domingo, abril 27

MCSP e o futuro


O mais importante no momento é saber se a MCSP «tem capacidade para assumir a resolução do Conselho de Ministros», no que diz respeito à forma como exercerá «a liderança sobre as ARS» na implementação dos Aces. Se até ao Verão não se conhecerem avanços no cumprimento dessa resolução, «a reforma fica paralisada».
José Luís Biscaia confia nos novos elementos, tal como confiava no grupo demissionário, o que interessa é a reforma e não as pessoas que a lideram. Mas «Quando houver desvios, cá estamos nós para os identificar.»
José Luís Biscaia, vice presidente da APMCG, TM 28.04.08

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5 Comments:

Blogger tambemquero said...

Luís Pisco fala de"tensão" com administrações de saúde

O coordenador nacional da Unidade de Missão para os Cuidados de Saúde Primários (MCSP), Luís Pisco, diz que existe uma "tensão clássica entre a missão e as estruturas do Ministério da Saúde (administrações regionais de saúde)" e que uma das razões que contribuem para essa "tensão" prende-se com "a escolha dos profissionais que vão gerir os futuros agrupamentos dos centros de saúde (ACES)".
Afirmando que as "divergências" não são de hoje, nem de ontem - "os timings, os objectivos e as prioridades não são os mesmos" -, o coordenador nacional da MCSP revela que essa "tensão" resulta particularmente do facto de "as nomeações para os ACES serem feitas pelas administrações regionais de saúde", uma situação com a qual "as pessoas competentes não concordam".

Em declarações ao PÚBLICO, Luís Pisco adverte que "o sucesso da reforma dos cuidados de saúde primários pode estar em causa se os que forem escolhidas para gerir os ACES não forem os mais capazes". Pelo seu lado, assume o compromisso de até ao próximo Verão arrancar com a implementação dos agrupamentos dos centros de saúde. "É uma tarefa complexa, mas até ao Verão temos de dar sinais de que alguma coisa está no terreno, de que uma boa parte dos ACES estará constituída", promete.
Apesar da confiança que diz ter na sua nova equipa, aquele responsável avisa que ela terá de ter "um enorme alinhamento estratégico" e mostra-se disponível para proceder a eventuais reajustamentos nas áreas de gestão e da sociologia, caso seja necessário. Luís Pisco elogia todos aqueles que se demitiram por discordarem da sua estratégia para levar por diante a implementação das unidades de saúde familiar e a reconfiguração dos centros de saúde, através da criação dos ACES. "Tínhamos uma equipa muito funcional que desempenhou um trabalho excelente durante dois anos com enorme qualidade", avaliou.
Se ontem a Comissão Parlamentar de Saúde não tivesse chumbado o requerimento do PSD, Luís Pisco seria obrigado a explicar no Parlamento as razões que o levaram a recuar no pedido de demissão do cargo. Os socialistas inviabilizaram também um requerimento do BE que solicitava a presença da ministra da Saúde, Ana Jorge, naquela comissão para prestar esclarecimentos sobre o movimento assistencial e as contas do Serviço Nacional de Saúde em 2007.
"O PS, ao impedir a discussão, tenta desvalorizar a importância e o significado da demissão de dez membros (uma maioria significativa do organismo que até agora conduziu a reforma) e os ziguezagues quer da ministra, quer do coordenador da missão, como nada de importante tivesse acontecido. Tudo isto precisa de ser discutido e clarificado, caso contrário a reforma dos centros de saúde ficará refém dos apetites do aparelho socialista e dos burocratas da administração", disse ao PÚBLICO João Semedo.
Apesar do chumbo, Ana Jorge terá de ir à Assembleia da República ao abrigo do agendamento potestativo do PCP. Bernardino Soares quer Ana Jorge no Parlamento, porque considera que "a mudança de protagonistas no Governo na área da saúde não correspondeu a nenhuma alteração da sua política".
O dia 10 de Maio era a data apontada pelo Bloco de Esquerda para a audição parlamentar da ministra.
JP 24.04.08

1:39 da tarde  
Blogger Hospitaisepe said...

Então não foi esta "tensão" que destruiu a coesão do grupo de missionários?
E pelos vistos também está preocupado com as nomeações para os ACES. Muitos tachos há aí por distribuir, o que naturalmente levanta tensões.
Queixas aparte, a actual missão tem um trabalho arduo pela frente.
Com o Biscaia à espreita.
Ou muito me engano ou este segundo (ou terceiro) capítulo da MCSP vai ser bastante mais curto.

2:10 da tarde  
Blogger PhysiaTriste said...

Ó Luís Pisco, não se preocupe com isso da gestão, que não tem importância nenhuma.
Ás tantas ainda mete "administrativos" na equipa e estraga tudo.
Qando se pode ter o Mozart porque é que nos havemos de contentar com o Sallieri?

3:01 da tarde  
Blogger xavier said...

Novo comentário do e-pá apagado por engano. Com as minhas desculpas.

e-pá! disse...

QUATRO PEQUENAS ARROCHADAS SOBRE UM ASSUNTO JAMAIS ESCLARECIDO...

Quando oiço Luis Pisco dizer que "nunca estivemos tão perto como agora de conseguir concretizar muito do que sonhámos na década de 80".
Vem ao meu pensamento várias questões:

1º.) os homens (médicos) que lançaram a ideia organizativa semelhante na década de 80' foram
JL Biscaia e António Rodrigues que, em conjunto, publicaram uma artigo sob esta temática (usavam a terminologia da altura).

2º.) Biscaia, está fora da MCSP, e bem.
É uma atitude inteligente e quiçá produtiva.
Pode controlar os desvios, pode lançar alertas, pode criticar tudo e todos.
Mas Biscaia quer que Pisco altere, na prática, a orgânica do MS. Sabe que ou há uma revolução organizativa ou as ACES não sairão debaixo do controlo (político, pelo menos) das ARS.
Biscaia, sabe que este projecto desembocou na teia política e que o PS (ou no futuro qualquer outro partido) não prescindirão dos inúmeros lugares "políticos" que as ACES prometem.
Pisco sabe, não agora, mas desde a demissão de CC.
No Verão, como sente, terá uma mão cheia de nada.

3º.) O facto de o PS rejeitar a ida ao Parlamento de Pisco e de Ana Jorge é extremamente sintomático. Significa que a Saúde, para os partidos (não só para o PS) tornou-se um assunto político de alta relevância. Nada mais será deixado ao improviso ou à luta de lobbys. Pior para Pisco que só encontrará dificuldades nas ARS e ACES.

4º.) Nessa altura Pisco estará a geito para todo o tipo de ajuste de contas (de que foge agora) e regressar às origens, com 10 deMissionários a morderem-lhe as canelas...

posfácio:
Em casa contará aos netos que esteve muito próximo de realizar um sonho, lindo... mas vieram uns gajos (maus?) e estragaram tudo!
e-pá!

10:51 da tarde  
Blogger xavier said...

Novo erro meu...

e-pá! disse...

APOSTILHA

"NUNCA ESTIVEMOS TÃO PERTO COMO AGORA DE CONSEGUIR CONCRETIZAR MUITO DO QUE SONHÁMOS NA DÉCADA DE 1980."

(in pensamentos - ou elucubrações de Luís Pisco no 25º Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral - Mar 2008).

"Pensar é destruir. O próprio processo do pensamento o indica para o mesmo pensamento, porque pensar é compor.
Se os homens soubessem meditar no mistério da vida, se soubessem sentir as mil complexidades que espiam a alma em cada pormenor da acção, não agiriam nunca, não viveriam até.
Matar-se-iam de assustados, como os que se suicidam para não serem guillhotinados no dia seguinte."

Livro do Desassossego - Bernardo Soares, pág. 78, Ed Alma Azul. 2007.
e-pá!

10:54 da tarde  

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