sábado, maio 31

O nosso SNS


O que PKM omite link é que o nosso SNS já foi classificado como o 5º melhor do mundo pela OMS. Se temos um sistema de saúde que provou, por que não proceder a ajustamentos e adaptá-lo às novas necessidades em vez da imprudência de mudar o modelo por completo? Que me desculpe, valorizo mais a avaliação da insuspeita organização internacional que a classificação da Health Consumers Powherhouse (HCP), onde os modelos de saúde tipo Bismark apresentam melhor desempenho que os tipo Beveridge (a ter em conta que os países escandinavos apresentam resultados praticamente idênticos).
Uma das razões que me põe de pé atrás relativamente à HCP é o facto de terem tido a preocupação de comparar o desempenho do modelo Canadiano (tipo Beveridge) com o os dos países comunitários em 2008, ignorando o dos E.U.A. Justificam-no por o Canadá ter um modelo idêntico ao dos países da CEE e pasme-se, por o problema da Saúde estar a ser alvo de intenso debate naquele País. Mas haverá alguma nação da OCDE onde as questões da Saúde sejam alvo de mais acesa discussão política que os E.U.A.? É evidente que não convinha à HCP, para quem o acesso ao consumo tem um peso importante na pontuação dos sistemas de saúde, por a nu o que se passa no País onde a filosofia consumista adquire maior expressão e onde o Estado mais se demite das suas funções sociais.
Quanto ao facto de PKM dizer que Alegre tem uma visão ultrapassada e desfasada da realidade europeia relativamente ao papel do Estado, recomendo-lhe que leia a última entrevista de Mário Soares ao DN.

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8 Comments:

Blogger rezingão said...

Defending Health and Social Care: Rediscovering the Socialist Alternative
www.dhrsa.org.uk

Saturday 31st May 2008

Across England NHS patients and local communities have been linking up with nurses, doctors and other health care workers to meet, march, protest and lobby as they fight to stop further closures and cuts in local NHS services. Beds, wards and even whole hospitals are closing down. Thousands of health workers' jobs are being axed.
But alongside the cuts, an unprecedented process of privatisation is under way: vital services and precious NHS resources are being handed over to the private sector, including companies run for profit for shareholders here and overseas. Now is the time to fight back to Keep Our NHS Public!
The campaign was launched in September 2005 and has won the backing of hundreds of senior doctors, academics, health workers and trade union leaders, celebrities, MPs and local campaigners for its launch statement. Now we are inviting all those who support our appeal to JOIN Keep Our NHS Public, and to work with us to build local broad-based campaigns that can stop and roll back the juggernaut of a government policy that is wrecking our NHS.
We campaign for our aims and principles. Chief amongst these:
To inform the public and the media what is happening as a result of the Government's "reform" programme.
To build a broadly based non-party political campaign to prevent further fragmentation and privatisation of the NHS. To keep our NHS Public. This means funded from taxation, free at the point of use, and provided as a public service by people employed in the NHS and accountable to the public and Parliament. To call for a public debate about the future of the NHS and to halt the further use of the private sector until such a debate is had.

Talvez esteja na altura de iniciarmos um processo de deskuteevização do SNS. A resposta da dita “sociedade civil” constitui a melhor resposta aos franco-atiradores dos direitos sociais e da justiça social.

3:07 da tarde  
Blogger kaka said...

Algumas tiradas de opinadores e politiqueiros para o PKM
BMJ 2004;328:484 (28 February), doi:10.1136/bmj.328.7438.484-c

Sweden bans privatisation of hospitals

Vienna Jane Burgermeister
The Swedish coalition government has banned the privatisation of hospitals, amid fears that the expansion of private health care could destroy the principle of a fair and free public health service.
Health minister Lars Engqvist, a Social Democrat, said that new legislation would end the practise of private patients "buying their way past" hospital waiting lists. Provincial authorities, which are responsible in Sweden for the local healthcare system, will not be allowed in future to hand over the running of a hospital to a profit making company.
The government, a coalition of Social Democrat and centre left parties, said that the privatisation of hospitals risked undermining a central principle of the country’s health care—namely that medical treatment must be given to every patient according to their need, not their ability to pay.
Under the terms of the new bill private companies will not be allowed to run hospitals that treat state insured patients as well as private patients. In addition, provincial authorities will be forbidden from handing over the day to day running of hospitals to profit making companies. Also, private companies will not be allowed to buy regional or university hospitals; only foundations and non-profit providers are to be allowed to manage hospitals.
Sweden’s healthcare system is considered to be one of the best of the world. The country has a low infant mortality and a high average life expectancy.
BMJ No 7072 Volume 313
Editorial Saturday 21-28 December 1996

What makes a just healthcare system?
Broader professional ethics, including considerations of the public interest and the common good

Privatisation of health care, seen by many as a panacea in the face of resource constraints, is usually attacked by critics on two fronts: firstly, as failing to achieve the benefits invoked to justify it (greater choice for consumers and providers, increased efficiency, and higher quality of services); and, secondly, as being destructive of the physician-patient relationship. There is evidence that privatisation of health insurance is costly, has growing administrative costs, offers less rather than more choice for consumers and providers, and fails to improve the quality of care. In a masterly presentation on American health care, Professor Allen Buchanan, professor of philosophy at the University of Wisconsin and a prominent American bioethicist, goes further than this evidence in arguing that these defects are magnified by privatisation's failure to foster a more just system.
He argues that there are nine elements required for a just healthcare system. The three that constitute the core are based on recommendations from the United States president's commission on medical ethics: these are universal access, access to an "adequate level" of care, and access without excessive burdens to patients.

3:29 da tarde  
Blogger Clara said...

«O livro 'Public health policy in Action' (de acordo com notas na página pessaol da ENSP podem-no adquirir em www.amazon.com). neste livro poderão ler sobre a posição socialista de PKM»

PKM, agora é socialista!
Só faltava mais esta!
Só se for para americano ver.

Não vou comprar (escusada, portanto, a publicidade) , não vou ler...
Que motivação poderei ter para consumir obra tão densa (?) e tão vasta, depois de três anos de crónicas no DE!
Esta última crónica, então, atinge os limites do primário.

«Podia continuar a referenciar evidências em outros países europeus que, por vezes, e de forma claramente incoerente, servem de “inspiração” para alguns “politiqueiros” cá do burgo. Mas, ao que parece, só quando convém ao argumento e efeito retórico do momento. Por questões de gestão de espaço nesta pequena reflexão quinzenal, fico-me por aqui. »

Senhor professor, estamos-lhe gratos pelos indicadores que desconhecíamos de todo. E, sobretudo, pelas reflexões quinzenais. O que seria de nós sem tais contributos para o desenvolvimento do pensamento da Saúde em Portugal.

Sugestão: O prémio "SICKO 2008" poderá ser constituído por uma colecção encadernada dos artigos do PKM do DE.

4:00 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

O habitual: de quinze em quinze dias há festa!

Hoje ao ler a crónica do Nicolau Santos do expresso, "sapo cozido...", lembrei-me do PKM.
O professor com as suas crónicas pouco ou nada conseguidas, não se apercebe que está a queimar a sua imagem de professor universitário.
Ao contrário do que acontece, por exemplo, com o professor Luís Campos e Cunha, cuja qualidade dos trabalhos publicados no JP, como o da última sexta feira, "Níveis e taxas", acrescentam valor à imagem sisuda do ex ministro de Sócrates.

Digamos que, apesar do esforço na internacionalização e publicações da amazon, o investimento em marketing, está a fraquejar estrondosamente nesta matéria.
Talvez ainda vá a tempo de investir na produção de textos humorísticos. Onde,até os erros ortográficos ajudam.

4:27 da tarde  
Blogger kaka said...

Caro João Pedro comparar PKM com Luís Campos e Cunha é quase como comparar o pão ralado com a limalha de ferro. Veja por exemplo a vulgaridade da arrogância de algumas das tiradas dos “amigos” (lula da silva) de PKM: “…A menos que não saibam quem é Habermas (neo-marxismo, meus amigos, já ouviram falar?). Fomos todos a correr à Wikipédia ver quem foi Jürgen Habermas (obrigado grande faroleiro da erudição cultural!). Este tal “amigo” do PKM faz ainda um Post Scriptum: …”não vale a pena. Vão-se meter com o Prof. Miguel Gouveia que é muito mais simpático que o PKM”…Simpático não será mas é, seguramente, um académico com substância e clarividente inteligência razão pela qual não terá …” críticos odiosos e mesquinhos”…a perder tempo com ele (ou será porque não se presta aos papéis multimédia do PKM)

4:58 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Esta semana andaram todos a reboque do velhinho Soares.
Não é nas alturas de crise que se revelam os grandes políticos...
Mas o que está a dar são os velhinhos,John McCain, Manuela Ferreira Leite.

Cavaco Silva também a reboque de Soares lá foi dizendo: "embora os próximos números possam ser melhores do que aqueles que foram revelados e que se referem a 2004, não vai ser resolvido [o problema da pobreza] a curto prazo, porque isso tem uma ligação muito grande à qualificação dos recursos humanos".

Fiquemo-nos com o brilhante contributo do Nocolau Santos:

1) Como o preço dos combustíveis nunca mais descerá abaixo dos 100 dólares e pode mesmo chegar aos 200 em quatro anos, há uma forte probabilidade de se reduzir drasticamente a utilização do transporte aéreo e de viaturas particulares nos próximos anos - mesmo que depois, devido a inovações tecnológicas, se verifique uma recuperação. Assim, a primeira sugestão é que o Governo suspenda e adie tudo o que seja investimentos previstos em infra-estruturas aéreas ou rodoviárias. Esses recursos vão ser desesperadamente necessários para fazer face à crise social que está inscrita no horizonte.

2) Como a água se vai tornar um bem dramaticamente escasso («vide» o caso de Barcelona), deve ser implementado um vasto programa nacional de construção de tanques em todos os edifícios. A água da chuva assim retida deve ser utilizada para fins em que não é necessário que ela seja potável, como esgotos, lavagens, etc. É também necessário desenvolver sistemas inovadores de rega na agricultura, por forma a reduzir drasticamente o consumo de água. E tem de se reequacionar o que se vai fazer com os numerosos campos de golfe que existem no país.

3) Para diminuir a dependência energética do país, há um conjunto de medidas que se podem tomar, como o encerramento bastante mais cedo dos estabelecimentos de diversão nocturnos, cinemas e centros comerciais. Além disso, introduzir um sistema de portagens para quem quer entrar em viatura particular nas grandes cidades é obrigatório, medida que tem de ser imediatamente acompanhada pelo reforço e desenvolvimento coordenado do sistema de transportes nas grandes concentrações populacionais.

4) Finalmente, o país não pode permitir que dois milhões de portugueses se afundem na pobreza. Para evitar o crescimento das desigualdades, deve ser criado um novo escalão de impostos, de 45%, para quem ganha mais de 200 mil euros, como sugeriu esta semana Fernando Ulrich. E deve ser reintroduzido o imposto sobre sucessões para fortunas acima de 2,5 milhões de euros, que foi um erro ter sido abolido.
São medidas de bom senso para uma conjuntura muito difícil e que aponta para um horizonte onde vamos ter, a bem ou a mal, de mudar o nosso estilo de vida. Podemos não gostar. Mas daqui para a frente, que ninguém se iluda: tudo vai ser diferente.
expresso, Edição 1857 de 31.05.2008

9:36 da tarde  
Blogger lucas said...

OS extractos da kaka (na cabeça?) são bastante antiguinhos. Muita água passou debaixo das pontes na Suécia desde então.

Se a kaka necessita de ir à wikipedia para saber quem é Habermas, estamos conversados! Para além disso, a kaka nem deve saber que a wikipedia não tem grande credibilidade.

A clara é que não sabe mesmo o que é o neo-marxsmo de Habermas nem terá ouvido ou lido (se é que lê alguma coisa mais densa) algo sobre a escola de Frankfurt que tanto tem influenciado o pensamento da social democracia na europa (sim, social democracia que a clara também não parece saber o que é). A insistência em não ler, mostra bem o seu carácter. Talvez o Prof. lhe possa emprestar um exemplar de um dos livros de Habermas.

Mas estes temas das ideologias e da comunicação política à volta de uns morangos e chá verde é que se discutem bem com o Prof e com quem se quiser juntar em pessoa não virtual. Um dia destes, quem sabe...

Parece-me que o artigo da semana que passou alertava para o facto de haverem experiências europeias que conseguem demonstrar que há um papel para a gestão clínica privada (não se trata de privatizar, leiam com atenção e sem julgamentos e preconceitos pessoais). A mensagem principal parecia ser no sentido de percebermos que os que afirmaram e afirmam que não há evidência (para agradar ao Primeiro-ministro) estavam a negar as... evidências. Ou seja, a praticar a inverdade para os seus propósitos de posicionamento... esse sim: 'politiqueiro'.

Os artigos de PKM são apenas open mind. Lançam questões e alertam-nos para alguns fenómenos interessantes. Se querem identificar um inimigo do SNS olhem para dentro do SNS.

Em relação ao que se passa na comunicação social, o beveridge não tem mesmo noção. Fantasmas? não existem. Pero que los hay, los hay...

Excelente o post do tambemquero. Mas PKM está em total sintonia com esses 4 principios de Nicolau Santos conforme temos verificado até em vários dos seus pequenos textos no DE e também no tal livro gordo que a Clara se recusa a ler.
Esperemos pela tradução em versão pós-acordo ortográfico.

12:15 da manhã  
Blogger e-pá! said...

A descoberta de Jürgen Habermas, por PKM, é verdadeiramente intrigante … para não dizer quase inédita.
Em certos momentos parece um “rato” de alfarrabistas…

Em 1993, durante a entrega de prémios de investigação do Instituto de Genética do Porto, o Prof. Daniel Serrão, distinto médico anatomopatogista, hoje jubilado, mas uma figura ligada à bioética, politicamente um conservador, de marcada raiz cristã, perante o então Ministro da Saúde Arlindo de Carvalho, resolveu para explicitar a sua posição, citar:

“Jürgen Habermas, o maior filósofo vivo do nosso tempo diz, a propósito da desobediência civil:
“que o núcleo das ordens jurídicas modernas está constituído por normas morais fundamentais que adquiriram força de Lei; e, em consequência de ser o Estado que aplica e faz cumprir a Lei, a política está em estreita relação com a moral e o direito”.
E conclui: “há uma ética da discussão, da controvérsia se preferirem, que a orienta para que consiga a realização integral da pessoa humana no interior de instituições justas”.

Nesta altura o SNS, debatia-se entre grandes opções de mudança e de relação. Entre elas verificava-se a entrada em força da Economia da Saúde na sua gestão e planificação estratégica. Discutia-se, tão linearmente, o: “saber o que pagar e a quem”.

Suspeito que nestes conturbados tempos Paulo Kuteev Moreira , não sei onde colocar os hífenes mas o novo acordo ortográfico pugna pelo seu desaparecimento, andava a doutorarar-se em ‘health management’ pela University of Manchester.
Mais tarde, Professor em estratégias de Acção em Saúde e especialista em Comunicação e Políticas de Saúde, Escola Nacional de Saúde Pública, tornou num confesso admirador de Woody Allen que, como sabemos, aos 15 anos (é um adolescente intelectualmente prematuro), começou a escrever para colunas de jornais e programas de rádio. Mas em contrapartida há homens, que até são lentes (acho piada a este termo), e ainda estão na adolescência política.
São boys ou candidatos a boys, depende dos ventos…
Só não sei se, Woody Allen, admira ou cita habitualmente Jürgen Habermas…

Mas em Portugal ele foi um ícone do pensamento filosófico.
Daniel Serrão cita-o porque tinha acabado de ser publicado, em Portugal, um importante livro da sua vasta bibliografia:
“Discurso Filosófico da Modernidade”. Publicações D.Quixote. Lisboa,1990.
(Quem o tem que o guarde!)

Post Scriptum:
Nesta altura, tenho de confessar que não sei por onde andava o perclaro e emérito académico…nem onde estava no 25 de Abril…

1:30 da tarde  

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