Avaliação
A avaliação dos hospitais EPE vai resultar da análise de três componentes: resultados da actividade do hospital, cumprimento de objectivos programados e actuação dos administradores. link
O modelo de avaliação dos conselhos de administração (CA) dos hospitais com estatuto de entidade pública empresarial (EPE) já está definido. Segundo as informações de António Dias Alves, coordenador da Comissão de Estudo para a Avaliação dos Conselhos de Administração dos Hospitais EPE, encarregue de definir o sistema de avaliação, o componente que terá maior importância relativa na avaliação final é o que se refere aos «resultados obtidos pelo hospital», e «terá um peso de 53%». Neste item estão incluídos indicadores como «qualidade clínica, satisfação dos doentes, actividade e eficiência», além de índices relacionados como o «desenvolvimento e satisfação de profissionais e responsabilidade pública».
TM 28.04.08
TM 28.04.08
Etiquetas: HH avaliação
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Será que existe algum tipo de articulação entre a equipa responsável pela implementação deste sistema e a ERS responsável pelo desenvolvimento do anunciado SINAS (em Concurso de aquisição internacional) ?
Neste momento, o modelo de avaliação definido pela comissão liderada por António Dias Alves já está a ser testado em três unidades, nomeadamente nos hospitais de Santo André (Leiria) e de Santo António (Porto), e
no Centro Hospitalar do Vale do Sousa. Até 29 de Maio, informou o responsável, pretende se «verificar que dificuldades surgem com o sistema de informação» dos três hospitais, além de se «recolherem sugestões para afinação do modelo e mudanças nos sistema de gestão do SNS».
Depois deste pré-teste, o sistema de avaliação vai ainda ser posto em prática com carácter experimental em
mais nove hospitais EPE. O coordenador da comissão encarregue de definir e testar o modelo de avaliação
preferiu não indicar quais serão essas unidades, uma vez que a lista existente ainda não é definitiva.
Apesar disso, adiantou que «este teste será feito sob “fogo real”», atendendo a que serão «previamente assinados contratos de gestão com os CA». Nestes, estarão já previstos «metas e compromissos», bem como as «consequências para os gestores», que podem ser o «reconhecimento e recompensa, mas também a cessação da
comissão de serviço».
Pergunta-se:
a) Quais os critérios de selecção dos HHs para a efectuação dos testes?
b) - Será que os responsáveis por este projecto têm receio de fazer testes na ARSVT, Alentejo e Algarve?
c) A actual ministra tem dado o mesmo apoio com o mesmo entusiasmo do seu antecessor?
d) Não acham que o SINAS - o projecto de avaliação dos HHs (e não só) da ERS- é anacrônico e que já é tempo de termos aprendido a gastar o dinheiro dos contribuintes?
Caro Xaxier:
Suponho que os itens "desenvolvimento e satisfação de profissionais e responsabilidade pública», vão pesar pouco... (não será 53%!).
De qualquer modo este modelo de avaliação põe 3 problemas:
1º) até que ponto é que ele se sobrepões ao "peso" dos accionistas (i.e. o Estado);
2º) em que medida é que o Estado está disposto a abdicar das suas perrogativas de detentor da exclusividade ou quase exclusividade massa accionista, do uso de justificações do tipo da conveniência política e das questões de confiança política (partidária);
3º.) se este processo não abre caminho aà execução de despedimentos sumários com invocação de "justa causa".
Finalmente, o Estado português é em termos de administração extrememente deficiente. Os recente progressos têm-se verificado na máquina fiscal, por motivos óbvios.
Qualquer cidadão, e muito mais os trabalhadores do sector público da Saúde (SNS), têm sobejas razões para questionar a metodologia de determinação valores como: "qualidade clínica, satisfação dos doentes, actividade e eficiência"
Penso que apesar de todo o arrazoado dobre a chamada "avaliação dos resultados", o que vai efectivamente contar - para além das condicionantes de empresa pública, em Portugal - será o nível de execucção dos contratos-programas, isto é, o nível de satisfação dos "compromissos estratégicos".
Deveriamos por começar por definir o que se entende e de que maneira se quer aplicar os conceitos e a colheita de dados sobre:
"qualidade clínica, satisfação dos doentes, actividade e eficiência".
Caso contrário, para os que não tiverem um apoio sólido ( e esta característica é complexa de definir) na João Crisostomo passam a "viver na corda bamba".
E assim uma reivindicação, fundamentalmente ética, pode passar a ser o alçapão capaz de sorver todas as iniquidades ...quase sem deixar rastro.
Aliás, é significativo que o texto do anúncio de arranque do processo, não se refira, nem de perto, nem de longe, a problemas ou questões éticos.
Um dia compreenderemos porquê...
Privilegiar a mudança
O sistema de avaliação definido para os conselhos de administração dos hospitais EPE dá grande importância a processos de mudança. António Dias Alves indicou mesmo que a «mudança dos sistemas de gestão» é uma das premissas em que assenta a avaliação daqueles órgãos. Para o responsável, a «melhoria de processos e a mudança de comportamentos» que a avaliação vai induzir «gerará melhores resultados em eficiência, na qualidade dos actos e no serviço prestado aos doentes».
O coordenador da comissão afirmou ainda que os especialistas que formularam o modelo adoptaram uma «perspectiva de melhoria contínua», contemplando não só a inovação na forma de gestão, mas também o «investimento no desenvolvimento das pessoas».
Tempo de Medicina 28.04.08
E como para mim a avaliação terminou...
Caro Xavier:
Hoje, é um dia de ruptura.
Todos nós passamos por momentos de ruptura, normalmente, transitórios.
Hoje, acabei de ser protagonista de uma profunda e irreversível mudança que, um dia, nos atingirá a todos.
Chegou o dia da minha aposentação.
Acabou-se! Quase uma ironia, a CGA, aposenta-me, a partir do 1º. de Maio 08.
Tinha na mente imensos recados, recriminações, elogios, aconselhamentos para todos os meus companheiros de luta no SNS.
De facto, a minha vida profissional como médico, para mal dos meus pecados, confunde-se com o SNS. Comecei a trabalhar como médico ainda não tinha nascido o SNS.
De certo modo, compartilhei as dores deste parto. Todos queríamos que a “criança” nascesse.
Muitos receávamos que algum dia, a direita, viesse, no exercício democrático da alternância do poder, a derrubar, ou a perverter, esta grandiosa conquista social.
Parto, com o SNS vivo, embora pejado de ameaças.
Não me restam conselhos, nem remoques, nem intrigas, nem contas por saldar.
Discuti sempre o SNS. Fui , tenho a certeza, um seu fiel e dedicado, companheiro, embora tenha desencadeado muitas discussões e altercações.
O SNS, fica aí, vivo. Defendam-no.
Agora, eventualmente, voltarei a encontrá-lo na condição de utente.
Sem falsas modéstias, considero a minha carreira médica um trabalho de sucesso pessoal e institucional (com efectividade?). Fi-lo com gosto, procurei adquirir cá e no estrangeiro as competências necessárias e o meu Serviço proporcionou-me desenvolver um excelente nível de desempenho.
Eu, e a minha equipa, trabalhamos muito…(sem ´pontómetros)
Esta asserção faz-me lembrar (sem querer estabelecer qualquer espécie de comparação) Einstein:
"O único lugar onde sucesso vem antes do trabalho é no dicionário".
PS - penso continuar a colaborar no saudesa!
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