Serviço de Consultas Hospitalares
Tem sido desenvolvido um apreciável esforço para recuperar algum do tempo perdido.
Apesar do passo em falso, relativamente ao Alert P1 (demasiados milhões para tão baixa performance e utilidade), algumas medidas positivas têm sido desenvolvidas no âmbito do projecto "Consulta a tempo e horas":
a) Normalização dos exames que devem acompanhar os doentes enviados pelos Centros de Saúde às consultas hospitalares;
b) Serviço de rede mais rápido (outsourcing) em vias de ser concretizado de forma a viabilizar o tráfego de informação em tempo aceitável;
c) Triagem dos pedidos de consulta hospitalares;
d) Constituição de uma base de dados que vai permitir conhecer a espera dos doentes de ambulatório (outpatients wating times).
Subsistem, no entanto, graves entraves ao aperfeiçoamento do atendimento das consultas hospitalares:
Apesar do passo em falso, relativamente ao Alert P1 (demasiados milhões para tão baixa performance e utilidade), algumas medidas positivas têm sido desenvolvidas no âmbito do projecto "Consulta a tempo e horas":
a) Normalização dos exames que devem acompanhar os doentes enviados pelos Centros de Saúde às consultas hospitalares;
b) Serviço de rede mais rápido (outsourcing) em vias de ser concretizado de forma a viabilizar o tráfego de informação em tempo aceitável;
c) Triagem dos pedidos de consulta hospitalares;
d) Constituição de uma base de dados que vai permitir conhecer a espera dos doentes de ambulatório (outpatients wating times).
Subsistem, no entanto, graves entraves ao aperfeiçoamento do atendimento das consultas hospitalares:
a) Escassez de tempos de consulta (ou fraca rentabilização dos recursos humanos disponíveis);
b) Dificuldades ligadas à utilização de meios informáticos: formação de utilizadores, funcionamento de redes, software, instalação de equipamentos de forma a viabilizar um registo de dados clínicos de forma fácil e rápida, inerentes ao processo de consulta, por parte dos médicos hospitalares;
c) Melhoria da qualidade do atendimento: foi definido como tempo adequado de consulta 20 minutos. Normalmente as consultas dos nossos hospitais demoram em média entre cinco e dez minutos. As salas de espera das consultas deixam muito a desejar em termos de acessibilidade e conforto, para tão longas esperas e falta de cortesia do pessoal administrativo e, por vezes, dos médicos assistentes;
d) As consultas estão longe de ser Resolutivas, uma vez que, invariavelmente, os nossos doentes não se livram de várias viagens, entre repetições de exames e marcação de consultas, a maioria evitáveis, caso o empenho e a qualidade da organização fosse outra.
b) Dificuldades ligadas à utilização de meios informáticos: formação de utilizadores, funcionamento de redes, software, instalação de equipamentos de forma a viabilizar um registo de dados clínicos de forma fácil e rápida, inerentes ao processo de consulta, por parte dos médicos hospitalares;
c) Melhoria da qualidade do atendimento: foi definido como tempo adequado de consulta 20 minutos. Normalmente as consultas dos nossos hospitais demoram em média entre cinco e dez minutos. As salas de espera das consultas deixam muito a desejar em termos de acessibilidade e conforto, para tão longas esperas e falta de cortesia do pessoal administrativo e, por vezes, dos médicos assistentes;
d) As consultas estão longe de ser Resolutivas, uma vez que, invariavelmente, os nossos doentes não se livram de várias viagens, entre repetições de exames e marcação de consultas, a maioria evitáveis, caso o empenho e a qualidade da organização fosse outra.
Ainda por cima, são obrigados a pagar taxa.
drfeelgood
6 Comments:
Caro drfeelgood:
"Melhoria da qualidade do atendimento: foi definido como tempo adequado de consulta 20 minutos. Normalmente as consultas dos nossos hospitais demoram em média entre cinco e dez minutos."
É muito difícil, senão impossível, defenir o tempo médio de uma consulta médica.
Para além da redundância de que cada doente é um caso (clínico e humanitário, simultâneamente) este cálculo (20 minutos), deve obedecer a regras - estatísticas ? - que não consigo descortinar.
Mas gostaria de levantar algumas questões:
1.) a duração do exame clínico (exame físico e anamnese) é variável consoante a especialidade.
2.) a obtenção de um diagnóstico seguro e fiável, pode prolongar o interrogatório (caso da psiquiatria) e frequentemente é precedido de diferentes métodos de confirmação:
- laboratoriais,
- imagiológicos
- ou, outros dirigidos à hipótese diagnóstica levantada(especializados).
3.) A prescrição necessita de ser explicada, temporizada e deve ser clara e concisa.
4.) finalmente, o doente sai sem prescrição mas é encaminhado para um tratamento clínico, cirúrgico, ou outro que não pode ser fectuado no local da consulta.
5). O encaminhamento para outro profissional ou uma diferente orientação médica, obriga, na maioria dos casos a contactos, que consumem tempos.
6.)Finalmente, nomeadamente, em situações oncológicas o doente deve ser orientado para uma eventual segunda opinião.
Isto é, estes seis pontos são o esqueleto daquilo que se designa uma boa prática clínica, a que qualquer doente tem direito, com muito mais acuidade no SNS. O resto, tentativas de transposição do tecido empresarial para os HH's, como tudo fosse igual ou seuqer parecido.
O número de consultas médicas para uma determinada carga horária, em qualquer especialidade, e a tentativa de estimar a sua duração não deve ser o resultado de instruções de qualquer orgão médico, de gestão ou administrativo, mas determinado pelas circunstâncias que cada caso clínico requer ".
A dterminação da OMS sobre este assunto é a seguinte:
"Não existe, ainda, orientação sobre a duração ideal das consultas médicas ou um número desejável de pacientes atendidos por hora".
Portanto, o que se vê e lê estimado pelas instituições hospitalares são meras constatações administrativas ou de gestão, que visam arranjar um equilíbrio entre os resultados e os recursos humanos necessários.
Ou ainda mais controverso, nestes assuntos de saúde. A estatistitca, os tais, mix's, em que se comparam situações dispares e HH's regionais com HH's de fim de linha, etc.
Um equilíbrio que assenta num mau princípio, portanto.
Este assunto, é, por excelência, um caso do foro da "clinical governance" do serviço, do departamento.
Mas, a gestão, gosta de utilizat este meio, num só sentido.
Da Administração para os Serviços clínicos.
Uma rede hospitalar construída assim começa a meter "água" por todos os lados...
Mas, infelizmente, estes "diktats", cujos fundamentos se desconhece, vão "construindo" a regra...
A lei define Consulta médica como o acto de assistência prestado por um médico a um indivíduo, podendo consistir em observação clínica, diagnóstico, prescrição terapêutica, aconselhamento ou verificação da evolução do seu estado de saúde, podendo ser presencial ou não.
Importante é o tempo de espera do dos doentes em relação às primeiras consultas.
Quanto ao tempo de atendimento nas consultas será o necessário para a execução dos diversos actos inerentes ao processo de consulta humanizada e níveis de eficácia elevados (resolutiva, que normalmente implica a execução de MCDTS).
A nível de tempo médio de consulta por médico há uma grande variação entre hospitais. Em relação ao número de consultas por médico, no hospital com melhor desempenho (São Sebastião) o seu número foi 2,1 vezes superior ao hospital com mais baixo desempenho (Braga) (dados 2003 da DGS).
Quem atende mais doentes na consulta externa, atende pior?
Será esta a conclusão do comentário do e-pá no seu comentário?
Como se sabe a partir de hoje está dsiponível o Relatório da Primavera do OPSS.
Da sua leitura resulta muita e importante informação sobre a qual certamente muito se vai escrever neste blog.
Aqui ficam desde já algumas "pérolas" sobre a evolução do nosso SNS, como constam do Relatório:
"O OPSS considera que, enquanto se mantiver no sector público níveis
altos de “tolerância”, difícil será esperar grandes alterações no
comportamento dos profissionais e das organizações...
O sistema de saúde deve ser orientado para o cidadão, e não para os profissionais de saúde.
...Mas, a falta de atenção pelos profissionais, leva necessariamente à ineficiência, à baixa produção, à desmotivação e à inequidade.
...Se este tipo de distracção pelo essencial se mantiver, daqui a poucos anos não haverá recursos humanos para manter o serviço público de saúde. Será que é isso que se pretende?
...Enquanto o Estado está a financiar o sector privado, está a optar — porque os recursos são escassos — por não nvestir no sector público. Os custos de oportunidade são enormes.
...É o futuro do serviço público de saúde que está em jogo.
...A insuficiência na avaliação de resultados tem importantes e
deletérias consequências no desempenho e, provavelmente, na própria sobrevivência do SNS, pois impossibilita a determinação do valor da sua actividade, indispensável para balizar quaisquer tentativas de melhoria e
para o impor perante outros prestadores.
...Como poderá resistir à parasitação por prestadores privados que não deixarão de propagandear a excelência dos resultados próprios enquanto alijam a parte não lucrativa dos serviços para um SNS silenciado na afirmação das suas realizações?
...De facto, centradas em indicadores de processo e de estrutura, as metodologias da qualidade têm-se alheado de parâmetros relativos a
resultados.
...Também o financiamento é baseado em contratos-programa
que não contratam indicadores significativos para a obtenção de "vida mais longa e mais saudável" para os utilixadores dos serviços de saúde. Pelo
contrário, em geral, incentivam a multiplicação indiscriminada (quer dizer,sem relação com o número de doentes assistidos nem com as respectivas condições de saúde) de gestos e actos "clínicos" e o emprego de tecnologias
sem necessidade de justificar a sua utilização.
...Mesmo quando o objectivo
contratado se refere à contenção de despesas ou pretende refrear o
incremento de custos, isso é feito de forma "cega", sem atender à
quantidade de doentes tratados nem à complexidade das respectivas
situações clínicas.
...Por seu turno, a formação de pessoal volta a tocar a tecla dos
processos, sem preocupação com os resultados. Os tão falados sistemas de incentivos não parecem descolar de parâmetros administrativos ou de aspectos estritamente quantitativos da produção, que estão demasiado
longe do que tem valor para os utilizadores do serviço de saúde.
...Seja como for, na situação actual, os fornecedores de bens
tecnológicos (no sentido mais lato) encontram fertilíssimo terreno para a difusão dos seus produtos. Repercutindo a publicidade, a população e os
prescritores criam expectativas de consumo de produtos com escassa ou
nenhuma demonstração de eficácia nem de eficiência, cuja disponibilização exigem (por vezes, com amplo eco mediático) a estabelecimentos de saúde
lamentavelmente incapazes de lhes opor critérios de valor baseados em
resultados, que contenham as expectativas dentro limites justificáveis.
....
...Em 2007, o Tribunal de Contas (TC) publicou o Relatório n.º 1/07
denominado "Acompanhamento da Situação Económico-Financeira do SNS 2006”.
Quanto à situação económica agregada das entidades que
integram o SNS houve um agravamento dos resultados operacionais, assim como dos
resultados líquidos, os quais atingiram os valores de -294,5 M€ e de -284,8 M€, correspondentes, respectivamente, a decréscimos de
233,4% nos resultados operacionais e de 290,1% nos resultados líquidos.
...O agravamento mais significativo dos resultados líquidos, de 2005 para 2006, verificou-se no grupo dos hospitais EPE sem que, para tal,
tenha havido qualquer esclarecimento quanto às causas.
...Quanto à situação financeira agregada das entidades que
integram o SNS nos Hospitais SPA, o saldo financeiro do exercício apresentou valores negativos em 2006, sendo que, em 2005, já se tinham verificado o valor positivo de cerca de 51 M€, justificado em grande parte pela descida das transferências correntes obtidas. Quanto ao saldo financeiro acumulado, que apresentava em 2005 valores negativos, agravou-se em 31%, em 2006 (-978 M€).
...Nos hospitais SPA, tanto os saldos financeiros de exercício como os acumulados mantiveram-se negativos em, respectivamente, 522 M€ e 504 M€.
...Em Dezembro de 2006, segundo mapas de acompanhamento do IGIF/ACSS, as dívidas do SNS ascendiam a 1.989,4 M€ havendo, no
entanto, uma divergência de 225,3 M€ face a dados apurados pelo TC
que situam este montante em 2.214,7 M€ (agregação dos balanços
dos SPA e dos EPE). A maior fatia deste montante de dívidas é aos
fornecedores externos (82,7% em 2005 e 84% em 2006).
...O endividamento mais significativo ocorreu nos EPE embora verificando-se uma tendência crescente em todas as entidades.
No SPA verificou-se um, agravamento do prazo médio de pagamento a fornecedores.
...Quanto aos hospitais EPE, apurou-se, em 2006, uma dívida total que supera em 51,9% a dívida apurada em 2005 (de 557,1 M€ em 2005 para 846,5 M€ em 2006). De notar que o valor apurado pelo TC,
através da agregação dos balanços, situa a dívida destes hospitais
em 1.047 M€.
...Receita por cobrar nas entidades que integram o SNS
...Em Dezembro de 2006, os créditos a receber pelas entidades do SNS totalizavam 1.740 M€, representando um decréscimo de 1% face a 2005. Os grupos de entidades com maior volume de créditos a receber em 2006 foram os hospitais EPE (1.083 M€) e os Hospitais SPA (368,6 M€). Verifica-se também que o montante dos créditos a receber em 2006 é inferior ao valor das dívidas a pagar a fornecedores".
Basta, por agora.
Muito mais há a referir, mas defendo que neste espaço os textos devem ser curtos para não serem confusos e maçudos (o que já nem é bem o caso).
Sobre a produtividade das consultas hospitalares procedi à recolhi os seguinte recolha aleatoria da produção do ano de 2006.
1. - H.S. João: 520.029 (n.º consultas)/1.258 (n.º de médicos)= 413 consultas por médico;
2. - Santo António: 374.674/655=572 consultas médico;
3.- VN de Gaia: 296.890/586=506 consultas médico;
4.- São Sebastião: 202.924/196=1.035 contultas médico;
5.- IDom Pedro: 114.316/219=521 consultas médico.
Conclusão: Os médicos do Hospital de São Sebastião, fazem o dobro das consultas dos colegas doutros hospitais.
Fonte: Estatísticas CS e HHs, ano 2006, DGS
Caro drfeelgood:
Pelo contrário.
O número de doentes atendidos não terá nada a ver com a qualidade o acto médico.
Isto é o importante e não tem sido!
Não é lícito tirar qualquer (repito qualquer) ilação entre um médico que faz 1000 consultas/ano e outro que faz só 500!
O "tempo médio de consulta por médico" é uma constatação estatística, muitas vezes transportada para a produção, muito pobre em informação sobre a qualidade e o tipo de trabalho desenvolvido.
Mais nada!
Todavia, todos sabemos, que esses números têm sido usados para outros objectivos.
Finalmente, uma enorme discordância sobre a dita "consulta médica não presencial"
Isso, é aconselhamento. Mesmo em telemedicina.
Apenas para reforçar a tese do "E-pá".
Consultas de 10 minutos (programadas para a estatística) só afastam os utentes ou mesmo clientes :))
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