Relatório Primavera 2008
Tem lugar no dia 1 de Julho de 2008, pelas 11:00 horas, a sessão de apresentação do Relatório de Primavera 2008 intitulado "Sistema de Saúde Português: Riscos e Incertezas”, no Auditório da Escola Superior de Tecnologia da Saúde em Lisboa.
O referido Relatório será colocado na próxima segunda-feira (30 de Junho de 2008) no sítio www4.fe.uc.pt/opss, com um embargo até às 0 horas do dia 1 de Julho.
O referido Relatório será colocado na próxima segunda-feira (30 de Junho de 2008) no sítio www4.fe.uc.pt/opss, com um embargo até às 0 horas do dia 1 de Julho.
Vamos ter muita matéria para discutir e comentar.
2 Comments:
Cluster da saúde terá "selo" oficial do Governo até ao final do ano
29.06.2008, Abel Coentrão
Quatro maiores firmas do mundo peritas em registo de patentes e transferência de tecnologia admitem trabalhar com o projecto português fundado em Abril, que conta já com 71 membros
O Health Cluster Portugal (HCP) deverá receber até ao final do ano o selo que o identifica como um dos pólos de competitividade temáticos - no caso, o da saúde - reconhecidos pelo Governo. Apesar do atraso na abertura das candidaturas ao pacote de fundos previstos para estas estruturas, o gestor do Programa Operacional Factores de Competitividade, Nelson Souza, garantiu esta semana aos associados do HCP que o processo poderá ser entregue ainda antes de Agosto, permitindo que, até Dezembro, seja feito o reconhecimento institucional desta entidade que, logo à nascença, em Abril, conseguiu uma abrangência que surpreendeu os seus fundadores e o próprio executivo.
Entre universidades, centros de investigação, hospitais, empresas farmacêuticas, de serviços e da área do fabrico de dispositivos médicos, neste momento o cluster português da saúde tem 71 membros efectivos e um conjunto de indicadores invejável. Dois mil doutorados - quatro quintos dos existentes no país - trabalham nas instituições de Investigação e Desenvolvimento (I&D) e empresas associadas. Estas últimas empregam cinco mil pessoas, a maioria delas qualificada, e representam um volume de negócios superior a mil milhões de euros, numa estimativa que peca por defeito, já que não inclui a facturação dos grupos de saúde privados, por exemplo. No caso dos hospitais públicos e privados aderentes, a direcção executiva do HCP preferiu destacar a sua representatividade, que se cifra já nas 9000 camas e mais de 8000 médicos.
Sete entidades têm a sua candidatura em análise pelo HCP, que recebeu declarações de interesse de outras vinte, entre elas o instituto que a prestigiada sociedade Fraunhofer está a constituir em Portugal (ver caixa). Vice-presidente do cluster português e um dos fundadores do Medicon Valley Association (MVA), um cluster com objectivos semelhantes criado há uma década entre duas regiões da Dinamarca e da Suécia, Per Belfrage destaca uma vantagem no caso português: "O cluster abrange todo o país. E isso é raro", notou. O presidente do HCP, Luís Portela, admite que a dimensão conseguida logo à partida talvez ajude a explicar a "surpreendente" adesão imediata de algumas das multinacionais farmacêuticas, ao contrário do que aconteceu no caso escandinavo, em que estas só entraram no MVA depois dos primeiros resultados.
O acesso às redes internacionais das multinacionais é fulcral para o sucesso do HCP, cujo desafio é conseguir que esta plataforma potencie contactos entre os associados e parcerias em novos projectos de desenvolvimento de produtos e serviços na área da saúde. Para isso, mais do que o selo do Governo, o cluster precisará do apoio dos fundos europeus: para a promoção externa do potencial português nesta área; e para a contratação de um gabinete de protecção de propriedade intelectual e transferência de tecnologia entre universidades e empresas. Duas das debilidades do país que foram transformadas em duas das principais tarefas da organização, que as inscreveu no plano de actividades aprovado por 41 membros efectivos na primeira assembleia geral que decorreu na quinta-feira, no Porto.
HCP na Internet
Fraqueza assinalada por todos os especialistas que se debruçam sobre a realidade portuguesa - como é o caso de Per Belfrage (ver entrevista nestas páginas), ou Sobrinho Simões, vice-presidente do HCP e director de um dos melhores centros de investigação portugueses, o IPATIMUP -, a transferência de tecnologia e o registo de patentes deverão ser assessoradas por um dos maiores gabinetes mundiais que se dedicam a essas tarefas. Seguindo, aliás, experiências internacionais, como a do próprio Medicon Valley, replicadas em Portugal com sucesso, pela Bial de Luís Portela, o presidente do HCP.
Pelo que o PÚBLICO apurou, quatro dos maiores escritórios com trabalho na área já se mostraram disponíveis para estudar um contrato com o cluster português que, não garantindo serviços grátis aos associados, permitirá que usufruam deles a preços comportáveis.
A comunicação externa do Health Cluster Portugal apoiar-se-á no reconhecimento internacional de Per Belfrage, com a liderança do MVA, que transformou a região escandinava de Oresund no espaço europeu com maior capacidade de atrair investimento directo estrangeiro na área das Ciências da Saúde.
O ainda presidente do Medicon Valley mostra-se entusiasmado, mas avisa que, antes de começar contactos com outras instituições congéneres, o HCP deverá ter disponível, on-line, um retrato fiel dos seus associados que dê a conhecer a sua dimensão e capacidade, as áreas de investigação e desenvolvimento e os projectos em que estão envolvidos. Um trabalho que o director executivo do cluster, Joaquim Cunha, espera concluir nos próximos meses.
O braço português da Sociedade Fraunhofer, o primeiro instituto de I&D que a prestigiada instituição alemã abre fora do país, será um dos próximos membros do Health Cluster Portugal, que deverá este ano chegar à centena de associados (ver lista completa em www.healthportugal.com). Dirk Elias, director do Fraunhofer Portugal, com sede no Porto, explicou ao PÚBLICO que a adesão está apenas pendente de aspectos burocráticos, relacionados com a própria definição jurídica do centro alemão no nosso país. "A área da saúde também é uma das prioridades do Fraunhofer", notou Elias, destacando a utilidade de pertencer a uma rede que lhe dá acesso às multiplas competências. A entrada deste instituto no cluster abre portas a eventuais parcerias com outros associados no desenvolvimento de soluções em campos como o da mobile health (que inclui aspectos como o da monitorização de doentes fora do universo hospitalar) já eleito como um dos temas de trabalho do HCP.
a O ainda presidente do biocluster sueco-dinamarquês Medicon Valley, e antigo reitor da Universidade de Lund, aceitou ser o rosto internacional do Health Cluster Portugal. O sucesso do projecto que transformou as margens do estreito de Oresund, na Escandinávia, num íman para o investimento na área das Ciências da Saúde fez de Per Belfrage uma figura cobiçada por países que estão a desenvolver este tipo de organizações, mas este sueco de 68 anos decidiu adiar a reforma para enfrentar o "desafio" de vender o cluster português lá fora. Garante que neste rectângulo ocidental da Europa, potencial é coisa que não falta.
Foi convidado para a vice-
-presidência do Health Cluster Portugal pelo seu papel na dinamização do Medicon Valley, que agrega instituições da Suécia e da Dinamarca. O que é o Medicon Valley?
É um nome para aquilo que podemos apelidar de biocluster: biotecnologia, dispositivos médicos, investigação e desenvolvimento no interior dos hospitais... Tudo dedicado à vida humana. Não se trata, pois, de um cluster em Ciências da Vida, no sentido lato. Essa é uma limitação. A outra é geográfica. Ficou definido que agregaria a Skania, no Sudoeste da Suécia, e Sealand, na região de Copenhaga. São os dois lados de uma área chamada Oresund, e estão agora ligados por uma ponte e um túnel que demora 15 minutos a atravessar. De Malmo ao centro de Copenhaga são 25 minutos.
O que é que mudou com Medicon Valley na região de Oresund?
Mudou a imagem externa da região. Não temos mais universidades... A melhor prova que temos do nosso sucesso é que todos os anos nos chegam companhias que pagam para entrar na organização. Já chegámos aos 260 membros. E as regiões envolvidas também investem nisto, 170 mil euros, num caso, 70 mil no outro, por ano.
É verdade que Oresund é a região da Europa que atrai mais investimento directo estrangeiro na área das Ciências da Saúde?
Sim, essa indicação foi colocada na Internet pela nossa equipa de gestão. E eles não têm permissão para mentir. Tem havido muito investimento norte-americano no lado dinamarquês, por exemplo. Não tendo toda a certeza, acredito que o cluster teve muito que ver com isto. Quando começámos com a plataforma em 1997, muitos dos protagonistas nunca se tinham sentado antes à mesma mesa.
Porque aceitou ser vice-
-presidente do HCP?
Eu tenho uma colaboração estreita com Jan Annerstedt, da Interlace [consultora internacional responsável pelo conceito dos Living Labs]. Não sendo peritos em clusters, os detalhes de organização desta iniciativa portuguesa surgiram pela mão da Interlace. E eles perguntaram-me se podia ajudá-los a tempo inteiro, aqui. Eu estou reformado, e tenho família. Até nem preciso de trabalhar a tempo inteiro. Mas gosto de fazer coisas interessantes. E este é um desafio.
Desafia-o começar do zero numa organização de um pequeno país algo desconhecido, nesta área?
É muito mais interessante trabalhar com alguém que está a começar. E olhe que eu fui convidado por outros clusters, que estão numa fase mais avançada. Vejo aqui muito potencial.
Em que aspectos?
Sou um académico e para mim é claro que, na área da investigação, há muita qualidade. Ainda preciso de comparar com outros países, mas sei que há grupos fora de série, com contactos com centros de investigação independentes. Há muitos recursos humanos. Pelo que percebi, foi investido muito dinheiro em programas de doutoramento. E, em todos os clusters, o essencial é haver pessoas competentes e investigação. Os pontos fracos, ou as limitações, estão do lado das empresas, já que poucas têm departamentos de investigação e desenvolvimento. À excepção do mini-cluster do dispositivo médico e da Bial ou da Hovione, na área farmacêutica, há pouco investimento.
JP 29.06.08
Apenas e duma breve leitura das primeiras páginas do Relatórioi, merece que se releve o seguinte registo:
"A leitura do relatório do TC leva-nos, ainda, a questionar sobre a
credibilidade das contas apresentadas pelo Ministério da Saúde, não
estando, assim, garantidas as regras de transparência e boa governação".
Isto não significa que a análise do TC referida não tenha coisas muito, mesmo muito importantes.
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