Madrid
- Capio Hospital General de Catalunya. Barcelona
- Hospital Infanta Elena. Madrid
- Capio Clínica Albacete. Albacete
- Capio Hospital Sur de Alcorcón. Madrid
- Capio Hospital Tres Culturas. Toledo
Em congressos médicos e em artigos publicados em revistas internacionais, é hoje prática corrente que o autor, ou palestrante, torne públicos os seus interesses "disclosures", para que todos fiquem a saber com que grau de isenção diz o que pensa ou, talvez melhor, pensa o que diz.
Tal prática não deveria também ser assumida pelos nossos "opinion maker" para que todos pudéssemos melhor valorizar qual o grau de independência dos seus artigos de opinião?
É que assim seria mais difícil fazer passar "politcs" por "policies" ou, em registo popular, vender gato por lebre.
PKM é um habitual cronista da saúde (DE) que nos seus artigos sobre poicies faz passar publicidade subliminar sobre as suas politics.
Dito em bom português: faz-se valer de um estilo sonso.
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