quinta-feira, junho 26

O que é que

foto JMF
O primeiro ministro, Gordon Brown, e a ministra da saúde, Ana Jorge, têm em comum?
Simples: Ambos conseguiram afastar a Saúde das primeiras páginas da comunicação social.
Gordon Brown completa o primeiro ano de governação, com uma avaliação positiva na área da saúde.
link
Quanto a Ana Jorge, prestes a completar o quinto mês de governação, é muito cedo ainda para grandes balanços. Não será demais, no entanto, referir a sua intervenção preponderante na decisão, acertadíssima, de resgatar o Hospital Amadora Sintra para a gestão pública do SNS.

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7 Comments:

Blogger e-pá! said...

O 1º. ministro britânico deve o seu "descanso mediático" ao Dr. Ara Darzi.
Cito The Guardian (http://www.guardian.co.uk/politics/2008
/jun/24/gordonbrown.health)
que afirma:
"Darzi's report is due to be published a few days before the NHS's 60th anniversary on July 5. It is not expected to scrap the Blairite reforms that introduced more competition into the NHS. But it might enhance them by giving patients a lot more information about trusts' medical success and failure rates."
e, antes disso, o mesmo Guradian
(http://www.guardian.co.uk/society/2007/jul/11/guardiansocietysupplement.
politics) já publicava:
"But Darzi's 10-year plan for reorganising the NHS in London is anything but calming. However brilliant the conception, it is a recipe for turbulence. The document - due to be published by the London strategic health authority today - proposes a massive shift of work from hospitals into polyclinics and urgent care centres that would cater for most people's medical needs closer to home."

Nada disso se passou em Portugal.
Portanto, não há qualquer coisa em comum, para além de mareas coincidências temporais.
Em Portugal, para além da "mudança de agulha" no H Amadora Sintra - produzida aliás por Sócrates - o que é visível é um "apagamento" da ministra.
Saíu dos jornais por omissão de acção e não por medidas que levassem à satisfação e quietude dos utentes.

De qualquer maneira para a Ministra, em relação a CC, é justo aplicar as palavras de Fernado Pessoa:
"O verdadeiro sábio é aquele que assim se dispõe que os acontecimentos exteriores o alterem minimamente.
Para isso precisa couraçar-se cercando-se de realidades mais próximas de si do que os factos, e através das quais os factos, alterados para de acordo com elas, lhe chegam..."
(in o Livro do Desassossego)

11:16 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Tudo sobre rodas...

"Num inquérito realizado pela Nielsen, 26% dos portugueses disseram que «não tinham dinheiro de sobra» depois de pagarem as despesas essenciais. Quando questionados sobre se estão a atravessar uma recessão económica, 82% dos portugueses dizem que sim."(SOL)

A culpa é da recessão da economia mundial (também) mas em situação inversa sempre os governos afirmam que o mérito é deles!
Depois falta naturalmente a comparação entre o que são despesas essenciais para um Português e oara um Espanhol ou Inglês.
Certamente estaremos a falar de "padrões" bem diferentes.

1:08 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

O deslumbramento do e pá! relativamente ao ministro Ara Darzi não é partilhado pelos seus colegas médicos do RU.
Agradeço que leia os seguintes artigos do insuspeito Guardian que referiu. link link link link

1:19 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Caro joão Pedro:

Das duas uma:
Ou o NHS está ma berinda e sob o fogo da comunicação social, ou, como é normaçl existem circulos que contestam o relatório de reorganização do NHS, coordenado pelo Dr. Azi Darzi.

A uninaminidade é quase sempre falsa, ou de conveniência, ou, ainda, na pior da hipóteses, repressiva (censória).

Pela minha parte, não admiro a nova onda prepotente do:
"Por qué no te callas?"

Mas uma coisa são ruídos de fundo outra contestações da política social de um Ministério. Aliás, o Ministro é Ivan Lewis e não Ara Darzi.

No caso vertente, o assunto dizia respeito aos utentes do NHS.
Provavelvemnte, os médicos terão outras razões de queixa. Mas qunado se analisa qualquer assunto, convém baralhar e voltar a dar. É conhecida essa ta´ctica.

Mesmo assim, não conhecendo o problema na sua real profundidade, o modelo "polyclinics" que tem sido objecto de contestação, está a ser objecto de uma petição contra e veremos se tem pernas para andar...

De notar, ainda, que os 60 anos do NHS não podem passar ao lado das publicações, pelo que todos, incluindo so médicos metem s sua colherada.

Mas deixe-me acrescenter um pormenor.
Os problemas de lá são muito parecidos aos de cá:
"They fear polyclinics will end the personal relationship between a patient and a GP, force those needing treatment to travel further to receive primary care, and lead to privatisation of the NHS."

Mr. João Pedro: Wait and see...

3:49 da tarde  
Blogger Farmasa said...

Sim, sim... Excelente ministra... Está caladinha, não faz ondas e pelo meio ainda dá aos AH a gestão do Amadora-Sintra, retirando-a ao papão do Grupo Melo.

Em 5 meses, a Sr.ª suou as estopinhas para fazer tamanha obra...

Por este andar está visto para onde foi o ímpeto reformista.

4:56 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

Caro e-pá!

«Os problemas de lá são muito parecidos aos de cá»

Não poderia estar mais de acordo consigo.
Sendo assim o que diz a este artigo sobre o desaguisado das policlínicas propostas pelo ministro Ara Darzi.

"Don't be fooled: this doctors' protest is all about profits, not patients"
GPs are fighting the new polyclinics for the same reason they refused to join the NHS 60 years ago: to protect their business link

Tem sido este o grande mérito da ministra da saúde, Ana Jorge: Sossegar a classe médica.Segurar a grande corporação.
É que isto de corporações, fia muito fino.
Por detrás da luta em defesa do SNS, justíssima, excondem-se outros interesses que nada dignificam a causa. Como seja a manutenção do "status quo" que explica a existência de inúmeros males como as gordas listas de espera.
É por isso, que eu por vezes sou assaltado de sentimentos ambivalentes sobre a justiça do processo de reforma (e contra reforma), onde se incluiu, obviamente, a governação do ex ministro Correia de Campos.
No meio de sólidas certezas: é necessário combater os liberais de pacotilha, a Manuela Ferreira Leite, PKM, o abstrôncio do Passos Coelho, a campanha suja do director do JP, etc, etc.

6:28 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Caro João Pedro:

Os problemas são parecidos, contudo, há diferenças que não são de pequena monta.

Cá não estamos à volta com as "new polyclinics", nem com questões de GP's, mas com um massivo ataque do grande capital financeiro, na área da Saúde. Neste momento, suportado pelo apoio político da oposição de Direita.

Problemas parecidos em termos estruturais, podem conter respostas das mais diversas.

A sua fixação na residual e em vias de extinção medicina privada não integrada, nem convencionada, em Portugal, provoca-lhe a obnibulação da visão para a grande ameaça que paira sobre o SNS.
A arvore próxima que esconde a floresta...
Ou então não consegue perder uma "pitada", por mais insignificante que seja, para imolar os médicos, com a inabalável convição de que assim salvará a Saúde dos seus "demónios".
Caro João Pedro: olhe para o País com atenção e verá que o grande lobby da Saúde, a "grande corporação", não é a OM. Procure nas imediações do Miradouro de Santa Catarina...

Fianlmente o Dr. Ara Darzai, um eminente medico-cirurgião, com importantíssimas inovações na área cirugica, não trabalha no "arame".

Remato com uma citação do eminente cirurgião:
"A £100million fund is to be set up for the next five years to support the development of innovative medicines and medical technologies.
The fund was announced as part of Lord Ara Darzi’s interim review of the NHS, and will be overseen by a new Health Innovation Council.The Council will include Professor Sir Michael Rawlings of NICE, Dr Mark Walport of the Wellcome Trust and Andrew Witty of GSK.

Lord Darzi said:“I want to see the UK become a world-leader in pharmaceutical and medical technology research and development, so NHS patients have access to the best innovative treatments and services.”
(http://www.pharmafield.co.uk
/news.aspx?issueID=103&newsID=450)

Nisto não somos parecidos , porque de facto não dispomos daquilo com que se compram os melões... ficamos pelos 700 milhões de euros de divida à Industria Farmacêutica.
Não é?

9:57 da tarde  

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