Voto útil no PS
“ O País perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há principio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidades dos homens públicos. Alguns agiotas exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia”.Em “As Farpas”, Eça de Queirós
Sendo a situação do País difícil, não é felizmente com a pungência com que Eça descreve o sentir da Nação no final do século XIX o nosso estado de espírito de momento. Mas, há que dizê-lo, a não se inverter o actual estado de coisas para lá caminhamos a passos largos. Um sinal tradutor da descrença dos portugueses em si próprios é o resultado de um inquérito recente mostrando que 35% são a favor da união ibérica.
Parece-me excessivo atribuir a “isaltinização” do País apenas ao PSD por ser a face mais visível de processos de corrupção recentes. Sobre este assunto penso não ser necessário invocar outras personalidades públicas e processos em curso, para demonstrar caber ao centrão político, representado nos dois maiores partidos, a responsabilidade principal pelo actual estado da Nação.
Não me parece também correcto atribuir apenas ao PSD a responsabilidade pelo que “rezingão” designa por saúde a duas velocidades e, para o demonstrar, não me parece também haver necessidade de invocar políticas e nomes de personalidades da área socialista que para tal contribuíram.
Nas próximas eleições legislativas não se discute apenas o SNS mas muito mais do que isso e, admito, sendo muito forte o apelo ao voto útil no PS pela ameaça da chegada ao poder da Direita ultramontana, é preciso afirmar que há alternativas.
Respeitando o sentido de voto de cada um, com a independência de quem votando à esquerda ainda não decidiu em qual partido votar, considero ser redutor apresentar a votação no PS como opção salvífica.
Sendo a situação do País difícil, não é felizmente com a pungência com que Eça descreve o sentir da Nação no final do século XIX o nosso estado de espírito de momento. Mas, há que dizê-lo, a não se inverter o actual estado de coisas para lá caminhamos a passos largos. Um sinal tradutor da descrença dos portugueses em si próprios é o resultado de um inquérito recente mostrando que 35% são a favor da união ibérica.
Parece-me excessivo atribuir a “isaltinização” do País apenas ao PSD por ser a face mais visível de processos de corrupção recentes. Sobre este assunto penso não ser necessário invocar outras personalidades públicas e processos em curso, para demonstrar caber ao centrão político, representado nos dois maiores partidos, a responsabilidade principal pelo actual estado da Nação.
Não me parece também correcto atribuir apenas ao PSD a responsabilidade pelo que “rezingão” designa por saúde a duas velocidades e, para o demonstrar, não me parece também haver necessidade de invocar políticas e nomes de personalidades da área socialista que para tal contribuíram.
Nas próximas eleições legislativas não se discute apenas o SNS mas muito mais do que isso e, admito, sendo muito forte o apelo ao voto útil no PS pela ameaça da chegada ao poder da Direita ultramontana, é preciso afirmar que há alternativas.
Respeitando o sentido de voto de cada um, com a independência de quem votando à esquerda ainda não decidiu em qual partido votar, considero ser redutor apresentar a votação no PS como opção salvífica.
távisto
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5 Comments:
O voto útil no PS reveste-se de especial importância tendo em atenção o PR que temos, afecto às forças da direita, e a "impossibilidade" anunciada de efectuação de coligações à esquerda.
Nas próximas legislativas os eleitores terão três opções, o projecto de José Sócrates, as leves ideias erráticas e vagas de Manuela Ferreira Leite e as propostas da esquerda conservadora.
Das três propostas a mais tentadora para os eleitores são as apresentadas pelo PCP e pelo BE, em especial a segunda. Embora assentes num modelo social e político muito semelhante a do PCP peca pela coerência, sabe-se o que o partido de Jerónimo de Sousa pretende em todos os domínios da sociedade. A proposta de Louçã é bem mais tentadora, parece aos olhos dos eleitores como uma montra de gelados deliciosos.
Na proposta do PP há dinheiro para quase tudo, na do BE há dinheiro para tudo e ainda sobra. Chovem subsídios para todos os fins e basta combater a evasão fiscal para se arranjar dinheiro para tudo. Acaba-se a pobreza, aumenta-se o preço do pescado, empregam-se todos os professores e jovens licenciados, dão-se benefícios fiscais para todas as maleitas, reduzem-se as taxas de juro à habitação para níveis simbólicos, proíbem-se os despedimentos nas empresas com lucros. Quem se sujeita a uma cirurgia se pode resolver o problema no endireita, dá-se um puxão daqui, outro dali e o doente vai a saltar para casa.
A alternativa da direita é uma versão pretensamente séria da proposta de Louçã, onde o país tem problemas o PSD encontra soluções e o CDS não tem ideias mas está lá para ajudar Ferreira Leite se esta chegar a São Bento. O que pensa Manuela Ferreira Leite? Eu duvido que ela pense muito, nunca tive a sua inteligência em grande conta e tanto quanto se sabe terá sido uma razoável directora-geral da Contabilidade Pública.
O projecto de Sócrates é uma seca, combater o desemprego sem a genialidade de Louçã, assegurar o crescimento económico sem as propostas de ferreira Leite e resolver o problema das pesca sem as ideias de Portas torna tudo difícil. Com Sócrates o doente não vai ao endireita nem se cura com acupuncultura, tem mesmo de ir à faca e isso é coisa de que ninguém gosta.
O mais curioso é que os que julgam que vão ao endireita de Louçã vão acabar por ter uma desilusão, acabarão no consultório da dra. Ferreira Leite onde em vez de agulhinhas vão acabar por ser operados, muito provavelmente sem anestesia.
o jumento
O nosso 11/09, vai acontecer a 27/09
O horror do ataque às torres substituido pelos directos, entrevistas e comunicados ao país da primeira ministra, Manuela Ferreira Leite.
A Ordem dos Farmacêuticos concluiu que não se verificou qualquer incorrecção por parte dos farmacêuticos do Hospital de Santa Maria nem qualquer alteração aos procedimentos estabelecidos.
Já o Infarmed detectou «não conformidades» nas condições de preparação e dispensa de medicamentos do Hospital de Santa Maria, algumas das quais consideradas «críticas».
Em declarações à TSF, a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos afirmou que os relatórios das duas entidades não estão em «contradição», porque cada um analisa coisas diferentes.
«A Ordem analisou os procedimentos em si e não analisou a utilização do medicamento», ou seja, o Infarmed, «baseando-se no resumo das características do medicamento», avaliou «aquilo que pode ser feito ou não».
Elisabete Faria assegurou ainda que não houve má prática por parte dos profissionais farmacêuticos do Hospital de Santa Maria «dentro da farmácia do hospital».
Quanto à distribuição do medicamento, a bastonária explicou que isso já não compete aos farmacêuticos.
tsf 06.08.09
Que grande bagunçada.
A distribuição dos medicamentos não compete aos farmacêuticos?
Assisti ontem à triste prestação da senhora bastonária da OF no jornal nacional a proteger os pintainhos da classe. Não é assim que se defende os doentes e os profissionais da saúde.
Um caso que está ainda longe de terminar.
Depois de ler o Programa do BE sobre a Saúde mais se reforçou a minha convicção em votar no PS.
Além da redacção pouco cuidada trata-se de uma proposta irrealista com cheiro a passado.
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